'Abrir mão agora é voltar à estaca zero', diz Manga sobre escola cívico-militar
Justiça determinou a suspensão da implementação do programa em Sorocaba. Prefeitura vai recorrer.
O prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) afirmou que o setor Jurídico da prefeitura já prepara o recurso contra a liminar da Justiça que suspendeu a implantação da escola cívico-militar em Sorocaba. “Abrir mão agora é voltar à estaca zero”, disse o chefe do Executivo durante entrevista à rádio Cruzeiro FM na manhã desta quarta-feira (19).
A decisão em primeira instância ocorreu a pedido do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP) e foi tomada nesta terça-feira (18). A implantação do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim) foi lançada oficialmente na segunda-feira (17) na escola municipal Matheus Maylasky, que fica na região central e foi escolhida para o programa na cidade.
Conforme decisão da juíza Erna Thecla Maria Hakvoor, o problema envolve o Conselho Municipal de Educação, que deliberou contra a implantação do Pecim na cidade enquanto o projeto não fosse submetido a análise técnica do colegiado. “O diálogo poderia levar a um benefício maior para a comunidade, levando o recurso onde se torna necessário, para os mais vulneráveis, onde a presença militar possa contribuir com o ensino, e após esclarecimentos sobre o que consiste esse modelo”, avaliou a promotora Cristina Palma, que representa o Ministério Público do Estado de São Paulo na ação civil pública.
Nesta quarta-feira (19), Manga afirmou que a prefeitura ainda não foi oficialmente notificada sobre a decisão, mas que o Jurídico já prepara o recurso no Tribunal de Justiça (TJ) em São Paulo, que deve ser apresentado até esta quinta-feira (20). O prefeito espera que, após isto, uma nova decisão seja publicada em até três dias.
“Temos escolas municipais mais distantes, na periferia, no Ensino Fundamental 1 (1º ao 5º ano), mas as de Fundamental 2 ficam na região central. O objetivo é fazer essa implantação que já está aprovada. O fato de mudar agora vai perder todo o trâmite e o trabalho que já fizemos lá atrás. Abrir mão da Matheus Maylasky agora é voltar à estaca zero e pode ser que Sorocaba não tenha tempo de receber a escola porque ano que vem tem período eleitoral”, diz.
Discussão na Justiça
Esta não é a primeira vez que a implantação do Pecim é discutida na Justiça. Após o anúncio da escola pela Maylasky, a Vara da Infância e Juventude da Comarca de Sorocaba havia suspendido a indicação. Porém, o TJ revogou a suspensão, atendendo a agravo de instrumento interposto pela prefeitura.
O novo pedido de liminar foi feito com base após o lançamento da escola. Com a decisão atual, a manutenção do programa pode acarretar uma multa de R$ 5 mil à Prefeitura de Sorocaba. “Temos que respeitar as decisões. Neste momento suspende, entra com recurso. Assim que liberar, continuamos. O Brasil vive essa insegurança jurídica”, afirmou Manga.