RMS registra crescimento mesmo durante a pandemia
Panorama mostra evolução principalmente em abertura de empresas e geração de empregos
A Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) tem apresentado números positivos, mesmo com a pandemia de coronavírus que assola o mundo desde o ano passado. Dados como investimentos, aberturas de empresas, balança comercial e geração de postos de trabalho comprovam que a região está em crescimento econômico.
A RMS é composta por 27 municípios, agrupados em três sub-regiões, com mais de dois milhões de habitantes. A região gera cerca de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) paulista, segundo dados disponíveis no Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI), do Governo de São Paulo.
Aqui, há uma intensa e diversificada atividade econômica, com destaque para os setores metal-mecânico, eletroeletrônico, têxtil e agronegócio (cana-de-açúcar), com as cidades de Sorocaba, Itu, Itapetininga, Salto, Cerquilho e Votorantim em especial relevância.
“A RMS, em especial a cidade de Sorocaba, tem uma estrutura industrial, comercial e agrícola que a torna menos suscetível a crises de uma forma geral. Não a torna imune aos efeitos da crise atual, pois temos efeitos inerentes, como o desemprego, por exemplo, mas a estrutura que foi construída ao longo dos anos e a diversidade produtiva, atendendo a mercados interno e externo, permite responder melhor em momentos de escassez de demanda”, iniciou Marcos Antonio Canhada, economista e professor da Universidade de Sorocaba (Uniso).
“A gestão pública, em conjunto com a estrutura de escolas técnicas e de ensino superior, são fatores preponderantes para catalisar crescimento e desenvolvimento econômico, e esses aspectos têm se manifestado na RMS aos longo dos anos, facilitando a superação de dificuldades em momento de crises, como a atual”, complementou.
Veja como está a economia de algumas cidades
Abaixo uma pequena pesquisa sobre como andam as cidades nos setores da economia, com informações repassadas pelas prefeituras.
Números positivos em Sorocaba
No ano de 2019, antes da pandemia, foram abertas 9.142 empresas em Sorocaba (5.485 MEIs; 2.575 microempresas; 516 de pequeno porte e 566 empresas gerais), enquanto no ano seguinte, em 2020, houve uma queda, para 7.816 empresas (4.338 MEIs; 2.465 microempresas; 543 de pequeno porte e 470 empresas gerais).
Neste primeiro quadrimestre de 2021, porém, já foram abertas 2.792 empresas (1.532 MEIs; 910 microempresas; 203 de pequeno porte e 147 empresas gerais), indicando um aumento de 7,17% em relação ao ano passado.
Seguindo esses números, os investimentos em 19 e 20 foram na ordem de R$ 744,2 milhões, enquanto, só neste ano, os investimentos formalizados em andamento apresentam pouco mais de R$ 1 bilhão -- esse valor ainda pode aumentar. No mercado de trabalho, também há dados positivos: já são 28.026 novos empregos gerados e 22.382 desligamentos, com saldo positivo de 5.644. Em 2020, no ano todo o saldo foi de +508 (79.597 gerados e 79.089 desligamentos).
Empregos em expansão
A Prefeitura de Itu registrou crescimento do setor econômico, com destaque para abertura de postos de trabalho e empresas. No ano de 2020, o saldo foi de 698 vagas de emprego (Caged), enquanto nestes primeiros meses de 2021 o crescimento continua, com saldo de 1.559 vagas. Uma das causas dessa evolução é a valorização da mão de obra local e a criação do novo setor de capacitação.
Em 2020, a unidade do Banco do Povo Paulista foi importante parceira do empresário local, com mais de R$ 850 mil aportados por meio de linhas de crédito. Neste ano, o banco já aprovou 31 contratos e mais de R$ 400 mil foram aportados, especialmente aos setores de turismo e alimentos & bebidas.
Em Itapetininga, muitos fatores contribuíram para manter a cidade em crescimento, como estabelecimento de grandes marcas de redes de atacado e varejo, abertura de empresas e condomínios, o que se reflete na abertura de novos postos de trabalho: são projetados 4,5 mil novas vagas no segundo semestre de 2021.
Por fim, em Tietê, o destaque ficou por conta também dos postos de emprego. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Governo Federal, o município foi o que teve maior saldo em sua microrregião (no regime CLT), no período compreendido entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021, totalizando 144 positivos.
Outros fatores positivos
Em Boituva, nos primeiros quatro meses do ano de 2019, 351 empresas foram abertas, enquanto, em 2020, houve uma queda, para 274, principalmente por conta do início da pandemia. Neste ano, porém, já são 484 empresas inauguradas entre janeiro e abril, indicando um aumento de 59,12% em relação a 2020 e 24,22% em relação a 2019. Com isso, aumentaram também os empregos: em 2019, o saldo foi de -138 e, em 2020, de -338, mas, em 2021, de janeiro a março, de 312 positivos.
Os números também são positivos em relação às construções. A média mensal de 2019 foi de 97 projetos aprovados e, em 2020, de 101 (com 111.096,00m² construídos). Já neste ano, a média mensal é de 183 (com 99.320,61m²), indicando evolução de 81,19% nas respectivas aprovações de 2020 para 2021 e uma projeção de 238.369,46m² aprovados.
Falando em construções, a cidade de Cerquilho indicou 16 investimentos entre os anos de 2019 e 2021, nos setores de alimentos, educação, químico, têxtil, automotivo e de embalagens. Com eles, foram criadas mais de 1,7 mil vagas de emprego - no ano passado, o saldo foi de 139 positivos e, neste ano, subiu para +346. Além disso, outro grande destaque da cidade é a balança comercial, que segue em superávit: em 2020, fechou com US$ 13,32 milhões positivos e, neste ano, de janeiro a abril, a conta também está no azul, com US$ 2,79 milhões.
Por fim, Votorantim, além de se destacar na abertura de empresas (até abril foram 533, o que, em projeção, indica maiores números que em 2019 e 2020), também tem bons números nas exportações: crescimento de 20% em relação ao mesmo período do ano passado (janeiro a abril de 2020). As importações tiveram um crescimento de 6%. (Marina Bufon)