Cesta básica sorocabana aumenta 1,54% em junho

Por Ana Claudia Martins

Batata apresentou a maior queda de preço, -16,3%.

O frango, a linguiça e produtos de higiene pessoal e limpeza puxaram a alta no preço da cesta básica em junho de 2021. O preço da cesta básica sorocabana em junho deste ano, quando comparado com o mês anterior (maio/2021), apresentou um aumento de 1,54%, passando de R$ 936,00, para R$ 950,41, ou seja, R$ 14,41 pagos a mais pelo consumidor.

Já quando comparado com o mesmo mês do ano anterior (junho/2020), teve um aumento de 31,14%, ou seja, R$ 225,66 pagos a mais pelo consumidor.

No mês passado, os produtos que tiveram os maiores aumentos de preços foram o frango (15,1%), o absorvente (6,2%), o biscoito água e sal (6,1%), a água sanitária (6,0%) e a linguiça fresca (5,7%).

Em contrapartida, os produtos que apresentaram as maiores quedas foram a batata (-16,3%), o extrato de tomate (-12,5%) a cebola (-10,6%), a salsicha (-4,4%) e a farinha de mandioca (-3,8%).

A pesquisa mensal da cesta básica sorocabana é feita pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas, da Universidade de Sorocaba (Uniso). Para o professor e coordenador da pesquisa, Lincoln Diogo Lima, a alta do preço da cesta básica em junho de 2021 (1,54%) foi no mesmo sentido do resultado medido pelo índice de inflação oficial (IPCA-15), que apresentou alta de 0,83%. “No entanto, os valores dos produtos de consumo básico que compõem a cesta básica aumentaram muito mais do que os bens e serviços em geral na economia (IPCA-15). No acumulado do ano, tanto a cesta básica quanto o IPCA-15 apresentam alta de, respectivamente, 7,77% e 4,13%”, destaca.

Frango subiu 15,1%

Presente quase que diariamente na mesa dos brasileiros, o aumento no preço do frango já chegou aos supermercados e foi sentido pelos consumidores.

Dos 34 itens pesquisados na cesta básica sorocabana, 20 deles apresentaram aumento no preço. Entre os itens que apontaram maior aumento está o frango (15,1%), passando de R$ 8,79 o quilo em maio para R$ 10,11 em junho.

No ano, o frango é o segundo item da cesta básica que mais aumentou de preço (26,6%), estando atrás apenas do alho (26,8%).

Para o professor e coordenador do Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas, Renato Vaz Garcia, diversos fatores contribuíram para isso. “Do lado da demanda, a alta de preço dos produtos substitutos, como a carne bovina, aliada à maior demanda externa pelo produto, contribuiu para elevar a sua procura. Pelo lado da oferta, o aumento do preço do milho e da soja encareceram a ração utilizada na alimentação dos animais e, como isso, elevaram o custo de produção”, afirma.

O absorvente foi o segundo item que registrou maior aumento de seu preço (6,2%), passando de R$ 3,76 (pacote 8 unidades) em maio para R$ 4,00 em junho. A água sanitária também está entre os itens que apontaram maiores aumentos de preço (6,0%), passando de R$ 5,15 (2 litros) em maio para R$ 5,46 em junho. No mês anterior o produto havia registrado uma queda de (- 3,8%).

Outro item que apresentou aumento de preço foi a linguiça fresca (5,7%), passando de R$ 20,86 o quilo em maio para R$ 22,04 em junho. Assim como o frango, o fator que influenciou o aumento do preço da linguiça foram os altos preços dos grãos (milho e farelo de soja), que são a base da ração para alimentação dos animais, e o alto custo da carne vermelha, que acaba por levar muitos consumidores a substitui-la pela linguiça fresca e o frango, já que eles são mais baratos.

Batata e cebola

Por outro lado, o item que apresentou a maior queda de preço foi a batata (-16,3%), passando de R$ 4,11 o quilo em maio para R$ 3,44 em junho. Tal queda se deve principalmente à intensificação da safra das secas em diversas regiões, elevando assim a sua oferta. Com esse resultado, a batata registra a sua quinta queda de preço no ano, de modo que o tubérculo passa a ser o item da cesta básica que apresenta a maior queda de valor acumulada no ano (-47,9%).

Ainda entre os produtos que apresentaram queda de preço, a cebola (-10,6%), cotada a 3,79 o quilo em junho ante R$ 4,23 em maio. Já são quatro quedas de preço consecutivas, de modo que, no ano, a cebola apresenta queda acumulada de -7,5%. Entre os principais motivos para tal queda está a maior oferta do bulbo devido ao período de colheita. (Ana Cláudia Martins)