Sorocabano desenvolve teste de baixo custo para detecção de Covid
O teste custa US$ 1,50 e foi considerado de elevada precisão
O sorocabano Lucas Felipe de Lima foi um dos criadores de um dispositivo para detecção de Covid-19 utilizando grafite de lapiseira. O teste custa US$ 1,50 e foi considerado de elevada precisão. O trabalho foi desenvolvido por meio de parceria entre a Unicamp e a Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e mereceu destaque na revista The Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). O brasileiro André Lopes Ferreira é coautor do projeto.
Segundo Lima, para desenvolver o teste, os pesquisadores usaram apenas grafites 0.7 e 0.9 mm e frascos plásticos de 2mL. “A ideia principal é que o individuo pode cuspir no frasco plástico e o resultado é obtido em 6,5 min, com um custo de US$ 1,50 por dispositivo”, e continuou “nosso dispositivo é altamente seletivo para detectar variantes de SARS-CoV-2, como a variante da Inglaterra, sem qualquer problema”.
O químico contou ao jornal Cruzeiro do Sul que a ideia para o dispositivo surgiu por meio de um sonho. “Já estávamos trabalhando com o desenvolvimento de dispositivos para a detecção de Covid-19. No entanto, ainda tínhamos algumas limitações. Um dia, tive um sonho sobre um dispositivo usando grafite de lápis e um recipiente plástico que usamos no laboratório para preparo de amostra”. Ele ainda relatou que seu orientador no Brasil, doutor William Reis de Araujo, gostou da ideia e recomendou os testes.
“O dispositivo funcionou muito bem e conseguimos fazer o diagnóstico de Covid-19 para mais de 100 amostras de pacientes, com boa resposta analítica”, relembrou Lima. A partir disso, ele, Ferreira e o doutor Araujo, começaram a delinear o trabalho, que foi realizado no laboratório do professor Cesar de LaFuente, localizado no departamento de medicina da Universidade da Pensilvânia.
De acordo com o estudante, ele faz parte do grupo de pesquisa no Instituto de Química da Unicamp. Atualmente, a equipe trabalha na Universidade da Pensilvânia. “Recebemos o convite para trabalhar na Universidade da Pensilvânia em outubro de 2020, mas somente no dia 2 de janeiro de 2021, chegamos aos EUA. A parceria iniciou quando meu orientador, o professor Dr. William Reis de Araujo nos disse sobre a oportunidade de trabalho no desenvolvimento de dispositivos para diagnóstico clínico de diversos patógenos, sendo um deles o SARS-CoV-2”, disse Lima, se referindo ao vírus da Covid-19.
Atualmente, três empresas entraram em contato com o grupo para comprar o dispositivo como diagnóstico clínico da Covid-19 em diversas regiões. Porém, o dispositivo ainda continua a disposição de empresas que estejam interessadas.