Represa e mananciais que abastecem Sorocaba continuam baixando

Sem chuva, abastecimento de água na Região Metropolitana de Sorocaba vive fase crítica

Por Ana Claudia Martins

Sistema Castelinho/Ferraz reduziu 10% da capacidade neste mês.

Os níveis dos mananciais que abastecem Sorocaba continuam baixando por conta da estiagem prolongada. Sem chuva expressiva há mais de quatro meses, a situação dos mananciais da cidade e da represa de Itupararanga preocupam a Região Metropolitana de Sorocaba (RMS).

Segundo o Saae/Sorocaba a última chuva volumosa que atingiu Sorocaba foi no dia 15 de abril. Com isso, os mananciais que abastecem o município não conseguiram, até o momento, melhorar como deveriam os seus níveis operacionais.

Apesar do atual cenário de crise hídrica com pelo menos três cidades da RMS já com medidas de racionamento de água (Itu, Tietê e Salto), o Saae Sorocaba informa que não há, até o momento, previsão de que o município adote medidas de restrição no sistema de abastecimento, pois está sendo possível a captação do volume de água necessário para o abastecimento da cidade.

“Conta, contudo, com o apoio fundamental da população, para que faça economia e uso consciente da água, motivo pelo qual a autarquia tem realizado campanhas nesse sentido, as quais estão sendo intensificadas”, informa a autarquia municipal.

O Saae Sorocaba aponta ainda que, conforme previsões meteorológicas, há expectativa de chuva de 48 milímetros neste fim de semana, na área da represa de Itupararanga, o que pode sinalizar um indício de início de recuperação.

Segundo a Votorantim Energia, nesta terça-feira (24), o volume útil da represa de Itupararanga estava em 26,42%, muito próximo ao limite mínimo do reservatório, que é chamado de “volume morto”. Na semana passada, o nível da represa era de 27,32%.

Uma nova reunião para avaliar os resultados das medidas adotadas pela empresa Votorantim Energia e sugeridas pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Sorocaba e Médio Tietê deve ocorrer hoje (26).

Mananciais

O nível dos dois mananciais que também abastecem a cidade seguem em queda por conta da estiagem. Em menos de um mês, o Sistema Castelinho/Ferraz, que operava com 55% da capacidade total no início do mês, ontem caiu para 45%. Já o Sistema Ipaneminha, que estava com 70% caiu para 55%. Respectivamente houve queda de 10% e 15% em um prazo de 20 dias.

No início da semana, o Saae Sorocaba informou que intensificou sua campanha de conscientização do consumo de água na cidade. Além disso, disponibilizou uma nova ferramenta para que a população tenha melhor avaliação e controle do consumo residencial de água. A Calculadora de Consumo de Água está disponível on-line, pelo link: https://www.saaesorocaba.com.br/calculadora-de-consumo-de-agua/.

Já Informações sobre situações de desperdício de água podem ser passadas pela população ao Saae/Sorocaba para providências, pelos canais: 0800 770 11 95 (ligação gratuita) e 3224-5800, além do atendimento pelo WhatsApp: (15) 98158-0356 e endereço eletrônico: fale@saaesorocaba.sp.gov.br.

Cidades da RMS ampliam racionamento

Algumas cidades da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) já estão ampliando as medidas de racionamento de água por conta da estiagem prolongada. Itu, por exemplo, ampliou o rodízio de abastecimento de água na cidade desde o último dia 20 para 24h/48h -- ou seja, um dia com abastecimento e dois sem. Antes o sistema era 24h/24h.

Araçoiaba da Serra está precisando até mesmo captar e bombear água de uma pedreira. A concessionária Águas de Araçoiaba informa que o abastecimento periódico iniciado no último dia 12 (bairros divididos e abastecidos em dias pares ou ímpares) deve perdurar até o final de agosto, quando nova avaliação será feita.

Salto, que é atendida pelas ETAs Bela Vista e João Jabour, iniciou no último dia 23 a fase laranja do plano de racionamento. Na cor laranja, a população fica sem água por 24 horas consecutivas, com o abastecimento retornando no dia seguinte.

Em Tietê, o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), informa que o município está há 27 dias com o racionamento parcial no abastecimento de água potável, que atingiu toda região central e o bairro São Pedro e adjacências. “Podemos tratar o assunto com maior segurança, que no momento inicial, sobre a situação das reservas de água subterrâneas e as respostas dos poços artesianos, na captação de água para consumo da população”, informa o órgão, que “monitora diariamente a abertura e fechamento de quarenta e três registros distribuídos na região central, com carência de produção e de reservação da água potável, para a execução das ações previstas na atual situação de racionamento de água para a comunidade afetada, mapeando e estudando novas ações para combater a crise hídrica.”

Já a Prefeitura de Cerquilho informa que está estudando medidas caso a oferta de água venha a diminuir consideravelmente. (Ana Cláudia Martins)