Deic prende suspeitos de aplicar golpe com falsas pesquisas da Covid
Os criminosos usariam a "pesquisa" para clonar o WhatsApp da vítima e pedir dinheiro para os familiares
Atualizada às 09h55
A Polícia Civil de Sorocaba, por meio da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), prendeu cinco suspeitos de aplicar golpes com falsas pesquisas sobre a Covid-19. A operação Ripley foi realizada na madrugada desta segunda-feira (13), no bairro de Itaquera, em São Paulo.
De acordo com a Polícia, as investigações demonstraram que os integrantes da associação criminosa ligavam para as vítimas, se passando por servidores do Ministério da Saúde. Eles simulavam que estavam realizando pesquisas sobre a sobre a doença.
Acreditando na encenação, as pessoas passavam seus dados e, com isso, o grupo clonaria o WhatsApp das vítimas. Conforme a polícia, após conseguirem a lista de contatos, os criminosos mudavam a dinâmica e, se passando pelas vítimas, solicitavam empréstimos a familiares e amigos.
Ao menos 50 policiais da Deic participaram da operação. "Não houve reação e não houve resistência", diz o delegado da Deic Rodrigo Ayres. "Estamos investigando há aproximadamente seis meses. Essa investigação iniciou-se em razão de uma vítima aqui de Sorocaba. Depois conseguimos descobrir diversas vítimas em todo o estado. No decorrer da investigação conseguimos identificar aí tanto o núcleo operacional, ou seja, aquele que faz as ligações, como também o núcleo financeiro", explica.
Como as investigações seguem, a Polícia Civil ainda não tem o número de vítimas e nem os valores obtidos pela quadrilha de forma criminosa.
Em São Paulo, foram apreendidos vários dispositivos eletrônicos, incluindo celulares, tablets e notebooks. Foram 11 mandados de busca e apreensão e cinco de prisão, todos na zona leste da capital. Os policiais civis da Deic Sorocaba desarticularam o núcleo operacional e o núcleo financeiro do grupo.
As cinco pessoas presas, incluindo uma mulher de 24 anos, passarão ainda nesta segunda-feira (13) por audiência de custódia. Caso as prisões sejam confirmadas, os quatro homens serão encaminhados para a cadeia de São Roque e a mulher ao Centro de Retenção Provisória de Cesário Lange.
Como agia a quadrilha
Conforme a investigação, a quadrilha era bem articulada, sendo que cada membro tinha suas funções bem definidas. Um deles tinha a função de abordar as vítimas em potencial pelo WhatsApp, se passando por funcionário do Ministério da Saúde. Na sequência, ele enviava um código que seria para que as vítimas fizesse um teste de Covid. Entretanto, na realidade, era o meio de se apossar da conta do aplicativo da vítima. Com isso entrava em cena o segundo membro da quadrilha, que pedia os valores a familiares e conhecidos da vítima.
Quando conseguiram os valores, entrava em operação uma nova etapa do trabalho criminoso. Era o processo de lavagem de dinheiro, usando várias contas bancárias. Os membros da quadrilha tinham entre 21 e 41 anos.