Pais de alunos de EE Estação George Oeterer reclamam da estrutura
O novo prédio foi inaugurado em 2017 e apresenta problemas estruturais e interdição de algumas salas
Atualizada às 18h28
Pais de alunos da Escola Estadual Estação George Oeterer estão preocupados com a segurança dos filhos dentro da unidade. O novo prédio da EE foi inaugurado em 2017, em Iperó, e apresenta problemas estruturais e interdição de algumas salas. Os adolescentes estão contando com aulas presenciais mesmo sem o laudo técnico final sobre a segurança da estrutura.
A Rosangela Cristina, de 34 anos, mãe da Júlia e do Gabriel, de 16 e 17 anos, respectivamente, contou que foi até o local para ver a real situação. “É muito grave. Temos três salas interditadas e a pior delas, está bem acima da direção. Não é só os alunos que estão em risco, mas todos os funcionários”, relatou. A mãe não tem mandado os adolescentes para a aula.
À reportagem, Rosangela enviou um ofício que teria sido enviado pela escola, no dia 22 de julho, à Secretaria Estadual de Educação, relatando os problemas estruturais no prédio. Conforme o documento, a escola apresenta barulhos e os pisos estão se levantando, quebrando e soltando. Também existem defeitos na sala dos professores, onde há uma laje que está cedendo. O ofício ainda pede por laudo técnico que autoriza o retorno das aulas presenciais.
No dia 29 de julho, mais um ofício teria sido elaborado. O documento volta a pedir um laudo técnico que comprove a segurança para alunos e funcionários, ressaltando a visita feita por um engenheiro da Gerenciadora Planservi (FDE), Coordenador de Obras da FDE, secretário de Obras da Prefeitura de Iperó e Dirigente Regional.
O relatório confirma a existência de trincas, infiltrações, vazamentos da caixa d’água e resvestimento cerâmico soltando. A análise também verificou que “as salas de aula 2 e 3 apresentam trincas horizontais na alvenaria abaixo da janela e trincas horizontais na alvenaria junto a viga de cobertura”. Outras constatações foram sobre as goteiras na quadra de esportes, os pisos soltos em diversos pontos e o desplacamento da argamassa.
A conclusão do relatório, é de que não há riscos estruturais aparentes, mas recomenda o laudo técnico e a emissão de uma anotação de responsabilidade técnica para retorno das aulas presenciais. O documento também foi enviado ao jornal Cruzeiro do Sul pela Rosangela.
Em resposta, a pasta estadual teria comunicado, no dia 30 de julho, a volta presencial das aulas, restringindo apenas o uso das salas 2 e 3. “Recomendo nesse momento a não utilização das salas de aula 2 e 3, mantendo-as fechadas, preferencialmente até a recuperação e correção das necessidades apresentadas no relatório”, solicitou via email.
Mais tarde, no dia 9 de agosto, a direção da unidade voltou a entrar em contato com a Secretaria de Educação informando que foi solicitado pelo município uma reavaliação do caso, pela preocupação e insegurança.
Histórico
Os problemas na unidade não são de hoje. Em 2019, quando a escola já contava com algumas rachaduras, alunos foram dispensados após sentirem abalos na estrutura do prédio. Ninguém se feriu.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Estadual de Educação que, em resposta, informou que a obra na escola foi realizada por meio de um convênio com a Prefeitura de Iperó. "A Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) irá notificar a Prefeitura para que o laudo técnico estrutural seja apresentado, considerando que ainda está em tempo a garantia de obra e a empresa contratada deverá ser acionada", afirmou a nota.
A pasta ainda ressaltou que a unidade foi vistoriada em junho por engenheiros da FDE e outras autoridades, e não foi constatado a existência de riscos estruturais aparentes passíveis de interdição. "As aulas presenciais ocorrem normalmente na unidade e os alunos que preferirem pelo ensino remoto não serão prejudicados, já que continuarão suas atividades de forma remota com os professores da unidade e por meio dos conteúdos do Centro de Mídias SP", concluiu a Secretaria.