Wanel Ville
'Tenho fé que ela não vai virar só estatística', diz mãe de estudante encontrada morta
Crime foi no sábado, em Sorocaba. Carol Pascuin levou um tiro na cabeça. Deic investiga
Elaine Pascuin, mãe da estudante de veterinária e vendedora Anna Carolina Pascuin Nicoletti, de 24 anos, quer justiça e tem fé de que a morte da filha não se transformará apenas em estatística. Psicóloga, Elaine deu a declaração ao Cruzeiro do Sul, quando falava sobre a filha, ontem (17). Anna foi encontrada morta, com um tiro na cabeça, no apartamento em que morava, no bairro no Wanel Ville, na zona oeste de Sorocaba, no sábado (13). O caso segue sendo investigado pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic).
Conhecida como Carol Pascuin, em seus trabalhos como influenciadora digital, a estudante tinha muita sintonia com a mãe. “A gente era muito ligada. Ela era grudada demais”, diz. Elaine ainda lembra que a filha era conhecida por proteger e ajudar. “E não raro, por eu ser psicóloga, ela pedia formas de ajudar as pessoas”, conta. Carol estava em um momento de muita felicidade. “Estava feliz, muito feliz. Estava se encontrando como profissional, feliz com o trabalho, pensando em voltar a estudar -- havia parado com a pandemia --, sendo muito amada pelo namorado, que é um rapaz incrível. Ela estava realmente feliz”, garante.
Tinha pressa de viver
A mãe ainda conta como a filha é reconhecida. “A vida dela se resumia em mexer com cavalo, com boi, com búfalo, com cachorro, gato. Ela amava tudo isso, gostava de mato, de botina no pé, de andar a cavalo. Andou cedo, falou cedo, nasceu antes da hora, uma pessoa que tinha muita pressa de viver, realmente muita pressa. Uma pessoa de muito bom coração e muito querida. Se você for lá na cidade -- Pilar do Sul -- todo mundo vai falar da gentileza dela, da forma que ela era, de bondade, de prestatividade, de correção. Vai ficar esse legado de uma menina muito alegre, muito, muito. Queria muita coisa da vida ainda e tiraram isso dela”. lamenta. “Tiraram abruptamente no momento que ela estava mais feliz na vida. “Tenho fé que ela não vai virar só estatística.”
Influencer
Carol Pascuin foi destaque de uma revista de Pilar do Sul, na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), onde morava até o início deste ano. Quem a entrevistou foi a jornalista Jéssica Nascimento, que hoje é repórter do jornal Cruzeiro do Sul. A reportagem abordava a trajetória e os desafios de influenciadores digitais. “A Carol era uma menina tímida, linda, sorridente, alegre e cheia de vida. Na entrevista, ela falou como cresceu na internet e como lidava com os haters. Ela também contou que em seus posts influenciava as pessoas a cuidarem da saúde mental”, destaca a jornalista, ao lamentar a morte da jovem.
No Instagram, Carol tinha mais de 10 mil seguidores. “Mas devido às perseguições (...), ela parou. Ficou mais fechada, expondo menos. Ficou bem chateada com tudo”, lembra Elaine, ao falar sobre essa atividade da filha. Nascida em Itapeva, onde morou até 2006, se mudou com a família para Pilar do Sul. Em fevereiro deste ano, se mudou definitivamente para Sorocaba.
A investigação
Carol foi encontrada morta no apartamento em residia no bairro Wanel Ville, na zona oeste de Sorocaba. O namorado foi o primeiro a chegar ao apartamento onde ela estava, já morta, por volta das 11h do sábado (13). Imagens de câmeras de segurança também estão sendo analisadas pela investigação. Ontem, a Policia Civil ressaltou que a morte continua sendo investigada pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic). “O caso está sendo investigado pela Deic e, no momento, qualquer declaração pode atrapalhar os trabalhos”, afirma em nota.
Ainda conforme a Polícia Civil, “as equipes, desde que o caso ocorreu, estão nas ruas - e não pararam nenhum instante - com o objetivo de esclarecê-lo o mais breve possível. Desde o momento que a Deic recebeu a notícia do crime, o trabalho dos delegados e policiais civis está sendo ininterrupto e, assim que alguma nova informação, que não comprometa o caso surja, a imprensa será informada”, conclui a nota. (Marcel Scinocca)