APCD faz ação para prevenir e combater o câncer bucal

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Estudantes da Uniso estiveram na Vila dos Velhinhos.

A Regional Sorocaba da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD) promoveu, no dia 11 de novembro, uma ação de prevenção e combate ao câncer de boca. Em parceria com a Universidade de Sorocaba (Uniso) e a Secretaria da Saúde (SES), a entidade disponibilizou 61 exames para idosos que vivem na Vila dos Velhinhos. Dois casos suspeitos foram identificados. Os procedimentos foram feitos por estudantes do curso de Odontologia da Uniso.

Só em 2020, 15.190 novos casos da doença foram diagnosticados no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Além disso, em 2019, 6.605 brasileiros morreram vítimas do câncer bucal, conforme informações mais recentes disponíveis do Atlas de Mortalidade por Câncer. O levantamento é desenvolvido pelo Inca, com base nos registros disponibilizados pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.

Diante destes dados, a APCD organizou a campanha para conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer bucal. “A ideia não é deixar (a campanha) restrita a uma ação localizada, mas, sim, levar essa consciência para a população sobre o câncer bucal, principalmente, a respeito dos fatores de risco”, diz Flávia Laiz Dias, presidente da APCD Sorocaba.

Segundo Flávia, os dois casos suspeitos detectados no lar de idosos receberão assistência da SES. Se confirmado o diagnóstico, os pacientes serão encaminhados para a realização da biópsia e tratamento.

A data da campanha feita pela entidade foi escolhida em alusão ao Dia Municipal de Prevenção e Combate ao Câncer de Boca, celebrado na cidade em 4 de novembro. A data foi instituída no município neste ano, a partir de sugestão da APCD, por meio da lei ordinária 12.311, de 2 de junho de 2021, de autoria do vereador João Donizeti (PTB).

Câncer de boca

Conforme a especialista, o câncer de boca consiste no aparecimento de tumores nos lábios, gengivas, bochechas, céu da boca, língua, nas bordas e na região embaixo da língua -- chamada de assoalho --, amígdalas e palato. É mais comum, sobretudo, em homens acima dos 40 anos. De acordo com Flávia, entre idosos, é ainda mais predominante. “Quanto mais idade, mais prevalente”, reforça.

A presidente da APCD elenca haver fatores de risco para o aparecimento do problema. Os principais são tabagismo, ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, exposição ao sol sem proteção, fatores traumáticos (como próteses mal adaptadas e restos dentários não retirados, a exemplo de raízes), alimentação inadequada e histórico familiar.

Por isso, com hábitos saudáveis de vida e cuidados simples é possível prevenir a doença. Realizar o autoexame e ir ao dentista regularmente estão entre os mais importantes.  “Tudo depende do fator de risco. Para cada paciente e cada situação, a gente específica um retorno mediante o risco, mas, no mínimo, uma vez por ano”, detalha Flávia. (Vinícius Camargo)