Hemonúcleo de Sorocaba tem queda nas doações de sangue
Os impactos negativos podem aparecer ainda nas próximas semanas
O Hemonúcleo de Sorocaba registrou, na primeira semana de janeiro, uma queda de aproximadamente 35% nas doações de sangue. Para Frederico Guimarães, gerente médico da Associação Beneficente de Coleta de Sangue (Colsan), essa diminuição -- logo no começo do ano -- tem explicação.
Em períodos de férias, as unidades coletoras costumam ser menos frequentadas. No entanto, o resultado desse baixo movimento acende um sinal de alerta nos estoques dos bancos de sangue.
Os impactos negativos podem aparecer ainda nas próximas semanas. De acordo com Guimarães, o Hemonúcleo atende cerca de 35 hospitais, entre público e privados, da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS). A unidade consegue armazenar até 170 bolsas de sangue por dia. O objetivo, segundo o médico, é atingir 70% da capacidade plena. Ou seja, bater 120 doações diárias.
A biomédica Brenda Livi, de 22 anos, é doadora de sangue desde 2017. Ela tinha pavor de agulhas, mas resolveu enfrentar seu medo. “ A importância vai muito além do que a gente imagina. O sangue total da bolsa ainda pode ser usado em frações, separado de acordo com a necessidade de cada paciente. Uma bolsa de sangue pode salvar a vida de até quatro pessoas”, explica.
A doação de sangue já faz parte rotina da Brenda e, inclusive, foi tema do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). “Doar sangue não dói, o medo da agulha é que faz as pessoas acharem que é desconfortável. É, literalmente, só uma picada e pronto. Eu tento incentivar todo mundo que eu conheço. Inclusive, meu TCC foi sobre a importância da transfusão de sangue e uso de hemocomponentes em pacientes oncológicos que desenvolvem anemia”, conta.
Como doar
Para doar sangue basta estar em boas condições de saúde e alimentado, ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 kg e levar documento de identidade original com foto. A doação pode ser agendada pelo site da Colsan (www.colsan.org.br) ou pelo aplicativo de celular “Colsan Doe Sangue, Doe Vidas”, disponível para download em aparelhos com sistemas Android e iOS.
Com o avanço da vacinação contra a Covid-19, os critérios para doar sangue mudaram. As pessoas que se vacinaram com a Coronavac, precisam aguardar 48 horas para fazer a doação. Já quem se imunizou com Astrazeneca, Pfizer ou Janssen, tem de esperar sete dias. Além disso, ficam inaptos -- por 35 dias -- aqueles tiveram contato direto com casos suspeitos ou confirmados de Covid-19.
“Sempre ouvimos: ‘precisando me avisa, que eu vou doar’. A questão é que sempre tem alguém que precisa, várias pessoas precisam. A gente pode não conhecer por nome ou endereço, mas sempre tem alguém precisando. Com a doação regular e de forma constante, podemos atender à todos. Nunca se sabe quem será o próximo a precisar”, finaliza o gerente médico da Associação. (Wilma Antunes)