Volta às aulas inaugura a nova fase do ensino médio
Novidade vale para alunos das escolas públicas e privadas a partir deste ano letivo
Os alunos do ensino médio de escolas públicas e privadas começarão o ano letivo 2022 no próximo dia 2 de fevereiro com novidades. A partir deste ano, entra em vigor o Novo Ensino Médio, que alinha a formação geral básica aos componentes dos itinerários formativos. Somente em Sorocaba, a quantidade de alunos matriculados no ensino médio na rede estadual, incluindo o Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (Ceeja), é de 24.388 estudantes.
Uma das principais mudanças é o aumento do tempo dedicado ao ensino médio. O tempo de aula que era de, em média, 4 horas por dia, passará a 5 horas por dia. Com isso, no final do ano, o aluno terá cumprido mil horas letivas anuais, um aumento de 200 horas em comparação com o modelo anterior. Além disso, o ensino médio deixa de ser somente uma preparação do estudante para o ingresso no ensino superior, mas com foco voltado também para o ensino técnico e o mercado de trabalho.
Assim, deste ano letivo, a 2ª série contará com 10 aulas semanais dedicadas ao aprofundamento curricular escolhido conforme as opções apresentadas pela escola. Na 3ª série, serão 20 aulas. Por meio dos itinerários formativos, o aluno pode percorrer uma ou mais trilhas de aprendizagem/aprofundamento relacionadas às áreas de conhecimento (linguagens, matemática, ciências humanas e sociais e ciências da natureza) ou à formação técnica e profissional.
O Novo Ensino Médio permitirá ao estudante fazer o aprofundamento curricular em uma das áreas do conhecimento, e ainda receber dois certificados de qualificação profissional. Assim, será possível desenvolver outras competências e facilitar o ingresso no mundo do trabalho.
O coordenador do Ensino Médio da Secretaria de Estado da Educação, Gustavo Mendonça, afirmou que as principais mudanças ocorrem neste ano para os estudantes do 2º ano. “Agora, cada escola deve ofertar para a 2ª série, pelo menos, dois aprofundamentos e contemplar as quatro áreas do conhecimento: linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza”, explicou Mendonça.
O secretário de Estado da Educação, Rossieli Soares, destacou a participação estudantil, já no ano passado, quando os estudantes da 1ª série do ensino médio da rede pública estadual manifestarem interesse nos itinerários formativos e puderam escolher os cursos.
“Através dos itinerários, o estudante terá a oportunidade de aprofundar conhecimentos em áreas que dialoguem diretamente com o seu projeto de vida. É um passo importante para descobrir potenciais e explorar vocações individuais, além da chance de concluir o ensino médio com um diploma técnico ou profissional”.
Preparação dos professores
Em relação aos professores da rede estadual, o governo estadual informa que, para apoiá-los na implementação do novo currículo, a Secretaria da Educação do Estado apresentou o Material de Apoio ao Planejamento e Práticas do Aprofundamento (Mappa), que traz sugestões práticas e orientações didáticas para variadas etapas do trabalho docente, como planejamento integrado, curadoria de materiais, reorganização de tempos e espaços, mediação de aprendizagem e avaliação (diagnóstica e formativa).
Além disso, o conteúdo oferece um quadro com possibilidades de integração entre os componentes das áreas do conhecimento. Entre outros pontos, objetiva orientar a prática pedagógica para o uso das metodologias integradoras, além de indicar e explicitar as relações entre os componentes da unidade curricular.
“São atividades que vão ajudar os professores responsáveis pelas aulas nos aprofundamentos a desenvolverem habilidades fundamentais à rotina, inclusive com acesso a possibilidades de integração entre os componentes. Todo o material também é ofertado de forma digital para que todos os professores possam fazer uso para o planejamento deste ano”, disse o secretário Rossieli Soares.
Porém, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado (Apeoesp) critica o Novo Ensino Médio na rede pública e informa que os itinerários formativos, por exemplo, permitem que o estudante escolha o que quer e o que não quer estudar. “Isso significa que cada estudante poderá ter acesso a conhecimentos diferenciados dentro da mesma escola. De comum mesmo, os alunos só terão a aprendizagem de português e matemática”. (Ana Cláudia Martins)