André Moron encerra carreira policial e mantém vida pública
Moron diz que sua paixão pela polícia e pela política sempre andaram lado a lado
Longe das delegacias de polícia e das investigações criminais, André Moron agora encara um novo desafio, desta vez, como chefe de gabinete do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos). Para Moron, sua paixão pela polícia e pela política sempre andaram lado a lado, embora as áreas de atuação sejam bem diferentes, elas também têm muita coisa em comum. Uma delas, é ajudar o próximo, princípio que ele diz sempre ter carregado consigo. Após mais de 30 anos de carreira na área policial de Sorocaba e muita história na bagagem, a aposentadoria chegou junto com a sensação de “dever cumprido”.
André e sua família são naturais de Sorocaba, ele estudou nas escolas Antônio Padilha e Getúlio Vargas. Depois de concluir o ensino médio, ingressou na Faculdade de Direito de Sorocaba (Fadi) e se formou em 1986. Em seguida, decidiu que queria ser delegado de polícia e prestou concurso para realizar seu sonho. Passou na prova e fez especialização em uma academia da Capital por nove meses.
Sua carreira começou na Barra do Turvo, onde teve a oportunidade de trabalhar em cidades como Jacupiranga, Cananéia, Iguape, Registro e outros municípios da região litorânea de Santos. Após quatro anos, o delegado literalmente subiu a serra e passou a atuar na região policial de Sorocaba.
“Fiquei em Tapiraí, Piedade e depois fui transferido para Sorocaba. Aqui, a minha carreira foi bastante atípica. Trabalhei dez anos na DIG [Delegacia de Investigações Gerais]. Depois fui para a Dise [Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes], onde fiquei mais dez anos. Eu gostava muito de fazer prevenção de drogas com palestras em escolas, universidades e fábricas. Na minha última década no ramo, trabalhei no administrativo, como delegado seccional. Era responsável por Sorocaba e mais 18 cidades da subregião”.
André já cuidou de inúmeros casos. “Assim como os médicos, nós [da polícia] acabamos vendo muitas tragédias. É difícil, por exemplo, ver um crime que envolve criança. A hora que a gente chega em casa e olhamos para os nossos filhos, a comparação é inevitável. Então, a empatia também acaba sendo desenvolvida. Não podemos fazer para os outros aquilo que não gostaríamos que fizessem conosco”, diz.
Depois de 34 anos na polícia, sendo 30 só em Sorocaba, Moron pediu a aposentadoria em novembro de 2020. Em janeiro, aproveitou para tirar férias e, em fevereiro, já estava efetivamente aposentado. No entanto, em novembro do mesmo ano, ele recebeu um convite formal para compor a equipe do governo Manga. André resolveu mudar de vida e aceitou o novo desafio, e assumiu o cargo de diretor de Planejamento na Urbes - Trânsito e Transporte.
Já no fim de 2021, o então diretor foi chamado para ser chefe de gabinete do prefeito. Na opinião de Moron, todos os cidadãos deveriam saber mais sobre a política da cidade, até mesmo para se inteirar de seus direitos. “Ajudo em todas as decisões administrativas. Sempre achei que os políticos interferem demais na vida da gente. Uma canetada pode interferir no nosso imposto de renda, nos direitos trabalhistas, de aposentadoria. A gente está cansado disso. Encaro esse novo ciclo como uma forma de mudar a vida das pessoas para melhor”, disse. (Wilma Antunes)