PM localiza possível responsável por cemitério clandestino em Sorocaba

Ele confessou integrar uma facção criminosa e foi preso junto a outras três pessoas com grande quantidade de drogas

Por Kally Momesso

Perícia continua os trabalhos nas áreas.

Um homem acusado de envolvimento no caso do cemitério clandestino, descoberto em novembro de 2021, foi localizado nesta quinta-feira (3) pela Polícia Militar. Ele confessou integrar uma facção criminosa e foi detido junto a outras três pessoas, sendo um procurado por homicídio e dois com grande quantidade de drogas. O caso foi registrado no bairro Vitória Régia, em Sorocaba.

De acordo com o PM Tenente Zanardo, durante um patrulhamento pelo local, a equipe localizou três homens em atitude suspeita. Ao avistarem a viatura, eles tentaram entrar em uma residência, mas foram detidos.

Na abordagem, os agentes encontraram uma porção de drogas e uma quantia de dinheiro com um suspeito. Já os outros dois, na identificação foram acusados como procurados da Justiça por homicídio. 

Questionados, ambos confessaram a participação no chamado tribunal do crime, para uma facção criminosa que atua no Estado de São Paulo. Sobre a droga, o trio confirmou que havia mais entorpecentes dentro da casa, onde a polícia localizou um quarto suspeito, que também foi detido.

O grupo foi encaminhado ao plantão Norte, onde ficarão à disposição da Justiça. 

Cemitério clandestino

Ao menos 12 cadáveres foram encontrados em novembro de 2021 no cemitério clandestino que servia para enterrar condenados do chamado tribunal do crime de uma facção criminosa. As covas estavam em um área desabitada, no fundo do residencial Altos do Ipanema, que fica próximo da rodovia Emerenciano Prestes de Barros, na zona norte de Sorocaba.

Segundo a Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), 11 mandados de prisão foram expedidos. Toda a situação deu origem a chamada Operação Tânatos. A operação ocorreu após seis meses de investigações. O setor de inteligência da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) identificou diversas pessoas envolvidas diretamente com os crimes de homicídio.

Toda a investigação começou após o desaparecimento de uma das vítimas. “Em decorrência das investigações, nós chegamos em um local onde essas vítimas eram enterradas”, diz. Ainda conforme ela, os corpos estavam em uma mesma região e ela não descartou a possibilidade da localização de novas vítimas. “O número de vítimas pode ser maior. Portanto, as investigações continuam”, garante.

A maioria das prisões ocorreram no bairro Vila Astúrias, região de Brigadeiro Tobias, zona leste de Sorocaba. Porém, também houve prisões nos residenciais Carandá e Altos do Ipanema II, que fica próximo do cemitério clandestino. A maior parte das prisões ocorreu pela manhã, no entanto, por volta das 16h30, um dos presos do caso chegou à sede da Deic.

Além de homicídios, os acusados ainda devem responder por cárcere privado e tortura. A investigação aponta também que ocorriam reuniões da facção para as deliberações, cujas sentenças, quase sempre acabavam em morte. Iam a julgamento, quem descumpria uma espécie de código de conduta do grupo, que incluía estupro e dívidas.

O total de mandatos, incluindo os de busca, somavam 29. Conforme a delegada Luciane Bachir, as vítimas ou os julgados, ficavam em cárcere, eram brutalmente agredidos e quase sempre as situações resultaram em mortes. Tânatos ou Thánatos, que deu nome à operação, na mitologia grega, significa a personificação da morte.