Linha de ônibus Ipatinga deixa de circular em George Oetterer

Moradores do bairro George Oetterer, em Iperó, que trabalham em Sorocaba, contam que estão passando por maus bocados nos últimos dias. Eles são usuários da Linha 66 - Ipatinga, que desde 2017, atende e circula pelo bairro, onde estava localizado, inclusive, o ponto final da linha. Ocorre que há pelos duas semanas, conforme os trabalhadores, a linha deixou de circular em Iperó.

Vídeos recebidos pela reportagem mostram os usuários da linha descendo em um condomínio que fica na estrada do Ipatinga. Após o desembarque, eles precisam percorrer cerca de quatro quilômetros a pé, quando não conseguem carona ou não tem outra forma de deslocamento. O percurso dura em média 40 minutos, mas apresenta variações -- para mais ou para menos --, assim como a distância, dependendo de onde o usuário mora no bairro.

Karine Bianca da Silva Braga é uma das pessoas que sofre com a situação. Ela trabalha em um restaurante em Sorocaba. Desde a semana passada, conforme ela, a situação está assim. “Infelizmente, acho que eles estão com preconceito com a população de George Oetterer”, desabafa. “O que eles alegam é que a estrada está em obras, mas não tem ninguém, por enquanto, mexendo (na estrada). A gente liga no número 118 e a única resposta é que mudou o itinerário”, reclama outra usuária.

A Urbes - Trânsito e Transportes confirmou que a Linha 66 - Ipatinga opera com ponto final na Estrada do Ipatinga, próximo ao Condomínio Vivendas do Lago. Mas alega que a linha continua atendendo a demanda dos moradores, chegando ao bairro de George Oetterer, em Iperó, em horários programados. “Como se trata de outro município, a linha circula pela avenida Carlos Oetterer até a igreja do bairro e, depois, retorna”, garante.

Entretanto, a Urbes não mostra quais são esses horários. No site, há uma tabela que mostra como ponto final o condomínio citado pela Urbes e apontado pelos usuários. A tabela, entretanto, é de 2014.

A Linha 66 atende sete bairros somente na zona oeste de Sorocaba, transportando pelo menos 11 mil usuários por mês. A linha já teve interrupções de circulação em Iperó, por determinação judicial, como ocorreu em 2010, no governo do Vitor Lippi, em ação movida pela Agência Reguladora de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). Em 2017, durante a gestão de José Crespo, voltou a operar dentro do bairro. (Marcel Scinocca)