Variação mensal do etanol é de 9,8%; e consumidor foge das bombas

O preço médio do etanol e da gasolina subiu quase 10% em um mês em Sorocaba e os consumidores tentam usar menos o carro para tentar economizar. Segundo pesquisa feita pelo jornal Cruzeiro do Sul no Sistema de Levantamento de Preços (SLP) mantido no site da Agência Nacional do Petróleo (ANP), na comparação do início abril com o início de março deste ano, o preço médio do litro do etanol subiu 9,83% e o da gasolina 8,97% na cidade.

Para efeito de comparação, a inflação acumulada em 12 meses medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é de 11,30%. Conforme os dados, o preço médio do litro do etanol passou de R$ 4,27 para R$ 4,69. E o preço médio do litro da gasolina subiu de R$ 6,24 para R$ 6,80. A pesquisa foi realizada em 26 postos de combustíveis de Sorocaba.

De acordo com os dados do SLP, na primeira semana de abril (entre os dias 3 a 9) de 2022, o preço médio do litro do etanol na cidade estava em R$ 4,69. No período, o preço mínimo do litro era R$ 4,47 e o máximo R$ 5,19. Já no início de março deste ano (de 6 a 12), o preço médio do litro do etanol ficou em R$ 4,27, e o preço mínimo por litro em R$ 3,92 e o máximo R$ 4,99.

A comparação dos preços médios por litro significa que no período de praticamente um mês, o consumidor sorocabano passou a gastar mais 42 centavos por litro de etanol. Já a diferença no preço do litro entre o valor mínimo e o máximo chega a 72 centavos, ou seja, se o motorista conseguir abastecer pelo preço menor irá economizar.

Em relação à gasolina, o preço do litro na cidade já passou a casa dos R$ 7, dependendo da bandeira do posto e do tipo do combustível escolhido. No caso da gasolina comum, o preço médio por litro, no início de abril, era de R$ 6,80, segundo a pesquisa da ANP. No período, o preço mínimo era de R$ 6,47 e o máximo de R$ 7,19. Os valores são referentes aos dias 3 a 9 de abril..

No início do mês de março de 2022, o preço médio do litro da gasolina em Sorocaba era vendido por R$ 6,24. Enquanto o preço mínimo por litro estava em R$ 5,88 e o máximo em R$ 6,59.

Já na comparação do preço médio por litro da gasolina no início de abril com o início de março deste ano, o motorista pagou 56 centavos a mais por litro. E na diferença entre o preço mínimo do litro e o máximo neste mês chega a 72 centavos, isto é, o consumidor precisa encontrar o combustível mais barato se quiser economizar.

Consumidores buscam alternativas

Para quem só anda de carro próprio a única saída é encontrar o posto com o menor preço. Já quem possui outro tipo de veículo, como motocicleta, tenta usar menos o veículo e assim gastar menos com combustível. Mas, quem só possui um carro, a única maneira de economizar é migrar para o transporte público ou outros meios de transporte mais acessíveis financeiramente como a bicicleta, transporte por aplicativo ou mesmo a boa e velha caminhada, que, além de tudo, faz bem para a saúde.

A enfermeira Aline Porto, 38 anos, disse que o preço do litro da gasolina está muito caro e que ela usa o carro para ir ao trabalho. “A gasolina subiu muito e o único jeito é deixar o carro na garagem. Não tem outra forma para economizar”, afirma.

A coordenadora Janine Leo, 29 anos, costuma abastecer o veículo com gasolina, mas como a alta no preço, tem dado preferência por usar a motocicleta. “Só estou usando o carro em extrema necessidade porque a gasolina está cara demais. Então, dou preferência para a moto e assim é a única forma de economizar”, destaca.

O arquiteto Sandro Rodrigues, 50 anos, também acha que tanto a gasolina como o etanol subiram bastante. “Só não estou gastando tanto com combustível porque estou trabalhando em casa, então, tenho rodado menos. Assim, uso o carro somente quando é necessário”, aponta.

Nos postos da cidade, os preços dos combustíveis variam de acordo com a bandeira. Em alguns, nesta semana, o menor preço encontrado pelo litro da gasolina foi de R$ 6,29 e o litro do etanol mais barato estava em R$ 4,49. Especialistas orientam que o uso do etanol deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando o preço do etanol representa mais de 70% do valor da gasolina. (Ana Claudia Martins)