Sorocabanos voltam às igrejas para celebrar Corpus Christi

 

As celebrações de Corpus Christi foram retomadas em Sorocaba, após dois anos suspensas devido à pandemia de Covid-19. Nesta quinta-feira (16), diversas igrejas católicas realizaram eventos alusivos à data. Nas Paróquias do Sagrado Coração de Jesus, Santa Maria dos Anjos, São Francisco de Assis e de Nossa Senhora Auxiliadora, por exemplo, houve as tradicionais missas, procissões e montagem de tapetes.

Na Paróquia do Sagrado de Jesus, na Vila Nova Sorocaba, cerca de 600 fiéis -- de acordo com estimativa dos organizadores -- lotaram a missa. A celebração, presidida pelo padre Evandro Luiz Zanardo Paulim, de 43 anos, ocorreu às 10h. Logo após, houve a procissão com o Santíssimo Sacramento. Ao fim do percurso, padre Evandro abençoou os cristãos. O advogado Zeca Moreira, de 51 anos, participa dos eventos há 30 anos. Segundo ele, o Corpus Christi é um dia para os fiéis se conectarem ainda mais com a própria fé. “É um momento de espiritualidade, de devoção, de reflexão espiritual. Um momento de deixar a vaidade e o ego de lado e compartilhar a eucaristia com todos”, destaca.

Além da cerimônia religiosa e da procissão, o tapete voltou a ser montado na em frente à igreja do Sagrado Coração de Jesus -- a Alameda Guarujá. O trabalho começou na na noite de quarta-feira (15) e durou aproximadamente oito horas. Entre 20 e 25 pessoas deram forma ao ornamento de 2,5 metros de extensão e constituído por 24 imagens repletas de cores. Ele cobriu um quarteirão da via. Os símbolos foram feitos com cascas de ovos, serragem, pó de café, areia, pedras para aquário e tampas de garrafa.

Na comunidade, essa tradição se mantém há, pelo menos, 30 anos. O desenhista João Paulo Caroquer, de 21 anos, participa há dez anos. Ele é um dos dez responsáveis pela criação dos desenhos. De acordo com o rapaz, os tapetes não são produzidos apenas por conta da beleza; eles têm, na verdade, significado profundo. “É mostrar para o povo cada significado da Igreja, o que é importante para a Igreja”, fala.

Envolvido ativamente e há tanto tempo na confecção do tapete, Caroquer sentiu falta de realizá-lo nos últimos dois anos. A saudade era tanta que, no ano passado, ele teve uma ideia para manter o costume. Fez desenhos em cartolinas e colou na fachada da paróquia. Agora, comemora o retorno do formato tradicional. “É muito gostoso. Quando você faz algo que gosta, não consegue parar”. A motorista de van escolar Tânia Regina Riovezan, de 58 anos, ajudou na montagem pela primeira vez. Apesar do cansaço, considera que a experiência valeu a pena. “É muito gratificante.”

Santa Maria dos Anjos

Na Paróquia Santa Maria dos Anjos -- Parque Vitória Régia -- cerca de 300 pessoas montaram um tapete que cobriu todo o quarteirão da rua Mariano Vera dias, onde está localizada a igreja. O processo começou ainda na madrugada desta quinta (16) e levou em torno torno de seis horas para ficar pronto. Foram utilizados serragem, pó de café, cascas de ovos, farinhas, bem como materiais recicláveis:  tampas de garrafas, lacres de latas e papéis. Às 15h, houve missa, presidida pelo padre Rodolfo Gasparini Morbiolo, de 41 anos. Na sequência, os fiéis saíram em procissão. No final do trajeto, o sacerdote também concedeu a benção aos presentes.

Segundo padre Rodolfo, os tapetes são importantes expoentes do significado de Corpus Christi. Ele cita que, como o próprio nome diz, trata-se de uma data para reverenciar o corpo de Cristo. “O tapete tem o objetivo de demonstrar a devoção das pessoas a Jesus Eucarístico. Ao mesmo tempo, é uma obra de arte e uma expressão popular”.

Assim, nesse dia, seja por meio do auxílio nos tapetes, presença nas celebrações ou caminhadas, os católicos propagam intensamente a sua fé. “A festa de Corpus Christi envolve a eucaristia. É um momento de nós expressarmos publicamente a nossa fé. A eucaristia é o centro da vida cristã. Na celebração da eucaristia, nós recordamos a paixão, morte e ressurreição de Jesus Eucarístico”, explica.

Na Paróquia de São Francisco de Assis, na Vila Assis, o tapete foi montado dom cobertores. Após a procissão, eles foram doados a entidades assistenciais. Já os fiéis da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no Mangal, utilizaram serragem para montar o tradicional ornato na calçada da praça da Maçonaria.