Murilo Piatti tem mandato cassado e fica inelegível por 8 anos
Esta é a primeira vez em que um vereador é cassado em Votorantim; Piatti diz que vai recorrer na Justiça
A sessão de julgamento da Câmara Municipal de Votorantim, realizada nesta terça-feira (5), decidiu pela cassação do vereador Murilo Piatti (PSDB), assim como sua inelegibilidade por oito anos. Esta é a primeira vez na história da cidade em que um parlamentar tem seu mandato anulado. Piatti exerceu a função de vereador por aproximadamente um ano e meio.
O motivo que levou o mandato do vereador à ruína foi a viagem de seu ex-assessor Davi Leandro de Souza. O então funcionário postou fotos em Lisboa (Portugal) nas redes sociais quando, em tese, deveria estar prestando serviços em Votorantim. Enquanto ocupava o cargo de assessor parlamentar, Souza ganhava R$ 3,4 mil.
Na época, o gabinete de Piatti afirmou que houve um mal-entendido no caso envolvendo seu funcionário, pois, oficialmente, suas férias estavam previstas para ocorrer entre os dias 3 de janeiro e 22 de janeiro de 2022. No entanto, em acordo feito com o parlamentar, o assessor teria agendado suas férias entre os dias 24 de janeiro e 9 de fevereiro.
Então, uma Comissão de Ética e Decoro Parlamentar foi executada em desfavor de Piatti, com objetivo apurar a viagem do ex-assessor. A conclusão da Comissão foi pela cassação do parlamentar.
Na sessão de julgamento realizada votaram a favor da cassação os vereares Adeilton Ita (Cidadania), Pastor Lilo (União Brasil), Cirineu Barbosa (PMN), José Cláudio Pereira (PT), Cesar Silva (Cidadania), Mauro dos Materiais (PTB), Robson Vasco (PSDB) e Thiago Schiming (PSDB).
Já o Gaguinho (PTB) foi contra a cassação de Piatti. Os parlamentares Luciano Silva (Podemos) e Rogério de Lima (Progressistas) estavam ausentes.
'Consequências desproporcionais'
Murilo Piatti lamentou o fato de ser o primeiro vereador a ser cassado em Votorantim e disse que "tudo foi baseado em julgamento político e não técnico". Para ele, as consequências para os erros cometidos durante o seu mandato são "desproporcionais".
"Fui colocado na Câmara pelo povo e agora vão me deixar inelegível por 8 anos. Já disse anteriormente, eu errei, aprendi com eles, mas a cassação eu não concordo e nunca vou concordar", salientou.
Piatti ainda disse que vai recorrer na Justiça devido à "gravidade das falhas" apresentadas durante o processo. "Meu advogado já está recorrendo à Justiça para que eu possa retornar ao cargo de vereador", finalizou.
Restaurante japonês
Antes de ser cassado, o vereador chegou a ser afastado por 60 dias. A penalidade ocorreu em março deste ano e foi determinada pela Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Votorantim, após apuração de gastos em uma viagem a São Paulo, realizada no dia 26 de agosto de 2021.
A razão para a suspensão do mandato foi o pedido de reembolso de R$ 302,17, para bancar o almoço em um restaurante japonês na Alameda Lorena, área nobre da capital paulista.
O ticket médio para alimentação de membros da Câmara é de R$ 30 por dia. Além disso, houve pagamento de R$ 27,47 para gorjeta, o que é proibido por regulamentação. (Wilma Antunes)