Preço da cesta básica sorocabana teve queda de 2,30% no mês passado

Os produtos que mais contribuíram para a queda foram o frango e a batata; o litro do leite foi o que mais subiu

Por Ana Claudia Martins

Desde o início de agosto até a última terça-feira (16), a cotação média do litro de leite no atacado de São Paulo já caiu quase 17%

Enfim, uma notícia mais animadora para o consumidor em relação aos preços dos 34 itens da cesta básica sorocabana. Na comparação do preço da cesta básica na cidade em junho deste ano com o mês de maio de 2022, o valor apresentou queda de -2,30%, passando de R$ 1.113,08 para R$ 1.087,50, ou seja, R$ 25,58, pagos a menos pelo consumidor.

Dos 34 itens analisados, 20 deles apresentaram queda no preço. Entre os alimentos que apresentaram as maiores quedas, o frango foi o que mais teve queda (-26,97%), passando de R$ 12,46 (o quilo) em maio para R$ 9,10 em junho. A principal explicação para a queda de valor do item foi a retração de demanda por parte do consumidor, durante o período em que o preço estava em alta.

Por outro lado, no mesmo período, o litro do leite apresentou o maior aumento entre os 34 produtos analisados e assustou os consumidores, passando de R$ 4,98 em maio para R$ 5,27 em junho. Mas, o preço do litro já está quase batendo os R$ 7,00 em vários supermercados da cidade desde o início de julho.

O feijão também pesou mais no bolso do consumidor no mês passado, subindo de R$ 9,18 (o quilo) em maio para R$ 9,59 em junho, o que representa aumento de 4,47%.

Para o coordenador da pesquisa, professor e economista Marcos Antonio Canhada, a queda do preço da cesta básica em junho de 2022 (-2,30%) foi em sentido contrário ao resultado medido pelo índice de inflação oficial (IPCA-15), que apresentou alta de 0,69%. “Os produtos de consumo básico que compõem a cesta básica ficaram em média mais baratos e os bens e serviços em geral, medidos pelo IPCA-15, ficaram mais caros”, aponta.

Conforme a pesquisa, na comparação do preço da cesta básica sorocabana em junho de 2022 com o mesmo mês do ano anterior (junho/2021) houve aumento de 14,42%, ou seja, R$ 137,09 pagos a mais pelo consumidor. O levantamento é feito mensalmente pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade de Sorocaba (Uniso), que é coordenado pelo professor Renato Vaz Garcia.
“Em 2022, o valor da cesta básica iniciou o ano apresentando queda nos dois primeiros meses do ano e forte alta nos meses seguintes, encerrando o mês de junho com queda de 2,30%”, destaca Garcia.

Alimentos que apresentaram queda no preço

Os produtos que mais contribuíram para a queda do custo da cesta básica sorocabana no mês passado, segundo a pesquisa, foram: o frango, a batata, o sal, a cebola e a carne de 2ª. Entre os alimentos que apontaram maiores quedas, o frango (-26,97%) foi o primeiro item com maior queda, passando de R$ 12,46 (o quilo) para R$ 9,10 (o quilo). A principal explicação para a queda de valor do item foi a retração de demanda por parte do consumidor durante o período em que o preço estava em alta.

Em seguida, a batata foi o segundo item com maior queda de preço (-12,47%), passando de R$ 7,78 (o quilo) para R$ 6,81 (o quilo). De acordo com a pesquisa, a queda do preço da batata é consequência da queda da temperatura que favorece o aumento da oferta do produto, contribuindo para o preço cair.
Em terceiro lugar ficou o sal (-9,45%), que passou de R$ 2,54 (o quilo) para R$ 2,30 em junho.

Em quarto lugar, o preço do quilo da cebola caiu -6.81%, passando de R$ 6,61 em maio para R$ 6,16 em junho. E em quinto lugar, a carne de 2ª teve redução de preço de -5,18%, passando de R$ 34,78 (o quilo) para R$ 32,98 em junho.

Depois de acumular altas, a carne de 2ª apresentou queda devido as chuvas ocorridas nas principais regiões produtoras, o que favoreceu o crescimento dos pastos, com maior disponibilidade de pastagens, o gado pode engordar mais rápido, podendo ir mais cedo para o abate. Assim, os produtores puderam vender os animais antes, favorecendo o preço aos consumidores, aponta a pesquisa.

Preço do leite continua subindo

Dentre os produtos que apresentaram as maiores altas de preços e continuam subindo o leite foi o campeão no mês passado e continua em alta desde o início de julho. Conforme a pesquisa, em junho de 2022, o litro do leite subiu 7,11%, passando de R$ 4,98 em maio para R$ 5,27 em junho.

Ainda de acordo com a pesquisa, a principal explicação para a alta de valor do item se deve à menor oferta, a queda na produção está atrelada ao avanço do período de entressafra, que ocorre sazonalmente entre o outono e o inverno, e também a elevação de custo de insumos necessários a produção de leite, que vem subindo de forma significativa.

Os demais alimentos que mais subiram no período foram: o feijão (4,47%), passando de R$ 9,18 (o quilo) em maio para R$ 9,59 em junho; a água sanitária (4,36%), de R$ 5,51 (2 litros) para R$ 5,75 em junho; e o papel higiênico (1,85%), de R$ 7,58 (pacote com 8 unidades) em maio para R$ 7,72 em junho.

Consumidores reclamam

Apesar da queda de 2,30% no preço da cesta básica sorocabana no mês passado, os consumidores afirmam que ao longo do ano os alimentos subiram muito. E nem mesmo aproveitando as promoções nos supermercados e substituindo produtos mais caros por mais baratos, a economia não é significativa, pois os reajustes de salários dos trabalhadores e dos aposentados, geralmente, não acompanham nem o índice de inflação oficial.

É o que afirma a aposentada Mariza Alfaro, 62 anos, que faz uma verdadeira “via sacra” por vários supermercados próximos da casa dela. Ela firma que passa em vários e compra os produtos com preços mais baratos. “Nem assim a gente consegue economizar porque os preços dos alimentos não param de subir. Está tudo muito caro e antes a gente fazia carne com batatas, hoje é batata com um pouquinho de carne, porque também subiram muito”, afirma.

A também aposentada Leonor Cabrera Rodrigues, 72 anos, reclamou do preço do litro do leite. Ela conta que estava pagando menos de R$ 4 o litro e agora não encontra por menos de R$ 6. “Os laticínios estão subindo demais, o leite e o queijo dispararam. Os supermercados estão vendendo muito caro os produtos e não sabemos os motivos para tantos aumentos”, questiona. “A gente não sabe porque sobe tanto. Uma hora falam que é por conta da guerra na Ucrânia, outra hora porque não chove. Ninguém explica”, diz. (Da Redação)