Decisão judicial surpreende representantes do paraquedismo

Advogados estudam alternativas para reverter decisão que suspendeu atividades; assunto repercute na cidade

Por Cruzeiro do Sul

Estão proibidos lançamentos (saltos) e voos sobre as áreas urbanas da cidade

A decisão surpreendeu os representantes no esporte. Essa é a avaliação do presidente da Confederação Brasileira de Paraquedismo (CBPQ), Uellinton Mendes. “Então, não pode mais passar avião em cima das cidade, porque pode cair”, diz. Tudo isso ocorre a poucos dias do Campeonato Nacional, que começa na terça-feira (26), em Piracicaba.

“Concordo com a polícia que é preciso melhorar a segurança, o nosso código desportivo é muito rígido nisso e a Prefeitura nos apoia”, reforça. A Confederação possui atualmente cerca de 5 mil paraquedistas ativos e a instituição defende que é necessário reduzir as possibilidades para que acidentes aconteçam. A sede está localizada dentro do Centro Nacional de Paraquedismo (CNP), em Boituva, que teve as atividades suspensas por tempo indeterminado após liminar concedida pela justiça na sexta-feira (22). O pedido partiu do delegado da cidade, Emerson Jesus Martins, após o acidente que matou o paraquedista Andrius Jamaico Pantaleão, 38 anos, na terça-feira (19). Com isso estão proibidos saltos e voos sobre as áreas urbanas de Boituva.

Se a decisão for desrespeitada cabe multa diária de R$ 50 mil. Neste ano, essa foi a segunda morte envolvendo saltos de paraquedas. Em 24 de abril, a paraquedista do Exército Bruna Ploner, de 33 anos, tentou fazer uma manobra e caiu.

“Mais de 300 famílias vivem do parequedismo na cidade. Tem os dobradores, instrutores, comerciantes. E agora, como vão ficar?” questionou o presidente da entidade. Boituva é a maior área de salto no mundo, tendo sediado inclusive campeonatos internacionais. Segundo ele, no momento advogados estudam quais são as possibilidades jurídicas para reverter a decisão.

Repercussão

Nas redes sociais, a postagem feita pela Câmara de Vereadores sobre o assunto motivou vários comentários, tanto de moradores que concordam, por entenderem que é preciso reforçar a segurança ou por considerarem que as aeronaves são barulhentas. Mas a maioria dos comentários considera que foi graças ao esporte que o nome da cidade ficou conhecido, além da preocupação com os reflexos econômicos da suspensão. (Da Redação)