Rodovia Raposo Tavares, que corta a região, completa um século
Trecho urbano da rodovia em Sorocaba é desafio para as autoridades de trânsito e para a concessionária
A Rodovia Raposo Tavares completa 100 anos nesta sexta-feira (26) e é considerada uma das mais importantes da malha rodoviária paulista. Com seus 654 quilômetros, a rodovia cruza o estado de São Paulo desde a zona oeste da capital paulista chegando até Presidente Venceslau (SP), na divisa com o estado do Mato Grosso do Sul. Ao longo dos últimos 100 anos, a estrada, que já foi conhecida pelos paulistas como a “rodovia da morte”, por conta de acidentes com vítimas fatais, passou por diversas transformações, que acompanharam o crescimento populacional e o desenvolvimento econômico do estado mais importante do país.
Em Sorocaba, o trecho urbano da Raposo Tavares é administrado pela CCR ViaOeste desde 1998, ou seja, há 24 anos. Segundo a concessionária, a Raposo Tavares possui volume diário médio de 64 mil veículos no trecho administrado pela empresa, entre o km 34 em Cotia até o km 115 em Araçoiaba da Serra.
A Raposo Tavares nasceu por meio de um decreto do então presidente do estado de São Paulo, Washington Luís (1869-1957), em 26 de agosto de 1922. Inicialmente decretada para conectar a cidade de São Paulo ao estado do Paraná, a rodovia contribuiu para fomentar o desenvolvimento econômico das cidades do oeste paulista.
Já o trecho que vai do km 115, em Araçoiaba da Serra, até o km 168, em Itapetininga, é administrado pela CCR SPVias. A CCR SPVias administra o trecho que vai do km 115, em Araçoiaba da Serra, até o km 168, em Itapetininga. De lá para cá muita coisa mudou. Além disso, vários outros trechos da Raposo Tavares são administrados pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER).
Com o crescimento das cidades paulistas ao longo dos anos, a Raposo Tavares também teve que se modernizar e acompanhar o desenvolvimento econômico estadual. Por isso, ao longo dos últimos 100 anos, obras de duplicação e melhorias foram realizadas para melhorar as condições de tráfego, segurança, melhorias na sinalização, reduzir o tempo das viagens e de acidentes, além de diversas outras obras.
Trecho urbano de Sorocaba
Os trechos urbanos da Rodovia Raposo Tavares, que mais parecem avenidas das cidades por onde a estrada passa, como é o caso de Sorocaba, são desafios para o trânsito local, que afetam os motoristas e pedestres. No trecho urbano da rodovia, que está totalmente integrado com a cidade, os acidentes costumam ocorrer mais em alguns trechos e deixam mortos e feridos.
O tema já foi assunto de diversas matérias publicadas no jornal Cruzeiro do Sul, o que motivou a concessionária a promover melhorias na sinalização em alguns trechos, com o objetivo de evitar acidentes graves, principalmente envolvendo diversos veículos e mortes.
Outro problema é a saturação em alguns trechos ao longo do trecho urbano da rodovia, principalmente na região da zona sul da cidade, como no acesso ao bairro do Campolim, onde nos horários de pico o volume de veículos acaba provocando congestionamentos nas pistas das marginais da Raposo Tavares em Sorocaba. A mesma situação ocorre também em outros pontos.
Segundo a CCR ViaOeste, o trecho urbano da Raposo em Sorocaba é de cerca de 18 quilômetros, que compreende o km 91 ao km 109. Outra reivindicação antiga no trecho urbano da estrada é a construção de uma passarela no km 106 e melhorias no acesso ao Hospital Regional de Sorocaba Dr. Adib Domingos Jatene. A obra está em fase de conclusão e deverá ser entregue em breve, depois de vários anos de espera e cobranças.
“A remodelação do acesso ao hospital regional passa pelo prolongamento da via marginal, ampliação do viaduto do km 106 e a implantação de uma passarela que permitirá a travessia com segurança, tanto para pacientes e profissionais do hospital, quanto para a população que irá utilizar a Arena Multiuso”, informa a concessionária.
Novas obras em andamento
A Raposo Tavares, na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), atualmente está com obras de duplicação, que quando inauguradas, estarão totalmente duplicadas no trecho entre Itapetininga até a capital paulista. As obras em andamento são a duplicação do trecho entre São Roque a Alumínio (entre o km 46 e o km 63), e a duplicação do trecho entre Mairinque a Sorocaba (entre o 67 e o km 89). “Os projetos trarão melhorias na mobilidade e fluidez no tráfego urbano e de longa distância totalizando cerca de 38 quilômetros duplicados na rodovia”, informa a CCR ViaOeste.
Já em relação à redução dos número de acidentes na Raposo Tavares em Sorocaba, a concessionária ressalta evolução, por meio de investimentos no quesito segurança, realizados desde que a CCR ViaOeste assumiu a concessão do trecho, em 1998.
“Eles contribuíram para a redução dos índices de óbitos em acidentes fatais em 75 % (dados de 2021). Outro destaque é para o número de feridos que apresenta redução de 15,8% no mesmo período de comparação. Já o número de acidentes gerais sofreu queda de 5,43%. O total de acidentes tem relação direta com o volume de veículos, que cresceu substancialmente ao longo dos anos em toda a Rodovia Raposo Tavares. Contudo, por meio das melhorias em engenharia, operação e por ações educativas e de segurança”, aponta a empresa.
Opinião do motorista
Pessoas que utilizam o trecho urbano da Raposo Tavares cobram pontos de melhorias nos acessos entre os vários bairros, sobretudo nos horários de pico. Para o motorista de aplicativo Thiago Barbosa Magioni, 33 anos, a Raposo é uma boa rodovia, apesar de alguns trechos de trânsito “pesado”.
“Em horário de pico, as entradas para o Campolim e para a avenida Dr. Armando Pannunzio já estão bastante saturados”, reclamou.
Ele destaca ainda que motoristas abusam da velocidade principalmente nas marginais da Raposo Tavares. “A imprudência causa acidentes”, disse.
Para o vendedor Flávio Sampaio, 46 anos, o principal problema da Raposo é no trecho após a Universidade de Sorocaba (Uniso), onde os carros chegam a cruzar as pistas para pegar a saída para Brigadeiro Tobias.
“Aquele trecho é muito perigoso e o risco de acidentes é muito alto porque os veículos da pista da esquerda estão em alta velocidade e os da direita mais devagar e quando eles se cruzam, formando um X, o risco de ocorrer uma colisão é grande. Precisa fazer alguma obra para mudar esse trecho”, sugeriu. (Ana Claudia Martins)