Caiu a contribuição para aposentado e pensionista

Deputados revogaram a cobrança previdenciária criada por Doria

Por Wilma Antunes

Contribuição adicional entrou em vigor em março de 2020 cercada por protestos. Deputados da região Danilo Balas (PL), Carlos Cezar (PL), Maria Lúcia Amary (PSDB) e Edson Giriboni (União) são coautores da revogação


O Projeto de Lei Complementar (PLC) que revoga a cobrança de contribuição previdenciária em aposentadorias e pensões do serviço público estadual foi aprovado ontem (25), em sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Desta forma, os servidores aposentados que, desde 2020, passaram a ter descontadas alíquotas que variam entre 11% e 16% dos seus vencimentos, poderão voltar a receber o valor integral.

Para que a medida passe a valer, o governador Rodrigo Garcia (PSDB) precisa sancioná-la. Nos bastidores da Alesp, o assunto é que o chefe do Poder Executivo Estadual já sinalizou uma posição favorável à proposta. Quatro deputados da região constam como coautores no documento: Agente Federal Danilo Balas (PL), Carlos Cezar (PL) e Maria Lúcia Amary (PSDB), de Sorocaba; e Edson Giriboni (União), de Itapetininga.

A matéria legislativa em questão revoga o segundo inciso do 9º Artigo da Lei Complementar 1.012/2007, cuja última atualização entrou em vigor no dia 6 de março de 2020, durante a gestão de João Doria (PSDB). O texto em vigência diz que quando houver déficit atuarial do Regime Geral da Previdência Social (RGPS) do Estado será aplicada contribuição adicional sobre aposentados e pensionistas que recebam benefícios acima de um salário mínimo.

O público afetado pela mudança da legislação teceu duras críticas ao governo. Sindicatos de diferentes categorias do serviço público também repreenderam a atitude. Nas redes sociais, internautas chegaram a chamar a medida de “confisco de aposentadorias”. Além de Doria, Garcia assinou o decreto por responder também pela Casa Civil do governo paulista na ocasião. Era o vice-governador do Estado e atuava como secretário de Governo da gestão.

Para o deputado Carlos Cezar, a aprovação do PLC repara um custo social que vem sendo sofrido por milhares de famílias nos últimos dois anos. O parlamentar ainda destacou a mobilização dos servidores públicos estaduais acerca da causa, levando à elaboração do projeto e sua aprovação por unanimidade pelo plenário em regime de urgência.

“É injusto que depois de anos dedicados a servir à população, os aposentados e pensionistas tivessem que voltar a pagar a previdência para suprir um déficit que não foi causado por eles”, salientou. A propositura deve vigorar a partir de 1º de janeiro de 2023, caso seja sancionada. (Wilma Antunes)