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Represa de Itupararanga atinge quase 60% de seu volume útil nesta terça (17)

CBA, empresa responsável pela gestão do reservatório, iniciou nova operação aumentando a vazão defluente; medida visa preservar o nível de água armazenada

17 de Janeiro de 2023 às 15:38
Ana Claudia Martins [email protected]
Represa de Itupararanga atinge 62% de seu volume útil
Represa de Itupararanga atinge 62% de seu volume útil (Crédito: Cezar Ribeiro )

A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), empresa responsável pela gestão da represa de Itupararanga, apresentou ao Grupo de Trabalho de Crise Hídrica (GT-CH) uma nova proposta de operação do reservatório. Segundo a empresa, a principal diferença da nova proposta é o estabelecimento de patamares que determinam as vazões defluentes que devem ser praticadas no reservatório, baseadas em seu próprio nível e na afluência natural. Com a nova regra, a vazão defluente atual da represa para o Rio Sorocaba passou de 2,5 m³/s para 4 m³/s.

Nesta terça-feira (17), o volume útil da repesa de Itupararanga chegou a praticamente 60% de sua capacidade (59,54%) e nível de 822,59 metros acima do nível do mar. O índice representa um aumento de 10,7% em relação ao último dia 5 de janeiro, quando o reservatório estava com 48,84% de sua capacidade.

Conforme a CBA, a nova regra visa melhorar a forma de operação da represa de Itupararanga, que é focada em usos múltiplos, tais como o fornecimento de água para a comunidade e a produção de energia elétrica. A nova medida foi apresentada durante reunião ocorrida no último dia 9 de janeiro entre representantes da CBA e membros do GT-CH.

Ainda conforme a CBA, a medida é uma iniciativa que atendeu a uma deliberação do Comitê de Bacia Hidrográfica Sorocaba e Médio Tietê (CBH-SMT), do qual o GT-CH faz parte, no sentido de preservar o nível de água armazenado no reservatório e ainda o controle de cheias.

“A proposta apresentada foi aprovada de forma deliberativa no GT-CH, atendendo a obrigação do Grupo de Trabalho, que foi determinada frente à crise hídrica enfrentada pela bacia hidrográfica nos últimos dois anos”, informa a empresa.

A CBA informou ainda que contratou uma empresa especializada para avaliar a melhor forma de operação do reservatório, resultando no estudo que serviu de base para a nova proposta apresentada.

O vice-presidente do CBH-SMT, e coordenador da Câmara Técnica de Planejamento e Gerenciamento de Recursos Hídricos, professor André Cordeiro Alves dos Santos, afirma que o GT-CH deliberou pela aplicação da nova regra, de forma provisória, com a aplicação do aumento da vazão defluente de forma escalonada.

“A proposta é baseada em cotas proporcionais. Conforme aumenta o volume do reservatório, pode ser aumentada a sua vazão defluente. Assim, a vazão máxima de saída somente poderá ser equivalente à vazão máxima de entrada. A regra operativa é dividida em 6 steps, que compreendem desde a cota equivalente ao volume morto (813,5 m) até a cota de vertimento (823,50 m)”, explica o coordenador.

Alves dos Santos, no entanto, afirma que os resultados da aplicação da nova regra precisam ser analisados, sobretudo, no período da estiagem, ou seja, quando chove menos, para avaliar se a nova medida é capaz de evitar que o volume útil do reservatório comece a baixar. “A medida também depende de aprovação do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), ressalta o coordenador.

Representantes da CBA e do GT-CH voltarão a se reunir no próximo dia 23 deste mês, onde os primeiros resultados da nova regra serão debatidos.

A CBA informou que a proposta apresentada foi aprovada de forma deliberativa no GT-CH, por meio de súmula técnica GT-CH 001/2023. 

O jornal Cruzeiro do Sul também enviou questionamentos para o DAEE sobre a nova regra de operação da represa de Itupararanga apresentada pela empresa. Em nota, o órgão estadual informou que a proposta de regra operativa do reservatório de Itupararanga foi apresentada ao Grupo de Trabalho de Crise Hídrica (GT-CH), do Comitê da Bacia Hidrográfica do Sorocaba e Médio Tietê (CBH SMT), do qual o Daee é membro. “A manifestação foi emitida por meio da Súmula Técnica GT-CH Nº 01/2023, de 10/01/2023, emitida pelo Comitê”, ressalta o órgão estadual.

O Daee informou ainda que não recebeu diretamente a proposta de regra operativa, tendo em vista que a CBA possui a concessão e outorga da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a operação do reservatório.

Aumento de 10,7%

As chuvas dos últimos dias, que têm praticamente diárias em Sorocaba e região, contribuíram ainda mais para elevar o volume útil de água na represa de Itupararanga. No último dia 5 de janeiro, o reservatório atingiu 48,84%. Quase 15 dias depois, nesta terça, o volume subiu para quase 60%, isto é, 59,54%, o que significa um aumento de 10,7% no período (12 dias).

O índice também está bem acima do volume registrado no início de dezembro do ano passado, quando no dia 6 daquele mês o índice estava em 39,7%, ou seja, quase 20% (19,84%) abaixo do registrado hoje (17). (Da Redação)

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