Cesta Básica Sorocabana sobe 0,49% em dezembro
Se considerar o período de um ano, o aumento foi de 5,85%, indica pesquisa
O valor da cesta básica sorocabana subiu 5,85% em um ano, mas se manteve praticamente estável entre novembro e dezembro de 2022, com alta de 0,49%, segundo indicação da pesquisa feita pela Universidade de Sorocaba (Uniso) que mostra os itens que mais subiram e baixaram nos supermercados da cidade no mês passado.
Em dezembro de 2021, a cesta básica sorocabana custava R$ 987,88. No mês passado, custou R$ 1.049,34. Já em relação ao mês de novembro de 2022, o preço apresentou alta de 0,49%, passando de R$ 1.044,22 para R$ 1.049,34.
Segundo o professor e economista Marcos Antonio Canhada, o ano de 2022 foi marcado por um início com forte tendência de elevação nos preços de componentes da cesta básica sorocabana, impactada pelo preço dos combustíveis, questões climáticas desfavoráveis, e desdobramentos da guerra da Ucrânia.
Dos 34 itens da cesta básica, 20 deles apresentaram alta no preço em dezembro de 2022. A batata foi o item com maior alta, passando de R$ 5,93 (kg) em novembro, para R$ 6,80 (kg) em dezembro, um aumento de 14,67%. A alta ocorreu devido ao aumento dos custos de produção e pelo clima adverso ao longo do ano.
O segundo item com maior aumento de preço foi o extrato de tomate, que teve alta de 8,84% e passou de R$ 4,30 (370g) para R$ 4,68 (370g), devido a alta do valor de seu principal insumo -- o tomate -- e também reflexo de questões climáticas.
Impactado pelas variações cambiais e também devido ao clima, o alho aparece em terceiro na lista das maiores altas de preços, passando de R$ 5,28 (200g) para R$ 5,54 (200g), ou seja, 4,92%. Em quarto lugar, aparece o papel higiênico, com alta de 3,50%, passando de R$ 8,86 o pacote com 8 unidades, para R$ 9,17. Em quinto, com aumento de 2,87%, aparece o achocolatado, que passou de R$ 6,96 (400g) para R$ 7,16 (400g).
Já os produtos com maiores quedas, destacam-se a muçarela fatiada, com queda de 4,61%, passando de R$ 48,56/kg para R$ 46,32 (kg); em seguida, a cebola, que teve queda de 3,62%, passando de 8,83 (kg) para 8,51 (kg), a farinha de mandioca caiu 1,77%, de R$ 5,09 (500g) para R$ 5,00 (500g), em seguida, o vinagre, que caiu 1,32%, passando de R$ 2,27 (750ml) para R$ 2,24 (750ml) e, por fim, o sabonete, com queda de 0,93%, que passou de R$ 3,23 (90g) para R$ 3,20 (90g).
Os produtos que apresentaram a maior alta percentual de preço durante todo o ano de 2022 foram a cebola (104,87%), a batata (64,25%), o sabonete (33,89%), o leite longa vida (33,60%) e a farinha de mandioca (32,98%). Os produtos que tiveram maior queda percentual de preço foram: o frango (-15,36%), o vinagre (-13,514%), a linguiça fresca (-9,36), o açúcar refinado (-8,45%) e a água sanitária (-4,71%).
Fora do carrinho
Embora o preço da batata tenha aumentado nos supermercados, o alimento faz parte da refeição de muitas famílias. Com isso, muitos optam por não abrir mão e levar para casa. É o caso da dona de casa Maria Fernanda Mendes, de 85 anos.
Ela diz que notou o aumento do preço, mas ainda assim, utiliza batata quase todos os dias: “Eu gosto bastante de batata e, para ser sincera, gasto mais batata do que arroz. Eu compro mesmo estando mais caro. A diferença de preço entre os mercados é muito grande. Hoje estou comprando a batata aqui porque pesquisei antes. Tem um mercado bem perto da minha casa, mas lá está mais caro”, disse.
A cebola e o alho, essenciais para o preparo de muitas receitas também estão sempre no carrinho da dona de casa. Porém, a muçarela, mesmo sendo o produto com maior redução de preço em dezembro, não está em sua lista de compras. “A muçarela ainda está muito cara. Eu não compro e hoje optei pelo queijo fresco. Muitas coisas estão caras. A cebola está com um preço absurdo. Está difícil. A única maneira de tentar economizar é fazendo uma boa pesquisa de preços. Em certos mercados, está pela metade do preço”, desabafou.
Responsável por fazer as compras da casa, o aposentado Miguel Queiroz, de 67 anos, conta que substituiu a batata por outros legumes e que não compra muçarela há muito tempo. “Deixei de comprar a batata por causa do valor. No lugar da batata, tenho comprado abobrinha ou chuchu. A muçarela não compro porque está muito cara e também deixei de comprar cebola, tomate, entre outras coisas”. Já o leite e o arroz, essenciais no dia a dia do aposentado, a escolha é sempre pelo mais em conta.
No entanto, outros produtos que tiveram alta, como o achocolatado, ele mantém na lista de compras e não troca por outro, mesmo estando mais caro. “Isso já não dá para deixar de comprar ou trocar por um produto mais barato, por causa das crianças de casa, elas gostam desse”, disse.
Expectativa
Para 2023 , a expectativa é que os preços possam se manter acompanhando a tendência do IPCA, que tem previsão de variação de cerca de 5,5 % neste ano. “Esta expectativa deverá ser monitorada, em função de novas políticas econômicas do novo governo, aspectos climáticos, sazonalidades na oferta de produtos e também questões externas, que podem interferir no preço dos 34 itens que compõem a cesta básica sorocabana”, disse Canhada. (Virgínia Kleinhappel Valio)