Derrite garante controle da situação em São Paulo
Secretário de Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite informou que irá cumprir a decisão judicial do ministro do STF
Atualizada à 1h16 desta terça-feira (10)
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo afirmou nesta segunda-feira (9) que está monitorando a situação em todo o Estado e atuando para preservar o direito de todos. A pasta acrescentou que o direito à livre manifestação não pode ser utilizado para cometer atos de vandalismo, que tais condutas não serão toleradas e que os responsáveis serão punidos conforme a Lei.
Durante coletiva realizada na manhã de ontem (9), no Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), o secretário de Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite, informou que irá cumprir a decisão judicial do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, para desmobilizar os acampamentos dos manifestantes em até 24 horas. A intenção, segundo o secretário, é que tudo seja resolvido sem o uso da força.
Assim que chegou ao conhecimento de Derrite a ordem judicial do ministro da Suprema Corte, houve uma reunião para dar cumprimento à decisão. “Nós vamos, através do diálogo, informar para os manifestantes que existe uma ordem judicial de desmobilização dos acampamentos. Isso vai acontecer. Nós temos 24 horas para que essa ordem judicial seja cumprida e será feita com tranquilidade, justamente por ter a certeza de que os manifestantes em São Paulo estão realizando suas manifestações de forma pacífica”, explicou.
Na noite de domingo (8), Derrite designou reforço policial nas sedes dos poderes da capital paulista. Para a Assembleia Legislativa foram designadas nove equipes da Força Tática e ontem (9), um pelotão de choque. “Deixamos também um pelotão de choque na sede do CPA/M1, na área central, de fácil mobilização. Nós tomamos a precaução, primeiro, de reforçar o policiamento na sede dos poderes. Nós instalamos o Gabinete de Crise, estamos acompanhando em tempo real os locais das manifestações”.
Além disso, no Tribunal de Justiça -- sede do Poder Judiciário -- a segurança também foi reforçada. Conforme o secretário, os serviços de inteligência das polícias Civil e Militar estão acompanhando as manifestações e os grupos: “Em São Paulo, os manifestantes estão tranquilos. O efetivo de manifestantes em frente à Assembleia é pequeno”.
Em relação aos atos de domingo (8) em Brasília, Derrite disse que não irá julgar as ações tomadas na área de Segurança Pública de outros Estados. “Não vou julgar por não saber quais os motivos que desencadearam aqueles atos em Brasília. Aqui em São Paulo, eu garanto que a manifestação não tem relação com o que ocorreu em Brasília”.
Pontos de bloqueios
Ainda na manhã de ontem (9), quando um ponto de bloqueio foi registrado na altura da ponte dos Remédios, na marginal Tietê, Derrite sobrevoou a capital paulista, em especial os principais pontos de entrada e saída, como a Castelo Branco, Anhanguera, Bandeirantes e também uma central de distribuição da Petrobras. Segundo ele, todos esses locais estavam com tráfego dentro da normalidade.
“Nós tivemos uma tentativa de bloqueio da rodovia Anhanguera, na altura do quilômetro 148, no município de Limeira, que foi prontamente restabelecido pela Polícia Militar Rodoviária, deixando uma faixa e impedindo que [o trânsito] parasse completamente. As nossas tropas, em especial da Polícia Rodoviária, estão preparadas para evitar e proibir que qualquer estrada seja parada. Por isso, tomei a precaução de fazer um sobrevoo pela manhã, para ver se tinha algum foco e garanto que não existe”, disse.
Em relação ao bloqueio na Marginal Tietê, Derrite afirmou que os manifestantes aproveitaram que havia uma borracharia nas proximidades, atearam fogo em alguns pneus e saíram, mas os manifestantes não estavam parados no local. “A Polícia Civil vai investigar e está buscando identificar os autores por meio do setor de monitoramento de câmeras. Foi algo muito rápido e que foi rapidamente restabelecido”.
"Não admitiremos isso em SP"
Nas redes sociais, o governador do Estado Tarcísio de Freitas comentou os atos realizados em Brasília e garantiu que não vai admitir que isso aconteça em São Paulo: “Para que o Brasil possa caminhar, o debate deve ser o de ideias e a oposição deve ser responsável, apontando direções. Manifestações perdem a legitimidade e a razão a partir do momento em que há violência, depredação ou cerceamento de direitos. Não admitiremos isso em SP”. (Virgínia Kleinhappel Valio)