Ações tentam adequar trânsito na volta às aulas

Semob amplia fiscalização e planeja atividadades educativas

Por Vinicius Camargo

Medidas têm como objetivo minimizar o impacto provocado pelo aumento de veículos circulando nas vias de Sorocaba em cerca de 25%

A volta às aulas, nesta semana, deve aumentar em até 25% o número de carros circulando pelas ruas de Sorocaba. Atualmente, a frota total do município é de 519.915 veículos. As informações são da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob). Por conta disso, a pasta adotou várias ações especiais de trânsito. Mesmo com as medidas, muitas vezes, há congestionamento em diversos pontos, o que se torna um transtorno para os motoristas.

Segundo a Semob, agentes de trânsito realizam operações contínuas de monitoramento, orientação e fiscalização do trânsito nas via próximas às escolas. Há maior ênfase nos locais de grande fluxo.

Paralelamente, ainda conforme a secretaria, esse trabalho também abrange áreas com trânsito acentuado, como as avenidas Ipanema, Itavuvu, General Carneiro, General Osório e Antônio Carlos Comitre. A lista ainda inclui as praças Nove de Julho e da Bandeira. Além disso, a Secretaria de Segurança Urbana (Sesu) informou a continuidade da ronda escolar, reforçando a medida no início das aulas.


Ações educativas


Outra iniciativa da Semob, que começou ontem (1º), é a programação de fevereiro das atividades educativas diárias de trânsito. Para os próximos 15 dias, estão programadas 19 ações referentes a seis temáticas diferentes, de acordo com a pasta municipal. Todas elas acontecem em pontos estratégicos.

Um dos projetos é o de conscientização nas escolas, dentro do programa Volta às aulas com trânsito seguro. Ele prevê a entrega de materiais educativos para alunos, pais e responsáveis. Os informes apresentam, sobretudo, dicas de atitudes preventivas e conscientes no trânsito. O Colégio Uirapuru foi o primeiro a receber a ação, ontem (1º). A programação completa pode ser conferida em: https://bit.ly/3JxkcXh.

Nesta quinta-feira (2), a Escola Municipal Amim Cassar, localizada no Jardim Santa Cecília, prestigiará, em primeira mão, o teatro de fantoches Superamarelinho. A peça conta a história de um agente capaz de salvar vidas ensinando atitudes responsáveis e caçando “vilões” do trânsito. Ela, igualmente, será encenada em outras instituições. O calendário está disponível em: https://bit.ly/3JxkcXh.


Motoristas sofrem


O trânsito mais intenso é um problema para os motoristas. A dificuldade é maior nos horários de pico, que ocorre, geralmente, entre 7h e 8h e das 17h às 19h, segundo a Semob.

Para o servidor público Leandro Augusto de Camargo, de 32 anos, quando as aulas retornam, fica mais difícil transitar na cidade pela manhã. Ele contou que, devido ao horário de entrada nas escolas, há, frequentemente, lentidão nesse período. Camargo mora no Jardim Magnólia, na zona oeste, e trabalha no Alto da Boa Vista, na zona leste.

Geralmente, o trajeto entre a sua casa e o trabalho leva 15 minutos. Quando as unidades de ensino retomam as atividades, a locomoção se torna mais demorada, passando a demandar entre 25 a 30 minutos. Ele disse não ter opção de desvio para tentar reduzir esse tempo. “Como uso muito a marginal [avenida Dom Aguirre], não tem ‘para onde fugir’”, comentou. Assim, a solução é se adiantar. “Saio 15 minutos mais cedo, para não chegar atrasado”, destacou.

Quem passa pela mesma situação é o auxiliar de serviços gerais Pedro Hernandes Ribeiro, de 75 anos. Assim como Camargo, ele enfrenta mais adversidades de manhã. Normalmente, partindo de sua residência, no Jardim Gonçalves, Ribeiro chega ao trabalho, no Jardim Saira -- ambos bairros da zona leste -- em 15 minutos. Contudo, em época letiva, o deslocamento demora 25 minutos.

Há uma rota alternativa, no entanto, é inviável, de acordo com ele. Com isso, a saída é fazer o percurso regular e encarar o trânsito. “Se eu fizer o desfio, é mais longe, perco mais tempo e pego mais trânsito”, informou.


Cidade não comporta


Leandro Camargo opinou que esse problema está relacionado à incapacidade da malha viária de comportar o número de veículos existentes. “A cidade cresceu em número de pessoas e a engenharia continua a mesma de anos atrás”, apontou. Por isso, conforme ele, são necessárias medidas para adequar a estrutura de trânsito à demanda de hoje. Entre elas, sugere rodízio de veículos, construção de novas vias, sobretudo de acesso, e reestruturação das atuais. O foco das ações, completou, deve ser a garantia do escoamento do tráfego. Pedro Ribeiro concordou: “Sorocaba está pequena demais para muito trânsito”, considerou. (Vinícius Camargo)