Elize Matsunaga passou por pelo menos cinco condomínios de Sorocaba

De acordo com a Polícia Civil, Elize morou em Sorocaba por pouco mais de dois meses

Por Wilma Antunes

Elize Matsunaga

Elize Matsunaga, que recebeu liberdade condicional em maio do ano passado, passou por pelo menos cinco condomínios residenciais de Sorocaba, segundo a Polícia Civil. Ela foi indiciada nesta segunda-feira (27), na cidade, por uso de documentos falsos.

Em coletiva de imprensa realizada na Delegacia Seccional de Sorocaba, o delegado Acácio Leite disse que Elize respondeu a todos os questionamentos, acompanhada de seu advogado, Luciano de Freitas Santoro, e mostrou-se uma pessoa "calma e serena".

O delegado José Humberto Urban Filho, titular da Seccional, também esteva presente na coletiva para anunciar os procedimentos da investigação aos profissionais de imprensa. De acordo com os policiais, as denúncias sobre a atividade ilícita de Elize, em Sorocaba, começaram no final do mês de janeiro.

O fato é que Elize tinha um contrato de trabalho com uma empresa que presta serviço de pintura a condomínios. Em um desses residenciais, próximo ao bairro Wanel Ville, foi exigido seu atestado de antecedentes criminais.

O documento apresentado por Elize não é verdadeiro. Ela teria feito uma cópia do atestado de um colega de trabalho e colocado o nome Elize de Araújo Giacomini (seu nome de solteira) em cima do nome original.

Além disso, o QR Code que identifica a autenticidade do documento foi borrado e o dois números que auxiliam na autenticação do atestado, que ficam no rodapé, foram alterados.

Elize morou em Sorocaba 

Segundo a polícia, Elize morou em Sorocaba por aproximadamente dois meses, entre dezembro de 2022 e o começo de fevereiro de 2023. No entanto, ela teria retornado para Franca -- endereço informado por ela à Justiça -- no carnaval.

A operação estava programada para ser deflagrada nesta semana, mas, devido à movimentação do carro de Elize, um Honda Fit, em Sorocaba, as atividades tiveram de ser adiantadas. Acácio Leite contou que Elize foi abordada em uma rodovia, de forma tranquila.

"Ela estava muito assustada. Pediu a presença de advogados e foi ouvida. Um advogado de Sorocaba fez um atendimento preliminar e quando o advogado Luciano chegou, ela foi indiciada formalmente por uso de documentos falsos na cidade", explica.

Isso não significa que Elize retornará à prisão imediatamente. Os delegados disseram que a providência imediata é comunicar o juiz de execução penal de Elize. Só então, o juiz poderá avaliar a situação e decidir qual medida aplicar diante do caso.

Elize defendeu-se dizendo que não falsificou nenhum documento e que a empresa, à qual ela tinha um contrato de trabalho, conseguiu o documento alterado. Conforme Acácio, ela também disse que apresentava seu RG digital na entrada dos condomínios, por meio do celular.

O colega de trabalho de Elize, por ora, é considerado suspeito. A investigação ainda está em andamento e a polícia ainda deve ouvir esse colega, assim como o proprietário da empresa em que Elize trabalhava.

O celular de Elize foi apreendido. Um notebook que estava em sua casa, em Franca, também foi confiscado pela polícia durante o mandado de busca e apreensão. Os aparelhos foram encaminhados para perícia.

"Ainda vamos fazer as oitivas dos envolvidos. A situação gerou desassossego no condomínio, mas Elize me pareceu uma pessoa muito quieta, linear, estava muito assustada, serena. Responde às perguntas que devia responder, orientada pelo advogado", comenta o delegado Acácio. (Wilma Antunes)