Parques e áreas verdes cobrem 2,6 milhões de m²

Os 29 locais para lazer, contemplação da natureza e atividades ao ar livre de Sorocaba correspondem a 325 campos de futebol

Por Ana Claudia Martins

Uma dos espaços mais utilizados pelos sorocabanos, o Parque das Águas, no Jardim Abaeté, com mais de 83 mil m², é administrado pela Prefeitura

 

Com 29 parques, sendo seis deles administrados pela Secretaria do Meio Ambiente, Proteção e Bem-Estar Animal (Sema) e o restante pela Prefeitura de Sorocaba, a cidade conta com mais de 2,6 milhões de metros quadrados de área -- equivalente a 315 campos de futebol -- para o lazer, contemplação da natureza e práticas de atividades físicas e ao ar livre. Um deles é Parque das Águas, que fica no Jardim Abaeté, e possui área total de 83.511 m². No entanto, as maiores áreas verdes do município ficam dentro de loteamentos fechados, como os popularmente conhecidos condomínios residenciais Ibiti Royal Park (26 hectares) e Ibiti Reserva (23 hectares), entre outros.

Questionada, a Prefeitura de Sorocaba informou que, conforme a Política Municipal de Meio Ambiente, toda área verde, por si só, pública ou privada, com cobertura vegetal predominantemente permeável com formação arbórea ou arbustiva que apresentem funções potenciais capazes de proporcionar um microclima distinto no meio urbano, com significado ecológico em termos de estabilidade geomorfológica e amenização da poluição e que suporte fauna urbana, representando também elementos esteticamente marcantes na paisagem, e que podem apresentar funções de lazer, recreação e/ou educativa, é considerada uma área de conservação ambiental.

Abrangendo praticamente todas as regiões de Sorocaba, além de oferecerem qualidade de vida à população, os chamados parques ecológicos são destinados ao lazer, à diversão e à contemplação e têm como função também a preservação da biodiversidade local, a conservação dos recursos hídricos, o desenvolvimento da educação ambiental e de pesquisas ambientais.

Os seis parques municipais que são administrados pela Sema são também os mais conhecidos pelos sorocabanos, como o Parque Zoológico Quinzinho de Barros e os parques da Água Vermelha João Câncio Pereira, da Biquinha, Jardim Botânico Irmãos Villas-Bôas, Natural Ouro Fino e o Parque Natural Chico Mendes.

Aos finais de semana, esses parques municipais geralmente costumam receber muitos sorocabanos em busca de lazer e atividades ao ar livre, além do contato com áreas verdes e espaço para as crianças brincarem. Os locais também recebem visitantes de outras localidades.

Abertos e restritos

Além dos seis municipais, a cidade ainda possui outros 23 parques abertos, onde os moradores e visitantes podem aproveitar e praticar atividades físicas, andar de bicicleta na ciclovia ou simplesmente aproveitar as pistas de caminhada. Além disso, em geral, os parques possuem academia ao ar livre, quadras poliesportivas, playground e áreas verdes com gramado para piqueniques.

Os mais conhecidos dos sorocabanos são o Carlos Alberto de Souza (parque do Campolim), dos Espanhóis, Kasato Maru (Campolim), Maestro Nilson Lombardi (Jd. Ipiranga), do Paço Municipal, Parque das Águas e Porto das Águas.

Porém, Sorocaba ainda possui outros 16 parques abertos, que são menos conhecidos: Amadeu Franciulli, Natural Antonio Latorre, da Biodiversidade, as estações ecológicas Bráulio Guedes da Silva e Governador Mário Covas (Cajuru), RDC Água Vermelha (1 e 2), e os parques Flamboyant, Flávio Trettel, dos Ipês, Ives Ota, João Pellegrini, Maria Eugênia, Santo André, Miguel Gregório de Oliveira e Seicho-No-Iê.

Porém, nem todas as áreas verdes existentes na cidade são de acesso público, como os parques municipais e abertos. Há grandes áreas verdes urbanas que atualmente fazem parte de loteamentos residenciais. Alguns dele são: Ecoresidencial Fazenda Jequitibá (39 hectares), Ibiti Royal Park (26 hectares), Residencial Campos do Conde (24 hectares), Ibiti Reserva (23 hectares) e Jardim Nathália (47 hectares).

Alguns desses locais são popularmente chamados de condomínios, com residências particulares e acesso monitorado, com portaria e entrada exclusiva para moradores, visitantes e prestadores de serviços.

E, por fim, a cidade conta ainda com áreas verdes que oficialmente não são considerados parques municipais e disputam espaço com o crescimento urbano, o mercado imobiliário e o avanço de ocupações irregulares, como na zona oeste de Sorocaba, na região do bairro Wanel Ville, onde existe, além de nascentes, uma cachoeira desconhecida de boa parte dos sorocabanos. Sem fiscalização e formalização oficial, tais áreas verdes ficam mais vulneráveis e desprotegidas.

Mapeamento

Questionada a respeito, a Prefeitura de Sorocaba informa que realiza diferentes estratégias, a fim de monitorar o estado de conservação das áreas verdes e dos trechos florestais na cidade, entre elas, o recente levantamento e estado de conservação das nascentes do município.

Além disso, a atual gestão cita ainda o levantamento realizado pelo Instituto Florestal, em 2020, com o mapeamento de todos os trechos florestais do município e a classificação da vegetação; o Plano Municipal de Conservação da Mata Atlântica, criado desde 2014; e diversas parcerias com universidades locais, a fim de obter dados sobre a biodiversidade do município.

“Nem todas as áreas verdes são consideradas Áreas de Proteção Ambiental (APAs), mas Sorocaba possui cinco Unidades de Conservação Municipais, além de incentivos fiscais para a criação de Áreas Municipais de Proteção Ambiental (Ampas), conforme a Lei Municipal nº 5.027/1995. Importante destacar que as áreas verdes, criadas por parcelamento de solo, não podem ter o seu uso alterado, o que é, também, uma forma de preservação”, ressaltou a administração municipal.

A Prefeitura de Sorocaba informou ainda que está trabalhando na formação de corredores ecológicos, em parceria com outros municípios, por meio do Programa Conexão Água, pelo qual os principais objetivos são a conservação e a recuperação ambiental, proporcionando a recarga de água nos mananciais e a formação de corredores ecológicos na região, ao aproximar ou conectar os remanescentes florestais.

População faz a sua parte para preservar áreas verdes

Parte de uma grande área verde, por exemplo, é cuidada pela comunidade, e fica dentro da Estação Ecológica Bráulio Guedes, que é considerada desde 2016 como uma zona de amortecimento da Unidade de Conservação Integral (UCI). A área possui como atributo principal a água.

Essa Floresta é circundada por seis bairros na zona leste de Sorocaba -- Parque Três Meninos, Jardins Piratininga, das Estrelas, do Sol, São Domingos e Gutierrez, além do condomínio Julia Martinez --, tendo sido incluída no atual projeto do corredor ecológico municipal já aprovado pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento do Meio Ambiente (Comdema) e aguardando aprovação da Câmara de Vereadores.

Segundo a Organização da Sociedade Civil (OSC) Floresta Cultural, a área verde, com mais de 230 mil metros quadrados, que antigamente era uma fazenda, é um mosaico de propriedades públicas e privadas. Atualmente, a OSC tem a permissão de uso de duas áreas adjacentes ao fragmento florestal, que somam em torno de 10 mil metros quadrados, para desenvolver seus trabalhos de integração comunitária e de educação socioambiental.

“Ao visitá-la, um grupo de vizinhos teve a iniciativa de transformá-la em parque. Essas pessoas, de diversas áreas profissionais, trabalham de alguma forma em prol do local e para que mais pessoas ajudem em sua conservação”, informou a entidade.

No local, conforme a OSC, são realizadas diversas atividades de preservação, educacionais, culturais e turísticas. Alguns exemplos são reflorestamento, por meio do plantio de árvores e outros tipos de plantas, pesquisas, visitas guiadas, celebrações, dentre outras. Segundo membros da associação, o parque abriga, por exemplo, mais de 100 espécies de árvores, sendo pelo menos 15 ameaçadas de extinção, e, também, cerca de 100 espécies de aves. Nas suas dependências, havia, ainda, mais de cinco nascentes e duas lagoas.

A Prefeitura de Sorocaba informou que “são áreas verdes as praças, sistemas de lazer, áreas institucionais, áreas permeáveis de empreendimentos imobiliários, canteiros, jardins, trevos e todos os parques urbanos, tanto de lazer, quanto os ecológicos”. Especificamente sobre a área verde no Parque Três Meninos, a Sema informa que tem, sim, intenção de transformá-la em parque. “O processo está em fase de elaboração dos estudos necessários para tanto”, ressaltou.

Para a OSC, a demora em oficializar a área prejudica o interesse da vizinhança, sendo, ainda, benéfica a empreendimentos irregulares ou com pendências administrativas.

Novos parques

A cidade deverá ter dois novos parques: o “Linear” e o “Metropolitano”, que seria a junção de três já existentes: um complexo entre os parques das Águas, Porto das Águas e o Jardim Botânico Irmãos Villas-Bôas.

Conforme a Prefeitura de Sorocaba, provavelmente denominado Parque Metropolitano, está em estudo a criação de um complexo, com o intuito de realizar melhorias, ampliar equipamentos, criando um amplo espaço de lazer para potencializar, ainda mais, as visitações nos três parques.

“Já, a zona oeste da cidade ganhará um Parque Linear, junto ao córrego Itanguá, empreendimento que será construído simultaneamente à execução do trecho dois da avenida marginal, ao longo desse manancial, ligando o acesso às avenidas Santa Cruz e Luís Mendes de Almeida. O processo de toda a obra está em fase de licitação, com previsão de início de construção em 2023. O projeto contempla ainda a implantação de ciclovia ao longo de todo o trecho, equipamentos de recreação e esporte, adequação de paisagismo e iluminação em LED, entre outras melhorias”, informou a Prefeitura. (Ana Claudia Martins)