Cesta básica sorocabana ficou mais barata em fevereiro

Dos 34 itens que compõem a cesta básica sorocabana, 18 deles apresentaram queda de preço e 16 subiram em fevereiro de 2023. No mês passado, o valor total da cesta teve queda de 1% em relação a janeiro deste ano, passando de R$ 1.057,04 para R$ 1.046,53 -- redução de R$ 10,51. Porém, quando comparada com o mesmo mês do ano anterior (fevereiro de 2022), a cesta básica sorocabana teve um aumento de 7,07%, ou seja, R$ 69,09 pagos a mais pelo consumidor. Em janeiro de 2023, houve alta de 0,73% em comparação a dezembro de 2022.

Os itens que tiveram as baixas mais significativas em fevereiro foram: batata (-19,17%), de R$ 7,45 para R$ 6,02 o quilo; cebola (-13,31%), de R$ 6,90 para R$ 5,98 o quilo; vinagre (-3,75%), de R$ 2,28 para R$ 2,19, a embalagem de 750ml; e café (-3,31%), de R$ 18,81 para R$ 18,19, o quilo. Em contrapartida, os produtos que apresentaram os maiores aumentos foram: extrato de tomate (13,58%), achocolatado (4,73%), salsicha (3,70%) e linguiça fresca (3,40%).

A pesquisa é elaborada mensalmente pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas (CSA), da Universidade de Sorocaba (Uniso). Os dados relativos a fevereiro de 2023 foram divulgados ontem (6). Conforme o levantamento, a queda do preço da cesta básica no mês passado foi no sentido oposto do resultado medido pelo índice de inflação oficial (IPCA-15), que apresentou alta de 0,76%.

“Isso significa que os produtos que compõem a cesta básica e os bens e serviços em geral, medidos pelo IPCA-15, ficaram mais baratos”, explicou o professor e coordenador da pesquisa, Marcos Antônio Canhada.

Vilões

De acordo com a pesquisa, entre os itens que apontaram maiores altas estão: em primeiro lugar, o extrato de tomate (13,58%), que passou de R$ 5,12 (370g) em janeiro para R$ 5,82 em fevereiro. Em seguida, o achocolatado foi o segundo item com maior alta de preço (4,73%), passando de R$ 7,57 (embalagem de 400g) para R$ 7,93. Em terceiro lugar ficou a salsicha (3,70%), que passou de R$ 14,84 (o quilo) para R$ 15,39. E em quarto lugar, a linguiça fresca (3,40%), passando de R$ 22,44 (o quilo) para R$ 23,20 no mesmo período.

Leite longa vida e ovos também tiveram aumento. O leite foi de R$ 4,82 o litro para R$ 4,95 (2,65%) e a dúzia de ovos de R$ 9,77 para R$ 10,01 (2,46%).

De acordo com o professor e coordenador do Laboratório de CSA, Renato Vaz Garcia, dentre as maiores altas destaca-se a do extrato de tomate, que está associada à produção de tomate, que enfrenta o excesso de chuvas combinado com o calor intenso, prejudicando as lavouras.

“Esses dois fatores contribuem para diminuição de qualidade da hortaliça e, consequente, diminuição de oferta, potencializando elevação de preços. Além disso, estamos no fim da safra de verão e próximos ao início da safra de inverno, que começa no Sul e no Sudeste, período caracterizado por menor volume colhido”, afirmou Garcia.

Safras e ofertas

No caso da batata, a campeã da redução de preços em fevereiro, a justificativa, segundo Garcia, é o auge da sua principal safra, que ocorre no “período das águas”, melhorando a oferta do produto tradicionalmente no início do ano e, consequentemente, reduzindo os preços ao consumidor.

Em seguida, destaque para a cebola, que também teve queda percentual significativa nos preços. Apesar de ainda apresentar preços relativamente elevados, sinaliza redução em função de maior oferta neste inicio de ano.

“Outro destaque importante que contribuiu para a queda de preços da cesta básica em fevereiro foi a carne bovina, que, apesar de não estar entre as maiores quedas percentuais observadas, apresenta importante contribuição na composição dos gastos das famílias, colaborando de forma significativa para a queda observada no preço final da cesta básica sorocabana”, destacou o coordenador do Laboratório de CSA. (Ana Claudia Martins)