Construção da sede da XP em São Roque continua paralisada

Por Ana Claudia Martins

Localizada na rodovia Castello Branco, obra foi iniciada em 2020

Iniciadas no fim de dezembro de 2020, em plena pandemia da Covid-19, as obras da futura sede da empresa XP Investimentos, que estavam sendo realizadas no km 60 da rodovia Castello Branco, em São Roque, na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), estão paradas. Questionada a respeito, a assessoria de imprensa da XP informou apenas que a empresa não se pronunciará e diz que a obra está em fase de reestruturação.

Recentemente, a paralisação das obras, em um terreno de mais de 700 mil metros quadrados situado ao lado do complexo do Catarina Fashion Outlet, foi assunto na imprensa nacional. O motivo, segundo uma reportagem publicada no mês passado pelo Metrópoles, seria a dificuldade de obtenção de licença ambiental. Também questionada a respeito, a assessoria de impresa da XP não se manifestou sobre o assunto. De acordo com o cronograma inicial da XP, as obras da nova sede da empresa deveriam ser concluídas no ano passado.

O fundador e presidente executivo do Conselho de Administração da empresa, Guilherme Benchimol, fez postagem em suas redes sociais quando as obras começaram. A nova sede da XP no interior paulista gerou grande expectativa na região em função do empreedimento, que, na ocasião, foi anunciado como sendo inspirado nos escritórios de empresas de tecnologia instaladas do “Vale do Silício”, nos EUA, além da integração com o São Paulo Catarina Aeroporto Executivo Internacional, que fica no km 62 da Castello Branco.

Chamado de “Villa XP”, o empreendimento, segundo postagem do fundador da empresa em suas redes sociais, seria um ambiente inspirador, de integração com a natureza. O terreno foi comprado pela empresa da JHSF. Sobre isso, a JHSF informou que o local foi vendido pela empresa para a XP por R$ 98,6 milhões. “A JHSF não tem o que comentar, uma vez que não tem nenhuma responsabilidade ou ingerência sobre as obras”, ressalta.

Prefeitura de São Roque

O Cruzeiro do Sul também questionou a Prefeitura de São Roque sobre a paralisação das obras e os impactos para o município. Em resposta, a atual administração municipal informou, por meio do Departamento de Planejamento e Meio Ambiente, que as licenças solicitadas pela empresa citada foram obtidas ainda na gestão passada, seguindo os trâmites regulares para suas devidas liberações.

A reportagem conversou ainda com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) sobre a questão de licenças ambientais. Por meio de nota, a companhia informou que, por se tratar de um empreendimento empresarial, não está enquadrado como fonte de poluição licenciável pela Cetesb. “Por esse motivo, não houve emissão de licenças prévia, de instalação e de operação. Por outro lado, por prever a instalação de sistema de saneamento, houve a necessidade de manifestação, por meio de parecer técnico, para o sistema de tratamento de efluentes”, destaca.

A Cetesb informou ainda que o referido parecer foi solicitado pela JHSF (empresa que vendeu o terreno para a XP) em julho de 2021. “Após análise, foi estabelecida a necessidade de apresentação de estudos complementares. Após esse atendimento (em 17/11/2021), foi emitido Parecer Técnico favorável à implantação do sistema de saneamento, conforme projeto apresentado e aprovado junto à Cetesb. Vale acrescentar que a vegetação da área era constituída de eucaliptos, espécie exótica e que não requer autorização da Cetesb para intervenção”, informa.

A nota enviada pela Cetesb destaca ainda que o projeto aprovado para a realização da obra não previa supressão de vegetação nativa, intervenção em Área de Preservação Permanente (APP) e corte de árvores nativas isoladas para a implantação do empreendimento, confirmada por meio de fiscalização realizada no local.

“No Parecer Técnico foram estabelecidas medidas preventivas de monitoramento e de controle envolvendo o sistema de tratamento de esgotos sanitários, estações elevatórias, água de reúso, preservação do solo, emissão de odores, resíduos sólidos, terraplenagem, movimentação de solo com boas práticas de conservação do solo e das águas, dentre outros”, informa a agência. (Ana Claudia Martins)