Operação Átria atende a 830 mulheres em 2 meses

Ação teve como objetivo combater e prevenir crimes de violência em razão de gênero. 74 homens foram presos

Por Vinicius Camargo

Delegada titular da DDM, Alessandra Reis dos Santos de Oliveira, e o delegado titular da Delegacia Seccional, José Humberto Urban Filho

A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Sorocaba atendeu a 830 mulheres vítimas de diferentes tipos de violência durante a Operação Átria, ação para combater e prevenir crimes de violência em razão de gênero. Esse número foi registrado em menos de dois meses, entre 1º de fevereiro e 28 de março deste ano. Os resultados foram apresentados ontem (29), pela delegada titular da DDM, Alessandra Reis dos Santos Silveira, e pelo delegado titular da Delegacia Seccional, José Humberto Urban Filho.

Na operação, a Polícia Civil registrou 775 boletins de ocorrência de delitos dessa natureza. Os BOs resultaram na concessão, requerimento ou expedição de 410 medidas protetivas. Além disso, os policiais prenderam 74 pessoas, sendo 40 em flagrante. Também houve o cumprimento de 34 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão. A DDM, igualmente, apurou 27 denúncias e abriu 342 inquéritos. Destes, 97 já foram concluídos. Foram apreendidas uma arma de fogo e duas brancas, assim como 19 munições. Os dados incluem casos atendidos, primeiramente, pela Polícia Militar e Guarda Civil Municipal (GCM) e, depois, apresentados na Delegacia.

Segundo Alessandra, nos meses de fevereiro e março, o trabalho desenvolvido habitualmente pela Delegacia da Mulher foi intensificado, por meio da Átria. O principal motivo foi o Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março. De acordo com a delegada, como são realizadas diversas ações de conscientização neste mês, muitas vítimas percebem a situação que estão vivenciando e decidem denunciar. “É um mês em que temos uma demanda maior, em virtude até do esclarecimento que acontece nesse período”, disse.

O número de mulheres atendidas e de registros policiais no período comprovam o apontamento da titular da DDM. Inclusive, conforme ela, o aumento de denúncias tem sido geral, e não apenas no decorrer da ação. “Não significa que a violência está aumentando; o que está aumentando é a iniciativa da vítima em denunciar”, falou. "Isso também é reflexo da conscientização da mulher", emendou. 

Violência e perfis

Na operação, a DDM atendeu a munícipes, de todos os perfis, expostas a vários tipos de violência. São elas: física, psicológica, sexual, ameaça, perseguição, descumprimento de medida protetiva, dentre outras.

Segundo Alessandra, dependendo da situação em que a mulher vítima de qualquer um desses crimes se encontra, pode indicar a necessidade de diversos auxílios. Por isso, ela destaca que o apoio da Polícia contempla o oferecimento de rede assistencial completa à vítima, não se restringindo ao registro da ocorrência. “Elas são encaminhadas para o Centro de Referência da Mulher (Cerem). Vítimas menores (de idade) são encaminhadas para escuta especializada, Conselho Tutelar, Centro de Referência da Assistência Social (Cras) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas)”, exemplificou. (Vinicius Camargo)