Polícia pega acusado de golpes e roubos
A Polícia Civil de Sorocaba prendeu um homem, de 45 anos, acusado de três roubos, um caso de estelionato, um de apropriação indébita e diversos de violência doméstica. Ele foi capturado na semana passada. As informações foram divulgadas pelo delegado titular do 1º Distrito Policial (DP), Fabrício Lopes Ballarini, responsável pelas investigações.
Segundo Ballarini, o criminoso mirava três tipos de vítimas: garotas de programa, homens que vendiam produtos e mulheres com as quais mantinha relacionamentos falsos. Ainda conforme ele, o suspeito agia em toda a cidade, desde o segundo semestre de 2022, sempre da mesma maneira. O ladrão subtraía dinheiro em espécie, pertences ou obrigava as vítimas a fazer transferências bancárias via Pix.
No caso das profissionais do sexo, ele escolhia as vítimas pela internet e marcava programas. Inclusive, foi a partir de denúncia feita por uma garota de programa que a polícia chegou até o homem e iniciou as investigações. A apuração começou em outubro de 2022. No dia 22 daquele mês, uma mulher, de 31 anos, moradora do litoral sul paulista, procurou a polícia para registrar boletim de ocorrência. Ela contou ter sido obrigada pelo bandido e efetuar duas transferências bancárias, totalizando R$ 2.500.
Com isso, os policiais civis passaram a monitorar o acusado e descobriram o extenso histórico criminal dele. Nesse levantamento, os investigadores identificaram três homens que também foram assaltados de maneira semelhante. “No caso dos homens, ele se aproximava das vítimas para fazer algum tipo de negócio, a compra de algum bem”, informou o delegado. De acordo com Ballarini, dois deles trabalhavam como frentistas em postos de combustíveis onde o suspeito abastecia o seu automóvel.
Durante conversas com ambos, o assaltante soube que um deles estava vendendo um celular e o outro, um veículo. Assim, acertou a suposta compra dos itens. Porém, quando se encontrou com as vítimas para, falsamente, efetuar o pagamento e retirar os produtos, praticou os delitos. Já o terceiro homem é proprietário de um comércio de sucatas. Nesse episódio, para realizar o roubo, o criminoso usou, novamente, o pretexto de estar interessado em adquirir materiais.
Engano e violência
Além disso, o acusado também roubava e cometia violência doméstica contra mulheres com as quais mantinha relacionamentos de fachada. “Ele se aproximava, mantinha o relacionamento por alguns dias e, quando já estava morando com as vítimas, começava a subtrair os bens delas”, disse Ballarini. “Um pouco antes de terminar o relacionamento, ele se mostrava uma pessoa violenta”, emendou. Conforme o titular do 1º DP, há diversos BOs desses casos registrados na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). “Houve quatro medidas protetivas decretadas contra ele entre novembro e dezembro do ano passado”, exemplificou.
Conforme Ballarini, ele fingia ser rico para as namoradas. Para convencê-las disso, alugava, frequentemente, carros de luxo. Em uma dessas vezes, não devolveu o veículo à locadora. Por isso, também responde por apropriação indébita.
Ameaças
Ballarini informa que, para coagir as vítimas a entregar dinheiro ou objetos, o homem as ameaçava com uma arma e dizia ser integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC). A mesma alegação servia para impedi-las de denunciar os crimes. Pelo mesmo motivo, ele atraia apenas profissionais do sexo iniciantes e de outras cidades. “A menina que é vítima de um roubo desse tipo em uma cidade que ela desconhece totalmente, vai embora para casa e tem medo de denunciar”, apontou.
Outra estratégia dele para tentar burlar o trabalho da polícia era mudar de endereço constantemente. “Ele não mantinha endereço atualizado em lugar algum. Tanto que, no Fórum, nesses processos de violência doméstica, nenhum oficial de justiça conseguiu localizá-lo. Ele tomou conhecimento, de alguma forma, de que tinha essas medidas protetivas, foi até o Fórum e, no balcão do cartório, assinou ciência das medidas protetivas”, comentou o delegado. Dessa forma, foi preciso realizar rastreamento para localizá-lo. Segundo o delegado, atualmente, ele trabalhava como vendedor em uma loja de materiais automotivas do município e morava em uma kitnet no Jardim Sorocabano.
Prisão
O homem foi preso temporariamente e está na Cadeia Pública de São Roque. A Polícia Civil pediu a conversão da prisão em preventiva e, quando a Justiça aprovar a solicitação, ele será transferido para o Centro de Detenção Provisória de Sorocaba (CDP). De acordo com Fabrício Ballarini, a garota de programa que perdeu R$ 2.500 e o dono do comércio de sucatas o reconheceram como autor dos crimes.
Investigação continuam
O titular 1º Distrito Policial acredita que haja mais vítimas. Por essa razão, as investigações continuam. Outras vítimas devem denunciar os fatos diretamente no 1º DP (avenida Roberto Simonsen, 703, Jardim Santa Rosália). (Vinicius Camargo)