CBA informa que barragens de Itupararanga retomam normalidade
As barragens das Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) de Votorantim e Santa Helena ficaram 73 dias em estado de atenção
Após operarem por 73 dias em estado de atenção, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) informou na noite desta quarta-feira (5) que as barragens das Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) de Votorantim e Santa Helena, que estão localizadas na represa de Itupararanga, retomaram a condição de normalidade. A CBA reforça ainda que, de acordo com inspeção técnica realizada por empresa independente, as barragens permanecem seguras e não oferecem riscos para a população.
Segundo a empresa, nesta quinta-feira (6) o volume útil do reservatório de Itupararanga está em 81,77% e o nível 822,42 metros acima do nível do mar. As CGHs de Votorantim e Santa Helena entraram em estado de atenção em 23 de janeiro deste ano, quando a vazão afluente à CGH Votorantim superou 30m³/s e o nível do reservatório de Itupararanga alcançou a cota de 823 metros acima do nível do mar.
De acordo com a empresa, com o cessar das chuvas intensas, a empresa dará continuidade ao cronograma de atividades operativas e de manutenção previstos para as CGHs, além de realizar inspeções presenciais diárias.
A CBA ressalta também que adotou uma série de procedimentos operacionais para controlar a vazão de água que passa pelas barragens e afluem para o Rio Sorocaba, seguindo a regra operativa vigente e acordada por todos os membros do Comitê de Bacias do Rio Sorocaba e Médio Tietê: (Saee de Sorocaba, Águas de Votorantim, Sabesp, DAEE, Cetesb, representantes do executivo de Alumínio, Votorantim e Sorocaba, Instituto Florestal, Gaema, CBA, além de Universidades e ONGs).
A empresa, responsável pela gestão das CGHs, informa que o seu Centro de Operações de Geração (COG) segue monitorando 24 horas por dia o reservatório de Itupararanga e atua para desempenhar uma gestão sustentável, atendendo todas suas múltiplas funções, como geração de energia, abastecimento público, e o controle de cheias decorrentes de períodos de chuvas intensas.
"Reforçamos que a UHE de Itupararanga, usina que faz gestão do reservatório, em nenhum momento entrou em estado de atenção, permanecendo no estado normal durante todo o período. Apenas as CGHs Votorantim e Santa Helena, que estão a jusante no Rio, que entraram em estado de atenção", destaca a empresa.
Polêmica
No dia 17 de janeiro, o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), de Sorocaba, disse em coletiva de imprensa que havia pedido intervenção estadual para monitorar o escoamento da represa de Itupararanga. A CBA logo divulgou uma nota informando que não existia expectativa de vertimento de água, mas que informaria os órgãos competentes em caso de alteração no cenário.
A intervenção foi descartada pela Defesa Civil estadual depois que órgãos públicos e entidades ambientais confirmaram a situação de normalidade da operação do reservatório. Na ocasião, também foi descartado qualquer risco iminente de rompimento da barragem e ainda o vertimento, que é a passagem de água pelos arcos da barragem.
Contudo, as fortes e constantes chuvas que ocorreram em Sorocaba e região, principalmente nos meses de janeiro e fevereiro, fizeram com que o Rio Sorocaba transbordasse, o que acabou provocando vários alagamentos e enchetes em diversos pontos da cidade.
Para evitar possíveis transbordamentos do rio, em 18 de fevereiro a CBA informou que adotou um novo sistema de cálculo do volume do reservatório de Itupararanga e fez o uso de um descarregador de fundo da represa, que é um equipamento da barragem utilizado como alternativa adicional para o escoamento da água do reservatório para o rio Sorocaba. Com isso, o novo cálculo do volume da represa passou a ser considerado como 100% do volume de água do reservatório, que é o montante capaz de ser armazenado atualmente.
Na ocasião, a empresa informou que a ação evitaria que o nível do reservatório alcançasse a cota do vertimento de água pela barragem, o que ocorre pelos arcos da barragem. “Apesar desse efeito ser normal na operação da usina, quando o reservatório alcança esse nível a empresa perde o controle da defluência, o que poderia gerar impactos à população”, explicou a CBA. Ainda segundo a empresa, a decisão foi tomada respeitando a regra operativa e por conta da grande incidência de chuvas, que fez com que o nível da represa aumentasse consideravelmente, cerca de 30 cm em poucos dias. (Da Redação)