Mato alto que toma conta de linha férrea preocupa moradores

Local é utilizado como passagem e acesso a escola

Por Vanessa Ferranti

Área que liga a avenida Engenheiro Carlos Reinaldo Mendes à rua Antônio Gomes Morgado está abandonada há anos

Moradores de Sorocaba estão preocupados com a situação de um terreno cortado por uma linha férrea desativada, localizado entre a avenida Engenheiro Carlos Reinaldo Mendes, na altura do número 555, e a rua Antônio Gomes Morgado, no bairro Além Ponte. De acordo com a população, a área está abandonada há anos. Além disso, o mato alto que toma conta do lugar serve como esconderijo para usuários de drogas. A maior preocupação é com os estudantes da escola estadual Professor Aggeo Pereira do Amaral, no Jardim Cruzeiro do Sul, pois muitos utilizam o trecho como passagem para chegar à instituição.

Luciana Aparecida Claro Berto, de 48 anos, mora na Vila Rica e passa todos os dias pelo local, por volta das 6h30, para levar a filha à escola. “Está abandonado, eles nunca mais limparam. O mato cobre as crianças, é um risco!” Cristiane Maria Claro, prima de Luciana, também utiliza a passagem. Ela conta que à noite a situação é ainda pior, sobretudo, para os trabalhadores que utilizam o transporte público e aguardam o ônibus no ponto localizado em frente ao matagal. “Ficam muitos usuários de drogas aqui e tem gente morando na linha de trem. Com esse mato, você não vê nada, tem estudante que passa por aí à noite. É um perigo para eles e para os trabalhadores”.

Elaine Cristina Melchior Izaias mora e trabalha ao lado do terreno. Para ela, outro problema causado pelo mato é o aparecimento de animais peçonhentos. “Escorpiões vivem aparecendo e são perigosos. Têm quatro idosos e uma criança que moram aqui. Isso dá medo”, ressaltou.

Também falta iluminação

A falta de iluminação na via também foi apontada pelas moradoras. Em frente ao ponto de ônibus há apenas um poste com luminária, mas quem utiliza a calçada no restante do trajeto fica no escuro. Para reduzir a sensação de insegurança, um vizinho do terreno instalou videomonitoramento no muro para pegar as imagens do terreno. “Colocaram até câmera de segurança, com medo de serem roubados”, disse Luciana.

A munícipe informou, ainda, ao Cruzeiro do Sul que entrou em contato com a ouvidoria da Prefeitura, solicitando ao órgão público que cobre a empresa responsável pela área. Sem retorno, a própria população colocou fogo no mato do local. “Se eu tenho um terreno, a Prefeitura me multa se eu não fizer a limpeza. Como eles não são multados e fica por isso mesmo? Precisa ser cobrado para que possamos fazer essa movimentação com segurança, porque mesmo que eu não atravesse a linha, não há condições de andar na calçada. Quando vamos pela calçada, precisamos descer até a beira do asfalto, porque a calçada está cheia de mato. Então, não é só a passagem da linha, tem mato na extensão inteira da avenida”.

O Cruzeiro do Sul entrou em contato com a empresa Rumo, responsável pela linha férrea, e com a Prefeitura de Sorocaba. A Secretaria de Serviços Públicos e Obras (Serpo) informou que já havia notificado a empresa Rumo Engenharia, responsável pela área citada, assim como tomado outras providências cabíveis ao caso. Segundo a Serpo, a empresa prometeu fazer os serviços de roçagem e limpeza do local o mais rápido possível.

Já a empresa informou que a Malha Oeste está em processo de relicitação. O processo abre caminho para que o poder concedente promova nova licitação, com um novo concessionário assumindo a malha, ou mesmo para que o formato dessa concessão possa ser remodelado pelo governo. A operação com trens de carga na região foi atendida até março de 2022. Em relação à roçagem, a previsão é que os serviços sejam iniciados nas próximas semanas.

Quanto à iluminação pública, equipes técnicas da Serpo verificaram o trecho da avenida Engenheiro Carlos Reinaldo Mendes citado pela reportagem e constataram a necessidade de instalação de três novos pontos de iluminação, os quais já foram providenciados e se encontram no cronograma de serviços para execução. (Vanessa Ferranti)