‘Nova’ 3 de Março deve ficar pronta em 18 meses
Obras iniciadas ontem incluem pavimentação, ciclovia, iluminação e redes de água, esgoto e drenagem
A avenida 3 de Março, principal ligação entre a região de Aparecidinha e o Alto da Boa Vista, na zona leste, deve ficar pronta em até 18 meses. O anúncio foi feito durante a cerimônia de início das obras, na manhã de ontem (20), no próprio bairro. Entre os serviços a serem realizados estão pavimentação, requalificação asfáltica, ciclovia, iluminação em LED, redes de drenagem e de água e esgoto, entre outros. O custo estimado é de R$ 45 milhões.
Com seis quilômetros de extensão, a intervenção está planejada em três fases e trechos: o primeiro entre a avenida Engenheiro Carlos Reinaldo Mendes e a avenida Francisco Roldão Sanches; o segundo, até o viaduto da rodovia Celso Charuri; e, por fim, entre a Charuri e a rua Quirino de Melo. Os primeiros quatro quilômetros serão de pista simples, enquanto os outros dois terão a faixa de rolamento duplicada.
Durante as obras, a Secretaria de Mobilidade (Semob), pede calma e paciência aos motoristas e pedestres. “Haverá, sim, interdições parciais e totais de algumas vias, mas tudo isso será avisado à população previamente e com a devida sinalização. É uma obra necessária”, explicou o titular da pasta, Carlos Eduardo Paschoini. Para escapar do trânsito nos próximos meses, a alternativa será a utilização da rodovia Senador José Ermírio de Morais (Castelinho).
Com a finalização do serviço, o “novo” corredor, também poderá ser usado para o transporte público, incluindo a linha 48 (Aparecidinha). “Assim que estiver tudo pronto, vamos redimencionar o trajeto para que ela [avenida] também possa ser usada dando mais agilidade e rapidez aos usuários do transporte coletivo”, complementou Paschoini.
A obra é financiada pela Corporação Andina de Fomento (CAF), criada em 2018. Entretanto, por diversos fatores, o início do serviço foi adiado diversas vezes. O gerenciamento, por sua vez, está sob a responsabilidade do Centro de Aceleração Desenvolvimento e Inovação (Cadi), ligado à Secretaria de Administração (Sead), da Prefeitura de Sorocaba. “O CAF é um banco internacional, onde fizemos o financiamento para que as obras começassem. Demos a ordem de início no dia 17 desse mês”, explicou a superintendente do Cadi, Jéssica Pedrosa, acrescentando que a obra é uma das mais importantes e esperadas pelo órgão. Além do Cadi, a Secretaria de Mobilidade (Semob) também acompanha os trabalhos.
Participaram da cerimônia o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), secretários municipais, vereadores, líderes comunitários e moradores da região do Aparecidinha.
Moradores aliviados
Depois de muitas promessas repetidas durante anos, ver que as obra tende a sair do papel deixa o auxiliar administrativo Ivandro Cordeiro de Araújo aliviado. Ele mora no trecho de terra da 3 de Março e sofre com a falta de recursos básicos, como água encanada. “Moro lá há mais de 39 anos e vivemos [ele, mãe e pai] com problemas de saúde por causa do pó que levanta, quando chove a poeira diminui, mas fica intransitável porque as valetas abrem. É horrível. Mas o maior problema mesmo é a falta de água encanada. Eu tenho que comprar água para beber, é péssimo! Espero, de verdade, que a obra seja feita, porque em outros governos chegaram até a colocar placa, mas fazer mesmo nunca”, relatou.
Sobre a falta de água encanada, o diretor-geral do Saae Sorocaba, Tiago Suckow, disse que, em breve, esse problema acabará. “Quando começamos a planejar, isso já entrou na pauta. Em toda extensão da avenida faremos a readequação e incluiremos toda a parte de saneamento básico para que as pessoas tenham acesso a tudo isso de maneira correta. Ao mesmo tempo em que a estrutura da pavimentação chega, nosso serviço também chegará”.
Morando há quase 10 anos em Aparecidinha, o casal Tel Nereu Silva, de 45 anos, e Erica Suelena Yogui Nereu, de 46, vive diariamente o transtorno de trafegar pela Castelinho no horário de pico. “Saio de manhã para trabalhar em Votorantim e, muitas vezes, perco 40 minutos só para sair do bairro”, explicou o servidor público.
Na tentativa de fugir do trânsito da “Castelinho”, a 3 de Março é uma opção, porém, atualmente, não oferece segurança. “O carro estraga com facilidade, além dos acidentes. Eu mesma já capotei com o carro lá, porque tem muito buraco e se não tiver cuidado, algo pior pode acontecer. Ela é uma via tão importante para nós, é uma maneira de chegar mais rápido no Centro, por exemplo”, comentou a autônoma“Com certeza (a obra) é um alivio. Digamos que é um sonho, porque aqui já é um bairro afastado de tudo”, complementou Silva. (Thaís Marcolino)