Mudanças geram transtornos no trânsito

Construção de viaduto torna tarefa inglória cruzar a rua João Wagner Wey, na zona sul

Por Virginia Kleinhappel Valio

Quem vem pela Washington Luiz para acessar a João Wagner Wey agora precisa fazer um retorno

As mudanças realizadas nos últimos anos pela Urbes - Trânsito e Transportes no Jardim São Carlos e Parque Campolim, zona sul de Sorocaba, em adição ao aumento populacional, fizeram com que o fluxo de veículos aumentasse consideravelmente na região. A principal alteração foi o novo acesso ao Jardim São Carlos e Jardim Pagliato, que agora ocorre pela rua Osmar Freire, devido à construção de um viaduto, que liga a rua João Wagner Wey à rua Augusto Lippel.

Para os que moram na região, como o comerciante Antonio Carlos Camargo, de 32 anos, o movimento de veículos aumentou muito, principalmente entre 8h e 12h e após às 17h. “Antes de abrir o viaduto, solicitei uma lombada, faixa viva ou semáforo na João Wagner Wey ou, até mesmo, deixar a via com mão única a partir do primeiro cruzamento com a rua Professor Magalhães de Noronha, mas até agora nada”, conta.

Os motoristas que precisam entrar nas ruas paralelas à João Wagner Wey nos horários de pico precisam esperar que o motorista que está no outro sentido tenha bom senso e ceda a preferencial. “O que é muito difícil de acontecer hoje em dia, porque o pessoal tem muita pressa e está na correria. Neste mês vai ser inaugurado mais um condomínio aqui, são quase 300 apartamentos. Para o comércio é bom, mas para o trânsito e pedestres, é péssimo”, disse o comerciante. Segundo ele, acidentes já foram registrados no local.

Quem também considera uma tarefa difícil cruzar a João Wagner Wey é o consultor imobiliário José Dias Neto, morador da região há 20 anos. “Depois do viaduto novo, quando fizeram a entrada pela Raposo Tavares por dentro do bairro, aumentou muito o fluxo de veículos. Entre 7h30 e 8h formam filas grandes no cruzamento com a João Wagner Wey, porque as pessoas têm receio de cruzar aquela rua. A pessoa tem que entrar arriscando ali. Se não, não consegue entrar. Ali não tem vez, os carros vêm pela João Wagner Wey embalados. Após a abertura da Augusto Lippel, vai aumentar o número de veículos ali e piorar muito”, opina.

Para ele, o problema principal é os cruzamentos das ruas Vitória Sacker Reze e Lituânia com a João Wagner Wey. “Próximo ao viaduto é outro caso também. Uma rotatória iria ajudar bastante. Como morador, sou contra a instalação de semáforos ali. Acho que na rua Professor Magalhães de Noronha com a João Wagner Wey, teria que ter uma rotatória, porque tem espaço pra isso”, acredita.

Questionada se existe algum planejamento para melhorar o fluxo na João Wagner Wey, a Secretaria de Mobilidade (Semob) afirmou que o impacto positivo das alterações será completado, após a abertura do trânsito na rua Agusto Lippel, com trecho atualmente em obras de pavimentação e que terá acesso à rua João Wagner Wey, já neste segundo semestre.

Mais mudanças

Motoristas que costumam trafegar pela Washington Luiz podem notar que agora, para acessar a João Wagner Wey, é preciso fazer um retorno, indicado por placas de sinalização. Antes, era permitido virar no semáforo do cruzamento. Embora a Urbes tenha sinalizado a mudança com três placas no semáforo, enquanto a reportagem esteve no local, atestou que um carro e uma motocicleta entraram na João Wagner Wey de forma proibida.

Além dessa alteração, a Urbes instalou dois novos semáforos na Washington Luiz, no cruzamento onde agora o motorista precisa fazer o retorno. A mudança na avenida não gerou reclamação dos motoristas que passam pelo local. “Todo dia passo por aqui. Para mim, essa mudança não prejudicou em nada. Encontrei fácil o retorno”, comentou Vitória Rodrigues.

Mas há quem pense diferente. É o caso do Mario Marte, que estava no semáforo aguardando o sinal abrir. “Passo aqui todo dia. Em termos de operação de trânsito, não melhorou nada, muito pelo contrário, toda hora tem que parar e acumula carro aqui e acumula lá. Não sei se isso foi para melhorar a travessia, mas ali é uma travessia quase zero das ruas que cruzam a avenida Washington Luiz. O movimento é muito pequeno‘.

Em nota, a Secretaria de Mobilidade (Semob) informa que as alterações viárias começaram a ser realizadas em março passado atendendo a pedidos da população local, para otimizar o fluxo viário nessa região da cidade e também conferir mais segurança a todos que trafegam pela localidade. “Com isso, foi possível, ainda, reduzir o tempo semafórico no referido cruzamento. O trecho igualmente se encontra devidamente sinalizado”, informa, salientando que a fiscalização de trânsito foi intensificada nesse ponto, como forma de coibir eventuais infrações. (Virginia Kleinhappel Valio)