Na Argentina, Amarok tem alta nas vendas

VW oferece eventos de experiência para o motorista testar "pra valer" sua picape média

Por Cruzeiro do Sul

A Amarok argentina é produzida em General Pacheco com motores 2.0 turbo e biturbo, diferente do Brasil, onde segue oferecida apenas com o motor 3.0 V6 turbodiesel de 258 cavalos de potência

Diferente do Brasil, na Argentina a VW tem, desde 2013, um programa de experiência exclusivo para a picape Amarok, que é produzida em General Pacheco, cidade nos arredores de Buenos Aires. É o “Amarok Experto”, ou “Especialista Amarok”, em tradução direta. O objetivo é oferecer aos participantes a oportunidade de experimentar a picape em diferentes situações e conhecer a fundo todos os seus recursos.

Para isso, a VW utiliza um espaço exclusivo, na fazenda Los Alamos, em Baradero, cidade a certa de 150 km da capital Buenos Aires. Lá consegue replicar situações reais vividas por um dono de Amarok, com direito ainda a exercícios de uso mais extremos. O roteiro inclui também atividades autódromo, onde são realizadas provas de slalom, aceleração de 0 a 100 Km/h, frenagem em asfalto, na grama e nos dois pisos ao mesmo tempo, sempre com o objetivo de permitir ao motorista conferir a atuação das assistências eletrônicas. Ao final, o resultado é positivo, porque dá para confirmar a competência da Amarok nessas situações.

Mas é no circuito de terra onde os testes realmente criam desafios para a Amarok e, mais ainda, para o motorista. Tudo acontece no meio de uma floresta natural, recheada de descidas e subidas íngremes, trechos com forte inclinação lateral, e ainda um lago com 60 cm de profundidade. Mas, de todo o trajeto off-road, dois pontos são bem desafiadores: a subida de um paredão e a manobra para testar a capacidade torcional e o sistema de bloqueio eletrônico de diferencial. Os exercícios são feitos em um trecho em que a Amarok chega a fazer um pêndulo radical em descida, ficando com duas rodas opostas no ar.

Na Argentina, a VW comercializa também versões da Amarok com motor 2.0 turbo e biturbo, diferente do Brasil, onde segue oferecida com três opções de acabamento, mas sempre equipadas com o motor 3.0 V6 turbodiesel de 258 cavalos e 59,1 Kgfm de torque, acompanhado da transmissão automática 4Motion de oito velocidades e tração 4x4 permanente. Lançada em 2010, a Amarok nunca foi protagonista entre as picapes médias em nosso país. Os motivos? Chegou com uma dose de eletrônica um tanto fora dos padrões para época, quando as concorrentes diretas priorizavam e encantavam o cliente com uma robustez mais raiz. Sem esquecer dos problemas mecânicos que acabaram afugentando muitos potenciais compradores. Mas, também faltou explicar melhor para o brasileiro as suas inovações e o potencial para o trabalho. Uma situação que, pelo visto, não aconteceu na Argentina, onde é a segunda picape mais vendida do país e segue em rápido processo de aproximação da líder, a Toyota Hilux.

Agora, no Brasil, com tanto movimento no segmento e boas novidades, como a nova geração da Ford Ranger, só aumenta a urgência de uma renovação da Amarok, hoje bem envelhecida no mercado, apesar de todos seus atributos. No entanto, uma renovação oficial por aqui só deve acontecer em 2024. Outro ponto que já vem gerando frustração é a confirmação de que nem Argentina e nem Brasil terão a nova geração da Amarok desenvolvida em conjunto com a Ford na África do Sul. A VW vai aplicar, sim, um merecido reforço no pacote de tecnologia e segurança, mas na mesma Amarok produzida atualmente na Argentina. Saber se essa estratégia será o suficiente para mudar a realidade dela por aqui, só o tempo dirá. Mas, de antemão, já dá pra apostar que vai ser pouco.