Sorocaba possui 202 farmácias e drogarias
Há uma loja a cada 2,3 quilômetros quadrados
Diferente de outros setores impactados negativamente pela pandemia de Covid-19, o comércio do varejo farmacêutico teve crescimento contínuo. Essa situação é facilmente perceptível ao caminhar pelas ruas da cidade de Sorocaba. Na avenida São Paulo, na região da Igreja de Santo Antônio, por exemplo, são quatro em uma distância pequena -- menos de 150 metros.
Segundo informações do Sebrae-SP a partir do DataMPE, baseadas em dados da Receita Federal, o município contabiliza atualmente 202 estabelecimentos varejistas de produtos farmacêuticos, sendo 163 farmácias e 37 drogarias. Nos últimos três anos, o setor inaugurou 42 novas lojas na cidade: 13 em 2020, 18 em 2021 e 11 em 2023. Nesse mesmo período, 30 foram fechadas. Ainda segundo o levantamento do órgão, a cidade tem uma loja do segmento a cada 2,3 quilômetros quadrados.
Para o Sebrae, a boa perspectiva das farmácias está relacionada com o envelhecimento da população, porém, a pandemia de Covid-19 também influenciou o crescimento do setor. “A pandemia potencializou a abertura de farmácias sim. Testes e medicamentos isentos de prescrição cresceram, ganhamos mais importância como estabelecimento de saúde, ficamos abertos todos os dias e prestamos um grande serviço, oferecendo testes e atenção farmacêutica, prestando informações sobre o que poderia ajudar as pessoas a superarem esse momento difícil que todos nós passamos”, disse José Alberto Cépil, diretor e sócio fundador da rede Farmamed, em Sorocaba.
Além disso, a chegada de novos produtos no mercado também contribui para a ampliação de lojas. José Alberto Cépil conta que em 1986, quando a primeira loja da rede Farmamed foi aberta, na rua Hermelino Matarazzo, a cidade contava com cerca de 40 drogarias e apenas cinco farmácias de manipulação. Atualmente, com mais de 200, o conceito do estabelecimento mudou e hoje oferece diversos tipos de produtos e serviços, desde os medicamentos tradicionais, com prescrição médica até aferição de pressão, testes de glicemia e Covid-19.
“A farmácia passou por várias fases, mas sempre com o intuito de cuidar das pessoas para que cuidem de sua saúde. Hoje temos uma forte tendência a conveniência, onde as pessoas podem comprar além dos medicamentos de prescrição e isentos de prescrição, todos itens de beleza, cuidados pessoais, dermocosméticos, nutricosméticos, suplementos e nutricionais, toda linha de cuidados ao paciente, vitaminas, entre outros”, explicou.
Até o fim do ano, as boas expectativas continuam. De acordo com informações da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), “uma pesquisa realizada pela IQVIA Brasil, empresa multinacional americana que atua nos setores de tecnologia da informação em saúde e pesquisa clínica, o setor farmacêutico brasileiro estima uma projeção de 11,5% de crescimento para 2023, além da geração de milhares de empregos em todo país devido à forte aceleração das grandes marcas nacionais em seus projetos de expansão”.
José Alberto percebe esse crescimento, principalmente ocorrendo entre as grandes redes, o que aumenta a competitividade da pequena farmácia e da média rede. No entanto, ele observa que o entendimento da população em valorizar a sua farmácia do bairro, comprando seus medicamentos nela, também está crescendo. “Isso é bom para todos”, finaliza o diretor da Farmamed. (Vanessa Ferranti)