Advogados alertam sobre golpe na venda de imóveis
Documentos falsos estariam sendo usados para enganar compradores
De acordo com a Secretaria Estadual da Segurança Pública, a Polícia Civil de Sorocaba investiga um novo tipo de estelionato: a comercialização de imóveis de forma irregular, sem o conhecimento dos proprietários. A denúncia foi feita no mês passado por advogados da cidade. Segundo eles, golpistas utilizam procurações e documentos falsos para vender terrenos, inclusive se passando pelos donos. Um cliente desses advogados, que mora no Rio de Janeiro, teve dois terrenos vendidos pelos criminosos, sendo um no bairro Campolim e outro no Jardim Pagliato. Neste caso, o prejuízo passou de R$ 1 milhão.
De acordo com a pasta estadual, o caso está sendo investigado pelo 3º DP de Sorocaba. Porém, até o momento, somente uma pessoa registrou boletim de ocorrência. Ainda conforme as investigações, “diligências são realizadas para esclarecer o caso e prender os autores, sendo prematuro afirmar inicialmente se tratar de uma quadrilha especializada”, informa a Polícia Civil.
A Secretaria da Segurança Pública ressalta a importância do registro do boletim de ocorrência, que é uma ferramenta fundamental para mapear os locais com maior incidência criminal, bem como investigar os casos.
A pasta estadual não informou quem seriam as pessoas que compraram os terrenos por meio do golpe, cujo proprietário mora no Rio de Janeiro. Também não foi informado se os compradores registraram boletim de ocorrência, pois também teriam ficado no prejuízo.
Matrícula atualizada
Os advogados Marcos Antonio das Neves Filho e Osmil de Oliveira Campos, que representam o cliente do Rio de Janeiro, afirmaram que mais vítimas podem ter caído no golpe e ainda não saberem. Por isso, eles aconselham que os proprietários fiquem atentos e sempre consultem a matrícula atualizada de seus imóveis para saber se está tudo regularizado.
Conforme os advogados, no caso do cliente do Rio, os golpistas se passaram pelo proprietário usando fotos de redes sociais, procurações falsas tiradas em cartórios de Minas Gerais e uma conta aberta em um banco privado no Paraná, utilizada para depósito dos valores após a venda dos terrenos.
No início do mês passado, um homem de 57 anos foi preso após ser flagrado em um cartório da cidade. Segundo a polícia, ele frequentava cartórios locais em busca de informações para realizar procurações e lavrar escrituras de transferência de imóveis em nome de terceiros. (Da Redação)