Juristas rezam para aborto antes da 12ª semana continuar proibido
Grupo pede intercessão de Nossa Senhora da Ponte para o STF rejeitar ADPF 442, do Psol
A União dos Juristas Católicos da Arquidiocese de Sorocaba esteve reunida na manhã de ontem (26) na Catedral Metropolitana para rezar o Rosário e pedir que Nossa Senhora da Ponte interceda para que a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442, que está no Supremo Tribunal Federal (STF), não seja aprovada. A ADPF foi apresentada no STF em 2017 pelo Psol e pede a descriminalização do aborto no Brasil até a 12ª semana de gestação.
Para a presidente da União dos Juristas Católicos da Arquidiocese de Sorocaba, Maria Regina Soares Fernandes, de 68 anos, o aborto não pode ser legalizado. “O embrião já tem vida desde a sua concepção, então se nós estivermos de acordo com isso, nós estamos cometendo um homicídio. A luta é essa. Que nossas orações e nosso clamor cheguem até Jesus e haja intercessão de Maria Santíssima para que esse projeto não seja aprovado. A vida é um dom gratuito de Deus e ninguém tem o direito de tirá-la”, disse.
Durante cerca de duas horas, o grupo rezou o rosário, em quatro terços e, em seguida, participou da Santa Missa, às 12h, com o mesma missão: orar em defesa da vida. Etevaldo Queiroz Faria, de 77 anos, membro da União dos Juristas Católicos da Arquidiocese de Sorocaba, ressaltou que o direito à vida é um direito constitucional. Na opinião dele, o STF tem a obrigação de defender a Constituição e, caso a proposta do Psol seja aprovada, os ministros estarão declarando que o Brasil aceita a morte, além de vilipendiar a Constituição Federal.
“Para aqueles que lutam pela vida, não vai fazer diferença nenhuma, mas para aqueles que querem se justificar em matar, vai fazer a diferença, porque deixa de ser crime. Podemos até entender que a mulher é dona do seu corpo, porém, ela não tem o poder de decidir sobre a graça da gestação, que não é dela. No momento em que a mulher concebe uma vida, ela deve proteger a vida e não, em nome de que ela é dona do corpo, ela mate uma vida”, defendeu Etevaldo.
Vida e amor
O vice-presidente da União dos Juristas Católicos da Arquidiocese de Sorocaba, Guilherme Augusto Lacerda, de 24 anos, destacou que o intuito é mostrar, por meio da oração, que a mensagem de Jesus Cristo é de vida e amor. Ele ressaltou que o nascituro é um ser humano como todos os outros e não uma massa de células sem vida. “Nós começamos a ter um juízo de vida e morte sobre as outras pessoas que não cabe a nós decidir quem vive ou quem morre”.
Guilherme citou os argumentos do filósofo, político e historiador italiano Norberto Bobbio: “O direito e o dever são duas faces da mesma moeda. A partir do momento em que você tem a liberdade de exercer o seu direito reprodutivo, por outro lado, você gera para si um dever de cuidar daquela vida que está sendo gestada e que é protegida constitucionalmente. Nós não podemos ter essa visão de que o direito é simplesmente uma garantia, sem que ele não gere para nós um dever para com a sociedade ou para com o outro. Porque, o direito de cada um termina a medida que começa o direito do próximo. E ali, sendo gestado, está o próximo, está um ser humano também”. (Da Redação)