Sorocaba teve 95 acidentes com escorpiões neste ano

Matagal faz da Vila Lucy um dos pontos críticos

Por Cruzeiro do Sul

Moradores da rua Nhonho Pires perderam a conta da quantidade de escorpiões que encontraram em suas casas; alguns deles, inclusive, já foram picados

Acidentes com escorpiões são recorrentes em Sorocaba, principalmente em períodos de altas temperaturas. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), somente nos primeiros oito meses de 2023 já foram registrados 95 casos no município. A proliferação desse tipo de aracnídeo é ainda mais acentuada em regiões com terrenos baldios, seu habitat preferido. Este é o caso do bairro Vila Lucy -- próximo ao Tauste da avenida General Carneiro --, mais especificamente no final da rua Nhonho Pires, onde uma grande área encontra-se coberta por mato tão alto que chega a ultrapassar os muros dos imóveis vizinhos.

João Carlos Lima, de 79 anos, que convive com o problema há bastante tempo, já perdeu a conta do número de escorpiões que já encontrou em sua casa. “Todo ano eles aparecem. Inclusive, há dois anos, fui picado. Só no último mês apareceram dois”, conta o morador. Ele acrescenta que a queixa é frequente na vizinhança e que várias denúncias já foram feitas às autoridades.

Em resposta a questionamento do Cruzeiro do Sul, a Prefeitura de Sorocaba informou que a equipe de fiscalização do setor de Zoonoses, da Secretaria da Saúde (SES), já esteve no local e realizou vistoria. De acordo com a nota enviada ao jornal, durante a inspeção, os agentes orientaram os moradores. Em seguida, o órgão iniciou os procedimentos para identificar os responsáveis pelo terreno. Eles poderão ser multados e sofrerem outras sanções previstas em leis municipais.

Riscos e Prevenções

Nos primeiros sete meses deste ano, a SES registrou mais de 24,2 mil casos de acidentes com escorpiões em todo o Estado. O número é 13% maior do que o informado no mesmo período de 2022.

A tendência é que os casos de picadas de escorpiões aumentem até o final do ano, em virtude ao calor. Por conta disso, a recomendação é que a população adote medidas para impedir a entrada do animal peçonhento nas residências -- incluindo os quintais --, assim como nos escritórios, fábricas e outros ambientes de trabalho.

A SES esclarece que escorpiões procuram se esconder em locais que “imitam” as condições da natureza, como vãos, frestas, buracos e entulhos. “Portanto, conservar a limpeza da área interna e ao redor das residências, evitando o acúmulo de lixo e entulho, é uma medida preventiva importante. O ideal também é examinar roupas, sapatos e toalhas antes de usá-las”, destaca o órgão.

Outras medidas incluem telar ralos de esgotos, pias ou tanques, afastar as camas e berços das paredes, evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão e acondicionar o lixo em sacos plásticos ou outros recipientes que possam ser mantidos fechados, para evitar baratas, moscas e quaisquer insetos que servem de alimento para os escorpiões.

Sinais e sintomas

Acidentes com escorpiões podem apresentar sinais e sintomas específicos e variam de acordo com a gravidade. Em casos mais leves, o principal sintoma é a dor intensa no local da picada, suor e taquicardia -- palpitação. Acidentes de intensidade moderada podem levar o paciente a apresentar agitação, vômitos, sudorese discreta, taquicardia, taquipneia (respiração acelerada) e hipertensão leves. Nas ocorrências mais graves, os sintomas se intensificam e tornam-se generalizados.

Após uma picada, é recomendado limpar o local com água e sabão e, para amenizar a dor, aplicar compressa morna. A vítima deve procurar o serviços de saúde mais próximo para receber o devido tratamento para a dor e, se necessário, receber a soroterapia adequada. Em Sorocaba, o centro de referência para estes casos é o pronto socorro do Conjunto Hospitalar, localizado na rua Cláudio Manoel da Costa, no Jardim Vergueiro. Os endereços dos demais pontos estratégicos do Estado podem ser consultados pelo link http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/unidades-de-referencia/peconhentos_unidades.pdf. (Da Redação)