Cesta básica tem terceira queda seguida
Em agosto, o sorocabano gastou 2,2% a menos -- R$ 22,20 -- do que no mês anterior para adquirir 34 itens
O custo da cesta básica sorocabana em agosto de 2023 teve uma queda de 9,59%, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Ou seja, o consumidor desembolsou R$ 104,50 a menos. Já quando comparada com o mês anterior -- julho de 2023 --, a despesa foi 2,20% menor, passando de R$ 1.007,19 para R$ 984,99 -- uma diferença de R$ 22,20. Esta foi a terceira redução de preço seguida -- -2,22% em junho e -4,01% em julho --, depois de duas altas -- 1,87% em abril e 1,61% em maio. No acumulado do ano, a despesa do sorocabano com os itens básicos recuou -6,15%. Dos 34 itens que compõem a cesta básica avaliada, 22 apresentaram queda de preço no mês passado. Em agosto, o produto que mais contribuiu com a diminuição das despesas foi a carne de primeira. Os dados são da pesquisa mensal realizada pela Universidade de Sorocaba (Uniso).
Para o coordenador do levantamento, professor Marcos Antônio Canhada, a queda do preço da cesta básica em agosto de 2023 foi no sentido contrário do resultado medido pelo índice de inflação oficial (IPCA-15), que apresentou alta de 0,28%. “Isso significa que os produtos de consumo básico que compõem a cesta ficaram mais baratos, caminhando no sentido contrário dos bens e serviços em geral, medidos pela inflação”, complementou o coordenador do Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas, da Uniso, professor Renato Vaz Garcia.
A pesquisa mostrou ainda que os grupos de bens que compõem a cesta básica sorocabana apresentaram, em agosto de 2023, as seguintes variações de preço em relação ao mês anterior: alimentação (-2,45%), limpeza (-1,85%) e higiene pessoal (-0,03%).
Batata, feijão e cebola
Entre os itens que apontaram maiores quedas no mês de agosto em relação a julho estão: a batata (23,94%), passando de R$ 6,67 para R$ 5,07 o quilo. O feijão foi o segundo item com maior queda de preço (-8,79%), de R$ 8,23 para R$ 7,51 o quilo. Já o óleo de soja, terceiro item com maior redução (-8,22%), passou de R$ 6,29 para R$ 5,77 a embalagem de 900ml. Em quarto lugar ficou a cebola (-6,58%), com o preço do quilo diminuindo de R$ 4,78 para R$ 4,47.
Conforme a pesquisa, as hortaliças continuam contribuindo de forma significativa para a queda de preços da cesta básica desde o início do ano. Os destaques são a batata e a cebola, que, no acumulado de oito meses, apresentam redução de 25,41% e 47,48%, respectivamente.
“As leguminosas também apresentam contribuição, com destaque para o feijão, que, após período de alta no ano anterior, apresenta nos últimos meses recuo importante”, apontou Canhada.
Garcia acrescentou que “os grãos, principalmente o milho e a soja, que são insumos importantes para produção de proteínas animais, também têm ajudado a reduzir o preço da carne bovina, que vem contribuindo nos últimos meses para a queda do valor da cesta básica”.
Frango subiu
No mês passado, a alta mais significativa foi o frango, cujo quilo passou de R$ 7,24 para R$ 7,99, o que representa um aumento de 10,36%, em relação a julho. Segundo a pesquisa, a alta no preço do frango contraria a tendência dos últimos meses, em que este item apresentava queda.
“Esta alta pode estar associada ao crescimento na demanda, uma vez que os custos de insumos estão relativamente controlados neste momento. O consumidor precisa estar atento e procurar substituir, quando possível, em busca de retornar este preço aos patamares anteriores”, reforçou Canhada.
Outros itens que também subiram no período analisado foram: o creme dental (4,78%), que passou de R$ 3,95 para R$ 4,14 (embalagem de 90 gramas). O arroz (3,19%), cujo quilo passou de R$ 24,82 para R$ 25,61. E o sabão em pó (2,31%), que passou de R$ 11,39 (o quilo) para R$ 11,66.
Promoções e ofertas
Para economizar no supermercado, os consumidores seguem uma receita infalível: a velha e boa pesquisa de preços e a procura por ofertas e promoções. Para a dona de casa Bruna Justi, 34 anos, os preços de alguns alimentos têm baixado ao longo do ano, apesar da variação constante. “Alguns alimentos baixaram sim, mas os preços variam muito. Então, a gente sempre busca produtos em oferta e promoções”, destacou.
A caminhoneira Josilda Tanan Santana Neves, 45 anos, concorda com Bruna sobre a evolução do custo da cesta básica. “Os preços estão mais baixos sim. A carne baixou um pouco, assim como o café, o açúcar e o arroz”, opina, acrescentando que, “para economizar mais um pouco a gente precisa comprar o que está mais barato”. (Ana Claudia Martins)