Capela pode ser transformada em patrimônio cultural de Sorocaba

A proposta, que visa essa distinção, foi apresentada pelo vereador Fernando Dini (PP) e será debatido nesta terça (24)

Por Wilma Antunes

Construção do conjunto arquitetônico que inclui a Capela Senhor do Bonfim teve início em 1906

A Capela Senhor do Bonfim, um local de grande significado histórico e religioso em Sorocaba, poderá ser reconhecida como patrimônio cultural material. O projeto de lei que visa essa distinção foi apresentado pelo vereador Fernando Dini (PP) e será debatido hoje (24), na sessão ordinária da Câmara Municipal, em primeira discussão.

A construção da Capela Senhor do Bonfim é uma obra de João de Camargo, um ex-escravo, líder religioso e uma figura de grande influência. Ele se dedicou à criação da igreja após uma visão que teve. A primeira capela foi erguida em 1906, nas proximidades da cruz de Alfredinho, no cruzamento da atual rua João de Camargo com a avenida Barão de Tatuí.

O projeto prosperou ao longo dos anos, resultando na expansão e diversas reformas da capela, que continuou sendo um local de culto e romaria. Além da igreja principal com seus altares e altar-mor, a capela também abriga a Sala Lateral, que contém instrumentos da Corporação Musical São Luís e a mobília que pertenceu ao monsenhor João Soares.

João de Camargo

Nascido escravo, João de Camargo recebeu influências religiosas tanto das tradições africanas de sua mãe quanto do cristianismo que o cercava. Seu objetivo era unir todas as crenças e cultos, independentemente de sua origem, e isso se reflete na diversidade de símbolos religiosos encontrados no interior da Capela.

Camargo era renomado por suas habilidades de cura, conselhos e intervenções sobrenaturais. No entanto, ele também enfrentou perseguições e prisões devido às suas práticas. Apesar disso, seu legado perdura, e a Capela Senhor do Bonfim continua a atrair visitantes de todo o Brasil e do exterior até os dias atuais.

Outros projetos

Além do projeto da Capela, a Câmara também vota, em primeira discussão, um projeto de lei apresentado pelo vereador João Donizeti (PSDB) que estabelece a Política Municipal de Segurança Hídrica e Gestão das Águas no município, abordando a proteção, preservação, conservação, recuperação e manejo das águas e áreas de interesse hídrico.

Outro projeto, de autoria de Caio Oliveira (Republicanos), propõe a reserva de 30% das vagas de emprego nas empresas terceirizadas que firmarem contrato com a administração pública direta e indireta para pessoas com deficiência, mulheres vítimas de violência doméstica, idosos e jovens aprendizes. (Wilma Antunes)