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Banheiros da Rodoviária de Sorocaba estão vandalizados
Quem precisa utilizar os serviços do espaço público, reclama da situação. Urbes confirma problemas e promete solução
Fiação de energia exposta, portas, vasos sanitários, mictórios e saboneteiras quebradas. Essa é a situação dos banheiros masculino e feminino da Rodoviária de Sorocaba. Em ambos, das oito cabines com vasos sanitários disponíveis aos cidadãos, quatro estavam fechadas com fitas.
Segundo um taxista, de 66 anos, o banheiro masculino está há mais de um mês com itens quebrados. “Começou com dois lavatórios cobertos com saco de lixo e agora vi aquele monte de saco de lixo cobrindo o mictório também. Três torneiras estão quebradas e tem mais quatro vasos sanitários com portas lacradas. Muitas vezes ali não tem papel higiênico e sabonete”, relata.
Ele comenta também que moradores de rua estão quebrando o banheiro: “Eles vão ao banheiro e lavam o pé nos lavatórios. Mas, no caso dos mictórios, não tem como eles estragarem, como fazem com torneiras e portas. O mictório está assim porque está quebrado mesmo. Precisa consertar”.
Trabalhando como taxista no entorno da Rodoviária por uma década, ele afirma que isso passou a acontecer nos últimos anos: “Depois que a Urbes começou a administrar, a Rodoviária ficou assim. Antes, nós pagávamos para usar o banheiro, mas era limpo. Agora, falta papel higiênico porque os moradores de rua levam embora. Já cheguei a ver um fazendo isso, avisei o segurança, mas na hora que ele chegou o rapaz já estava longe”.
O taxista diz que o banheiro deveria ser zelado por funcionários contratados somente para essa função. “Em vez dos seguranças da Rodoviária ficarem circulando dentro do prédio, eles ficam na porta de carga e descarga batendo papo. Esses dias roubaram uma loja e cadê o segurança?”
Outro munícipe, um aposentado, de 65 anos, conta que trabalhou com transporte por aplicativo nas proximidades da Rodoviária. Ele afirma que embora os funcionários mantenham o banheiro limpo, as pessoas em situação de rua e usuários de drogas sujam: “Eles fazem uma bagunça ali dentro!”.
O aposentado disse também que os mictórios estão constantemente entupidos e que as descargas estão quebradas. Para ele, o entorno da Rodoviária sempre foi um problema. “A estrutura é muito precária e antiga”.
Quando trabalhava com transporte, muitas vezes o aposentado precisou utilizar o banheiro da Rodoviária e via o movimento constante de moradores de rua e usuários de drogas. “Sempre foi um transtorno, mas deu uma melhorada, principalmente depois que a Guarda Civil Municipal (GCM) passou a ficar na frente da Rodoviária. Mas aqui dentro não, dá para ver que os funcionários fazem o máximo que podem, mas infelizmente falta segurança. O que tem que melhorar aqui é a segurança. Os moradores de rua vandalizam tudo”.
Outra munícipe, uma biomédica de 59 anos, também acredita que é preciso melhorar. “Eles poderiam investir bem mais. Eu já frequentava a Rodoviária quando estava grávida, há 20 anos. Tem muito ainda o que melhorar. Deu uma ‘mascarada’, mas continua ruim”.
Até mesmo para quem utiliza os serviços da Rodoviária pela primeira vez, a opinião não diverge: “É a primeira vez que venho aqui. O banheiro poderia ser melhor, por ser uma rodoviária e onde muita gente usa. Os mictórios estão cobertos. Precisa melhorar’, disse um auxiliar de operações, de 37 anos.
O que diz a Urbes
Em nota, a Urbes — Trânsito e Transportes confirma que os banheiros foram alvo de vandalismo, mas que continuam funcionando e atendendo ao público. Informa também que está providenciando as manutenções necessárias, que seriam realizadas durante o período da madrugada, para não comprometer o funcionamento durante o dia. A previsão é que os serviços sejam finalizados hoje (25).
A Urbes informou, ainda, que já notificou a empresa de segurança contratada para reforçar a fiscalização preventiva, para evitar novas situações como essa. “A empresa continuará atuando de forma coordenada com a Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal, acionando as forças policiais para que sejam tomadas todas as providências cabíveis e os autores sejam responsabilizados”, garantiu.
A pedido dos entrevistados, suas identidades foram preservadas nesta reportagem. (Virginia Kleinhappel Valio)