População idosa de Sorocaba cresceu 78,31%
Cidade segue tendência nacional. Informação é do Censo 2022 realizado pelo IBGE e analisado pela Fundação Seade
O Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que a população brasileira está envelhecendo e em Sorocaba não é diferente. A cidade, aliás, apresentou aumento da população idosa, isto é, pessoas com 60 anos ou mais, acima do índice nacional, na comparação dos números do Censo 2022 com os de 2010. Enquanto no País o aumento da população idosa foi de 56%, em Sorocaba chegou a 78,31%. O total de pessoas com 60 anos ou mais na cidade era de 64.362 e passou para 114.769 -- o que representa 15,85% de idosos em relação ao total da população de Sorocaba, que é 723.682.
Na legislação brasileira, considera-se pessoa idosa aquela que atingiu 60 anos de idade ou mais. Conforme os dados do Censo 2022, dos 114.769 habitantes com 60 anos ou mais que vivem em Sorocaba, 65.557 são mulheres e 49.212 são homens, o que representa uma diferença de 16.345 mais pessoas idosas do sexo feminino.
A faixa etária que possui mais pessoas idosas na cidade é de 60 a 64 anos. São 20.346 mulheres e 16.614 homens, o que totaliza 36.960 pessoas, indica o Censo 2022.
Já na mesma faixa etária, o Censo 2010 apontava o total de 20.864 pessoas de 60 a 64 anos, sendo 11.194 mulheres e 9.670 homens, ou seja, 16.096 a menos do que em 2022.
Logo em seguida, o maior número de pessoas idosas está na faixa etária de 65 a 69 anos, sendo 16.016 mulheres e 12.801 homens, o que totaliza 28.817. Na comparação com o Censo anterior (2010), o aumentou chega a quase 100%. Eram 8.124 mulheres e 6.661 homens, que soma 14.785. Em relação ao total de pessoas de 65 a 69 anos em 2010, o aumento chega a 94,90% em 2022 (28.817 pessoas nesta faixa etária).
Em relação ao processo de envelhecimento da população paulista, o resultado apurado pelo Censo 2022 indica uma redução do número de filhos por casal e o aumento da longevidade. Enquanto a população total cresceu 20% entre 2000 e 2022, o grupo com 65 anos ou mais aumentou 133% e aquele com menos de 15 anos diminuiu 18%. Tal comportamento fez o índice de envelhecimento paulista quase triplicar: o número de pessoas de 65 anos e mais para cada 100 de 0 a 14 anos, que em 2000 correspondia a 23,2, passou para 36,5 em 2010 e para 66,3 em 2022, explica a Fundação Seade a partir da análise dos números.
70 anos ou mais
Conforme a idade avança, diminui o total de pessoas idosas na cidade. Mesmo assim os números são maiores do que em 2010. Em 2022, a quantidade de pessoas com 70 anos ou mais em Sorocaba chegou a 48.992 contra 28.713 em 2010, ou seja, aumento de 70,62% nos últimos 12 anos.
A faixa etária de 70 a 74 anos é a que concentra a maior quantidade de pessoas idosas. São 11.695 mulheres e 8.865 homens, o que totaliza 20.560.
Já de 80 a 84 anos, o total de pessoas em 2022 é de 8.234, sendo 5.074 mulheres e 3.160 homens. De 90 a 94 anos, o total de pessoas em Sorocaba é de 1.913, sendo 1.345 mulheres e 568 homens. E de 100 anos ou mais, são 62: 45 mulheres e 17 homens. Em 2010, segundo o Censo, o total de pessoas com 100 anos ou mais na cidade era de 41 pessoas, sendo 27 mulheres e 14 homens.
“Entre 2010 e 2022, observa-se um crescimento populacional expressivo nas faixas quinquenais superiores a 65 anos, cujo total passou de 3,2 milhões para 5,3 milhões de pessoas. O maior acréscimo relativo ocorreu no grupo de 90 a 99 anos que dobrou: de 83.421 para 170.679. Os centenários, que eram 3.234 em 2010, passaram para 5.095 em 2022. O incremento nessa população decorre, em parte, da dinâmica demográfica das gerações associadas e da tendência histórica de aumento na sobrevivência”, informa a Fundação Seade.
Envelhecimento da população
O envelhecimento da população em praticamente todo o País preocupa a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Segundo o IBGE, o índice de envelhecimento considerando-se a população com 60 anos ou mais chegou a 80,0 em 2022 no Brasil, com 80 pessoas idosas para cada 100 crianças de 0 a 14 anos.
“A transição demográfica no Brasil é rápida: o que demorou 100 anos em alguns países aqui está acontecendo em 20, e o País não está preparado. O Brasil está envelhecendo antes de ter se tornado um país com uma distribuição de renda eficiente, de ter feito reformas e adotado medidas estruturantes, e isso é um grande problema”, avalia o presidente da SBGG, Marco Tulio Cintra.
A Prefeitura de Sorocaba informa que a cidade está totalmente atenta à questão da longevidade e atuando fortemente nessa área, com programas, ações, eventos e políticas públicas. “Um dos avanços realizados na área pelo atual governo, por exemplo, foi a implantação, em fevereiro de 2023, do Centro Dia do Idoso (CDI), no Jardim São Marcos, na zona oeste, que oferece um serviço de convivência, com atenção multiprofissional. Além disso, existe o projeto, já em estudos, para a implantação de mais três CDIs para que o serviço possa estar presente também em outras regiões da cidade”, informa a Prefeitura.
Cidade melhor preparada
Sorocaba possui pelo menos dois espaços de convivência voltados para as pessoas idosas: o Clube do Idoso, que fica na Vila Pinheiros, e a Chácara do Idoso, na Vila Progresso. Os dois locais disponibilizam várias atividades gratuitas para os frequentadores, de segunda a sexta-feira. No Clube do Idoso, as pessoas com 60 anos ou mais aprovam e gostam das atividades oferecidas no local, e acham que a cidade poderia ter mais locais iguais ou parecidos, em outras regiões.
Para a frequentadora Maria de Lourdes Périco, 66 anos, Sorocaba não está totalmente preparada para o envelhecimento de sua população. “Para as pessoas que têm dificuldade de locomoção, por exemplo, o que é comum para quem já está na terceira idade, por exemplo, fica difícil usar o transporte público para frequentar o Clube ou a Chácara do Idoso, se a pessoa mora longe. E as pessoas idosas que não têm plano de saúde e dependem da saúde pública também enfrentam dificuldades”, relata.
Ana Maria Nogueira Bastos, 68 anos, frequenta o Clube do Idoso há 9 anos e gosta das atividades. Ela disse que as atividades físicas e de interação social são importantes para as pessoas idosas e já aposentadas. “A gente precisa de mais locais como o Clube do Idoso, também em outras regiões, pois esses espaços representam mais qualidade de vida para quem já passou dos 60 anos”, afirma.
A Prefeitura de Sorocaba informa que a rede municipal de saúde, por meio da Atenção Básica, possui cuidados integrados e globais aos idosos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), para cuidar da saúde dos pacientes de forma ampla, e não apenas da doença em si. Nas unidades, são realizadas ações educativas, de promoção à saúde e prevenção de doenças, bem como do tratamento precoce, com programas estabelecidos de hipertensão e diabetes, por exemplo, além da reabilitação, com encaminhamento aos tratamentos de especialidades na Policlínica Municipal, quando necessário.
“Há, também, o trabalho preventivo com os grupos educativos de caminhadas e outros exercícios físicos. Essas atividades são conduzidas por equipes das UBSs e os moradores interessados em participar podem procurar a unidade mais próxima de sua residência para se informar sobre os dias e horários disponíveis. Há UBSs nos seguintes bairros: Aparecidinha, Vila Barão, Barcelona, Cajuru, Cerrado, Habiteto, Vila Haro, Vila Hortência, Maria do Carmo, Nova Esperança, Paineiras, Jardim Rodrigo, Vila Sabiá, São Guilherme, Ulisses Guimarães, Vitória Régia e Wanel Ville. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones (15) 3239-8964 ou (15) 3239-9116. (Ana Claudia Martins)