Sorocabanos são conservadores e mantêm as tradições para o Ano Novo
Para tentar alcançar os objetivos almejados, muitas pessoas recorrem às superstições de Ano Novo na cidade
A chegada de um novo ano é uma oportunidade para agradecer pelas conquistas obtidas no anterior e fazer desejos para o próximo. Para tentar alcançar os objetivos almejados, muitas pessoas recorrem às superstições de Ano Novo em Sorocaba. Vale usar roupas de cores com significados específicos, comer lentilha ou 12 uvas, pular sete ondas, evitar comer frango, colocar dinheiro dentro do pé direito do sapato, dentre outras.
Na família da artesã Maria Aparecida Camargo Araújo, de 65 anos, algumas tradições são mantidas. Proprietária de uma casa na praia, ela e os parentes fazem questão de pular as sete ondas à 0h, quando passam o Réveillon no local. A lentilha também não pode faltar na ceia. Além disso, todos usam roupas brancas, cuja cor simboliza paz, ou amarelas, que significam prosperidade e dinheiro.
Desta vez, Maria resolveu mudar, mas sem deixar de lado os costumes. Vai usar um vestido vermelho -- tom representativo do amor -- para celebrar os 46 anos de casamento com o marido e pedir que a união perdure por muito mais tempo. Segundo ela, a família se tornou ainda mais adepta das superstições após a pandemia de Covid-19, como forma de tentar atrair melhorias para o mundo. “Tem que ter esperança de que o novo ano será melhor do que hoje e do que ontem”, disse.
O bombeiro Clóvis Luiz dos Santos, de 56 anos, também acredita no poder das cores. Por isso, nos anos anteriores, sempre utilizou branco. Mas, assim como Maria Aparecida, ele decidiu variar e escolheu o azul para a passagem de ano. “Eu li em uma reportagem que o azul, talvez, traga mais oportunidades”, justificou.
Origens
As origens das tradições de Ano Novo são diversas. O Cruzeiro do Sul apresenta algumas com base em reportagem dos portais BBC Brasil e UOL (https://bitly br.com/OxH). O hábito de comer 12 uvas à meia-noite foi trazido à América Latina pelos espanhóis. O objetivo do ritual é ter 12 meses de sorte e prosperidade. Para tanto, uma fruta deve ser ingerida a cada uma das 12 badaladas.
Saltar sete ondas na virada do ano e fazer um desejo a cada pulo é um costume brasileiro que remonta às raízes africanas. O mar tem relação com a purificação em várias culturas, enquanto o sete é um número considerado espiritual na umbanda. Ele está associado à deusa das águas, Iemanjá. Com isso, a superstição diz que cumpri-la é uma forma de ganhar forças para superar dificuldades. Pela tradição, os saltos não podem ser feitos com as costas para o mar, pois isso gera má sorte com o dinheiro.
Vestir branco também vem das religiões africanas. O hábito teria sido “emprestados” por leigos e católicos no Rio de Janeiro, a partir da observação de rituais umbandistas na praia de Copacabana. A princípio, tratava-se de uma homenagem ao orixá Oxalá, mas, com o passar do tempo, tornou-se uma forma de pedir paz no Réveillon.
Costume trazido ao País pelos imigrantes italianos, o consumo de lentilha à meia-noite é uma maneira de clamar por fartura, pois a leguminosa está relacionada à prosperidade financeira. Acredita-se que há essa relação por conta de seu formato lembrar moedas. (Vinicius Camargo)