CPI dos Contratos Familiares será retomada em 1º de fevereiro
A interrupção das investigações ocorreu em 1º de novembro, visando a análise detalhada de documentos relacionados aos processos de contratação entre a Urbes e a Família Hial
A CPI dos Contratos Familiares, que tem como foco a investigação dos contratos firmados entre a Urbes - Trânsito e Transporte e a Família Hial, retomará suas atividades em 1º de fevereiro. Esse retorno coincide com a primeira sessão ordinária do ano na Câmara de Sorocaba, marcando também a retomada das atividades legislativas.
A interrupção das investigações ocorreu em 1º de novembro de 2023, visando a análise detalhada de documentos relacionados aos processos de contratação. A pausa, estipulada em 45 dias, deveria ter culminado no retorno da CPI em 16 de dezembro, porém coincidiu com o recesso legislativo. Dessa forma, a retomada das atividades da CPI foi agendada para o próximo mês.
A fase subsequente da investigação contemplará as oitivas das testemunhas, seguindo-se a elaboração de um relatório. A CPI se concentra na apuração dos contratos estabelecidos entre a Prefeitura de Sorocaba e empresas associadas à família do ex-diretor da Urbes, Jorge Domingos Hial.
A presidência da CPI está a cargo do vereador Cristiano Passos (Republicanos), que tem como relator o vereador Luis Santos, também do mesmo partido. O grupo é composto pelos vereadores Dylan Dantas (PL), Fábio Simoa (Republicanos), João Donizeti (PSDB), Rodrigo do Treviso (União), Silvano Jr. (Republicanos), Aith (PRTB) e Caio Oliveira (Republicanos).
O caso
O caso em questão envolve órgãos municipais de Sorocaba, incluindo a Prefeitura, que mantêm contratos no valor total de R$ 32 milhões com empresas vinculadas à família do ex-diretor da Urbes. Essa relação teve início em janeiro de 2021, quando Jorge Domingos Hial, conhecido como Tupã, assumiu cargos na Urbes.
Em menos de três anos, a família Hial acumulou 17 contratos com a administração municipal, totalizando mais de R$ 12 milhões. Embora a Prefeitura e a família Hial neguem irregularidades, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TJSP) identificou conflitos de interesse e ilegalidades em alguns contratos, resultando na exoneração de Hial após a divulgação da denúncia.
Além disso, empresas ligadas à família Hial foram beneficiadas com doações de dinheiro público, levantando questionamentos sobre a transparência e ética dessas transações. A Associação Antônio José Guarda (AJG), presidida pela esposa de Jorge Hial Neto, recebeu contratos milionários para serviços nas áreas de Educação e Saúde de Sorocaba. A Transparência Brasil apontou conflitos de interesse e a ausência de concorrência em algumas dessas contratações.
Destaca-se ainda o crescimento substancial da empresa Brita Forte, pertencente à família Hial, que aumentou seu capital social sete vezes em três anos antes de ser vendida a um novo proprietário. (Wilma Antunes)