Inadimplência no comércio de Sorocaba está em queda

Com redução de 6,67%, número de CPFs negativados chega a 38.329

Por Vinicius Camargo

Para colocar as contas em dia, orientação é entender a situação financeira e fazer acordos com credores

 

A inadimplência no comércio de Sorocaba caiu 6,67% no acumulado de janeiro a dezembro do ano passado, na comparação com o mesmo período de 2022. No ano retrasado, havia 41.071 CPFs negativados, enquanto, em 2023, o número baixou para 38.329. O valor médio das dívidas também diminuiu de R$ 47.271.987,235 para R$ 45.623.416,34 (-3,48%). Os números constam no banco de dados da Associação Comercial de Sorocaba (Acso), administrado pela Boa Vista SCPC.

Segundo as informações, o valor total das dívidas, igualmente, recuou de R$ 575.935.506,04 para R$ 547.480.996,13 (-4,94%) no período analisado.

Para o economista da Acso, Roque Pinto de Camargo Neto, a queda na inadimplência está relacionada, principalmente, à atenuação dos efeitos da pandemia de Covid-19 na economia. Segundo ele, nos anos anteriores, a crise sanitária elevou o desemprego, o que deixou muitas pessoas sem renda. Com isso, o endividamento cresceu. Agora, como a fase mais crítica no setor econômico já passou, dando lugar a um cenário de recuperação, a tendência é de queda. “Arrumando emprego, as pessoas começam a pagar dívidas e a inadimplência acaba diminuindo”, disse Camargo Neto.

Ainda de acordo com ele, outro fator que contribui para a redução é o corte nos juros adotado pelo governo federal. Isso porque, com taxas menores, os débitos ficam mais baratos, e o pagamento torna-se possível. Nesse sentido, Camargo Neto informa que a medida também gera diminuição no valor total das dívidas.

Recuperar o crédito

Quem continua na lista de inadimplentes junto ao comércio local pode conseguir sair com medidas simples. Segundo o consultor empresarial e especialista em finanças André Luís Viana Minucci, primeiramente, o devedor precisa entender o seu estado financeiro. Para tanto, deve elaborar uma planilha com ganhos, gastos e dívidas. Dessa forma, consegue verificar quais despesas pode cortar, a fim de utilizar o valor poupado para quitar débitos.

O passo seguinte é tentar renegociar as contas atrasadas diretamente com os lojistas. Minucci recomenda que a pessoa solicite aos credores a melhor condição possível para pagamento das contas, seja a vista ou em parcelas. Se a negociação sugerida for inviável, o interessado tem de fazer uma contraproposta em conformidade com o seu orçamento e possibilidades de pagamento. Conforme o especialista, caso aceite condições desfavoráveis, o inadimplente pode não conseguir cumprir o acordo e acabar contraindo uma nova dívida. “Tem que fazer a proposta sem receio de ser ousada ou não”, orientou.

Realizar empréstimos consignados para colocar a situação em dia também é uma alternativa. Porém, essa opção só deve ser considerada se os juros forem menores do que as taxas incidentes sobre os contas em aberto. “Estou pagando para uma loja e o juro é de 4% ao mês. Negociando com o banco, alguma instituição ou algum parente, consigo um empréstimo para pagar uma taxa de 1,5% ao mês. Então, vale a pena”, exemplificou Minucci. (Vinicius Camargo)