Mortalidade infantil cai 17% em Sorocaba
Dados mais recentes da Fundação Seade apontam que a taxa passou de 13,23 para 10,97 a cada mil bebês
A taxa de mortalidade infantil em Sorocaba apresentou queda de 17,08% em 2022, na comparação com o ano anterior. Esses são os dados mais recentes disponibilizados pela Fundação Seade, que produz estatísticas de mortalidade a partir dos registros de óbito enviados mensalmente pelos cartórios de Registro Civil de todos os municípios paulistas. Conforme a entidade, os números de 2023 ainda estão sendo computados e devem ser divulgados, provavelmente, no segundo semestre deste ano.
Segundo a Seade, em 2022, a taxa de mortalidade infantil em Sorocaba foi de 10,97 óbitos infantis por mil nascidos vivos contra 13,23 em 2021. Porém, em 2020, a taxa de mortalidade infantil na cidade foi menor ainda: 8,53.
De acordo com os números, no ano de 2022, Sorocaba registrou, no total 96, óbitos infantis e 8.749 nascidos vivos. A Seade informa que as principais causas das mortes são: perinatais, mal formação congênita, doenças do aparelho respiratório, infecciosas e parasitárias. Dos óbitos infantis registrados naquele ano na cidade, 46 foram de neonatal precoce, 22 de neonatal tardia e 28 pós-neonatal.
Conforme a classificação da entidade, o óbito neonatal precoce é aquele ocorrido entre 0 e 6 dias de vida; o neonatal tardio entre 7 e 27 dias e o pós-neonatal entre 28 e 364 dias.
Em 2021, a cidade registrou no total 114 óbitos infantis, ou seja, 18 a mais do que em 2022. Já o total de nascidos vivos no mesmo período foi de 8.615. Em relação às mortes, 59 foram de neonatal precoce, 18 de neonatal tardia e 37 pós-neonatal. E em relação aos anos anteriores, a taxa de mortalidade infantil em Sorocaba foi de 8,53 por mil nascidos vivos em 2020, em 2019 (10,76) e em 2018 (10,3).
A Seade informa que as taxas de mortalidade infantil podem apresentar oscilações no decorrer do período por se tratar de um evento que tem apresentado níveis cada vez menores, principalmente nos municípios menores. “Esses indicadores são subsídios importantes para monitorar e aperfeiçoar políticas públicas”, aponta.
Questionada a respeito, a Prefeitura de Sorocaba informa que o indicador de mortalidade infantil é de extrema relevância, devendo ser analisado de forma contínua, considerando a série histórica, questões epidemiológicas, estatísticas e que algumas estratégias importantes podem ter resultados a curto, médio ou longo prazo, evitando analisar apenas um ano isoladamente. “Vale reforçar que os anos de 2020 e 2021 precisam ser tratados com os devidos cuidados, pois foram anos de pandemia da Covid-19, com seus determinantes e especificidades”, aponta.
Neonatal precoce
A administração municipal informa ainda que o componente da mortalidade infantil maior é o neonatal precoce, que traduz as questões relacionadas a pré-concepção, pré-natal, parto e assistência ao recém-nascido. “A prematuridade, baixo peso ao nascer e intercorrências na gestação e parto, infecções maternas e parto são fatores que se articulam de forma complexa, sendo influenciados pelas características biológicas materna e do recém-nascido, e também pelas condições sociais”, destaca.
Já a Secretaria da Saúde (SES) informa que como o maior componente da taxa de mortalidade infantil é o neonatal precoce (óbitos de 0 a 6 dias de vida), a pasta municipal vem há muitos anos intensificando as ações relacionadas a este componente, tais como: ampliação das equipes de Estratégia de Saúde de Família, com foco em áreas com maior vulnerabilidade, o que significa melhoria na vigilância e cuidado materno-infantil; capacitação em Assistência Materna (principais desafios na assistência materna e seus reflexos na redução da mortalidade materna, infantil e fetal), para os enfermeiros ao atendimento no pré-natal e para os enfermeiros e técnicos de enfermagem para o teste rápido (HIV, Sífilis e hepatites); protocolo e fluxo de rastreio de doenças falciforme no pré-natal; fluxograma para crianças expostas à Sífilis materna, relatório de alta qualificada/contrarreferência de criança exposta à sífilis materna (que necessitou de antibioticoterapia), relatório de alta qualificada/contrarreferência de criança exposta à sífilis materna (que não necessitou de antibioticoterapia), relatório de conclusão de caso de criança exposta à sífilis materna e Ficha Espelho de crianças expostas a sífilis materna; revisão da vigilância compartilhada das gestantes que passam com intercorrência na maternidade e Programa Gestante Saudável; entre outras ações.
Taxa semelhante
A taxa de mortalidade infantil da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), que compreende 27 municípios, em 2022 é de 10,93 óbitos infantis por mil nascidos vivos. No período, foram 290 óbitos infantis e 26.542 nascidos vivos. Das 290 mortes, 148 foram de neonatal precoce, 54 de neonatal tardia e 88 de pós-neonatal.
A cidade de Sorocaba, como sede e maior município da RMS, naturalmente, possui mais habitantes e mais nascimentos, resultando em um total de óbitos infantis maior em relação aos demais municípios.
Em 2022, os municípios da RMS com mais óbitos de recém-nascidos, depois de Sorocaba, foram: Itapetininga (23), Votorantim (22), Salto (21), Tatuí (18), Itu (17), Ibiúna (16), Boituva (10) e Salto de Pirapora (10). Das 290 mortes, 148 foram de neonatal precoce, 54 neonatal tardia e 88 de pós-neonatal.
Nenhum óbito
Em 2022, quatro cidades da RMS apresentaram taxa de mortalidade infantil igual a zero por mil nascidos vivos. Segundo dados da Fundação Seade, são elas: Tapiraí, Jumirim, Cerquilho e Araçoiaba da Serra. Naquele ano, Araçoiaba registrou 382 nascidos vivos, Cerquilho 471, Tapiraí 103 e Jumirim 39.
Segundo lugar
Entre as seis cidades paulistas consideradas de mesmo porte, a taxa de mortalidade infantil de Sorocaba é a segunda mais alta (10,97), perdendo apenas para Osasco (13,43). As demais possuem taxa de mortalidade infantil por mil nascidos vivos menores do que a de Sorocaba. São elas: Ribeirão Preto (8,68), São Bernardo do Campo (9,01), Santo André (10,43) e São José dos Campos (10,44). (Ana Claudia Martins)