Usuários da Castelinho pedem sua ampliação

Rodovia Senador José Ermírio de Moraes, construída há 50 anos, não dá conta do número de veículos que recebe diariamente

Por Ana Claudia Martins

A Castelinho é uma das principais vias de acesso a Sorocaba

 

Inaugurada há quase 50 anos, a rodovia Senador José Ermírio de Moraes (SP-075), popularmente conhecida como Castelinho, é uma das principais vias de acesso à cidade, mas atualmente já sofre com os congestionamentos diários, principalmente nos horários de pico, ou seja, cedo e no fim da tarde. Com o crescimento urbano, a rodovia funciona quase como uma avenida que dá acesso a zona industrial e outros bairros, além de servir como principal ligação entre Sorocaba e a capital paulista, por meio da Castello Branco (SP-280).

A consequência é o aumento no volume de tráfego na rodovia e pontos de engarrafamento como na entrada e saída de acesso ao bairro de Aparecidinha e próximo à praça do pedágio. Para os motoristas que diariamente ou frequentemente passam pela Castelinho, já passou da hora da concessionária que administra a rodovia promover a ampliação das faixas nos dois sentidos.

Questionada à respeito, a CCR ViaOeste, disse que realiza o monitoramento contínuo do tráfego por meio do Centro de Controle Operacional (CCO) através de câmeras e equipes operacionais, 24 horas por dia. “A CCR ViaOeste realiza o monitoramento contínuo do tráfego por meio do Centro de Controle Operacional (CCO) através de câmeras e equipes operacionais, 24 horas por dia. “Mensagens atualizadas com as condições de tráfego no segmento são informadas através dos Painéis de Mensagens Variáveis (PMVs) localizados no km 93+700, no sentido leste da rodovia Raposo Tavares (SP-270) e no km 00+700 no sentido norte e km 11 no sentido sul da rodovia Senador José Ermírio de Moraes (SP 075 - Castelinho)”, garante a concessionária. A CCR ViaOeste afirmou, ainda, que todas as obras contratuais previstas foram realizadas e não há previsão de novos investimentos.

Já a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) informa que monitora continuamente o fluxo rodoviário na SP-075 através de sensores instalados sob o pavimento. “Já foi identificada a necessidade de uma ampliação de capacidade nos dois sentidos, do km 7 ao km 15, por conta do aumento do fluxo rodoviário. Os projetos estão em estudo e a execução provavelmente ficará a cargo da futura concessionária em substituição à concessão atual”, aponta. Porém, não foi informada nenhuma previsão sobre o início das obras.

Da década de 1970

A edição de 4 de dezembro de 1974, do Cruzeiro do Sul, trazia como manchete o anúncio da inauguração da rodovia Senador José Ermírio de Moraes, a Castelinho, para três dias depois. Segundo a reportagem, a obra, com as duas pistas, foi concluída em seis anos, mas houve um ano de paralisação. Mesmo assim, conforme noticiado na época, a obra foi comemorada por conta da redução de tempo e de acidentes com uma ligação direta de Sorocaba para a rodovia Castello Branco.

Quase 50 anos depois e, apesar de ser pedagiada, a rodovia recebe obras constantes até de melhorias, mas o trabalho da concessionária, segundo a própria Artesp, é concentrado nas seguintes funções: operação viária (controle operacional, monitoramento, ações operacionais); apoio aos serviços não delegados de fiscalização de peso (DER/SP) e de apoio operacional ao policiamento rodoviário; conservação e manutenção da rodovia; serviço de atendimento ao usuário com a disponibilização de inspeção de tráfego, serviço mecânico, guinchos e ambulância.

Usuários reclamam

Para o aposentado e morador de Sorocaba, Salvador Stefanelli, 77 anos, a Castelinho já deveria ter sido ampliada, pois não comporta mais o volume diário de veículos que recebe diariamente. “Há 50 anos atrás, a cidade era outra, Sorocaba cresceu muito de lá pra cá e a Castelinho não comporta mais o trânsito atual. Passo com frequência e em horários de pico enfrentamos congestionamentos porque a rodovia recebe todo o volume da zona industrial, da região de Aparecidinha, além dos veículos que estão vindo de outras cidades ou saindo de Sorocaba para outros municípios”, relata.

Para ele, a arrecadação do pedágio já teria sido suficiente para que a concessionária tivesse feito obras de ampliação das pistas. “Pagamos pedágio para chegar em Sorocaba, o que já é um exagero, e 50 anos depois a rodovia é praticamente a mesma. A região de Sorocaba, em comparação com outras, recebe pouca atenção do poder público nesse sentido. As regiões de Ribeirão Preto e Piracicaba, por exemplo, possuem rodovias melhores”, reclama.

A auxiliar de limpeza, Jéssica Araújo dos Santos, mora em Aparecidinha e diariamente passa pela Castelinho para se deslocar até o trabalho. “O movimento é grande cedo, das 7h30 às 8h, horário que estou indo trabalhar e demoro cerca de 15 minutos somente naquele trecho por conta do trânsito lento na rodovia. Precisa ampliar sim”, disse.

O agente penitenciário, Sérgio Campos da Rocha, 47 anos, também utiliza a rodovia diariamente e aponta o horário das 6h até às 9h como o de maior trânsito, principalmente na entrada de Aparecidinha. “Demoro cerca de 20 a 30 minutos naquele trecho da Castelinho por causa do movimento cedo. São muitos carros e o congestionamento chega até a zona industrial”, aponta. (Ana Claudia Martins)