Preços nos supermercados da cidade variam até 237%
Alho é o campeão; carnes peixes e embutidos ficam entre 100% e 87%
Todos os meses, a Universidade de Sorocaba (Uniso) realiza o Comparativo de Preço, uma pesquisa que analisa a variação de preço dos produtos que compõem a cesta básica sorocaba. Em fevereiro, os alimentos que tiveram as maiores oscilações foram linguiça fresca, carnes - paleta suína e costela bovina -, peixe -- merluza -- e tomate.
De acordo com o coordenador da pesquisa, o professor Marcos Antonio Canhada, o objetivo é mostrar que existe diferença de preço entre os supermercados e destacar a importância de se fazer pesquisa entre os concorrentes antes de comprar. Na semana passada, por exemplo, o alho apresentava variação de 237%, com estabalecimentos cobrando a embalagem de 200 gramas entre R$ 2,96 e R$ 9,98.
“As diferenças apontadas são normais em um mercado concorrencial e decorrem de diversos fatores, tais como promoções, estoque e margem de lucro, dentre outros”, esclarece o docente. “É importante destacar que se trata de uma fotografia de preços no momento indicado no boletim, que podem sofrer variações logo após, por conta dos fatores elencados anteriormente”.
Para realizar o levantamento, são coletados, semanalmente, preços em seis supermercados da cidade, logo nos dois primeiros dias da semana. Os preços citados nesta matéria foram reunidos nos dias 12 e 13 de fevereiro.
Além do alho, outra variação de preço que se destaca é o da linguiça, com diferença de aproximadamente 100%. O quilo custava entre R$ 17,99 e R$ 35,90 no dia da pesquisa. Em seguida, com variação de 87%, aparecem o quilo de paleta suína -- de R$ 10,69 a R$19,99 --, da salsicha -- de R$ 13,90 a R$ 25,96 -- e do filé de merluza -- de R$ 26,08 a R$ 55,98.
As menores variações de preços ficaram em torno de 37%: desodorante Rexona roll-on de 50 a 60 mililitros (-- R$ 8,79 a R$11,99 -- e margarina Delicia de 500 gramas -- R$ 5,85 a R$7,99. O estudo aponta diferença de 39% nos preços do absorvente Intimus Ext. Pac. c/ 8 unid -- de R$ 4,69 a R$6,49 --; e do grão de bico Yoki, pacote de 500 gramas -- de R$12,99 a R$17,99.
Além de ficar atenta com as variações de preços, a professora Laura Gomes, de 48 anos, também cita a quantidade dos produtos. “Nós também precisamos prestar atenção porque, às vezes, vendem o mesmo produto com o mesmo valor, mas em uma quantidade menor. Já comprei um pacote de papel higiênico achando que o preço estava bom, mas só depois percebi que tinha dez metros a menos”, relata a cliente.
Laura ainda acrescenta que a situação vem acontecendo com outros produtos como, por exemplo, a caixa de bombom. “Eu sei que é uma necessidade das empresas para se manterem, mas o consumidor sai prejudicado”, reclama.
Alta de Preços
A alta constante nos preços também gera incômodo aos consumidores. De acordo com a dona de casa Nanci Antunes, de 70 anos, é difícil encontrar algo barato nos supermercados. “O arroz e o feijão, que são alimentos básicos, estão caros! O preço do leite estabilizou um pouco, mas permanece alto. Já os legumes e hortaliças não dá possível comprar sempre; se for usar é só para dar um ‘cheirinho’ em uma situação especial”, brinca a idosa.
Um alimento que se destaca, tanto pelo preço quanto pela variação, é o peixe merluza. Neste caso, Marcos explica o aumento da demanda com o proximidade da quaresma, período em que muitas pessoas substituem a carne vermelha por peixes. (Beatriz Falcão - programa de estágio)